Que teus beijos sejam açoite
A ferir meus lábios rosados
Que nossos dias sejam noite
Nossos corpos, desertos cálidos
Que nosso prazer seja tempestade
Nosso amor, longa jornada
Que tu sejas a fonte donde volto saciada
Quando tu me amas com intensidade
Que sobrevenha então a calmaria
Que o ímpeto seja substituído pela ternura
Que a noite torne-se aurora
E sob o Sol nascente adormeçamos envoltos em magia.
Imagine uma sociedade perfeita onde todos são felizes durante todo o tempo. Onde cada criança já vem ao mundo condicionada a exercer determinada profissão e não consegue se imaginar feliz fazendo outra coisa. Nessa sociedade maravilhosa tudo o que importa é a estabilidade social, a tecnologia e o prazer – quando não se está trabalhando, o importante é ter prazer. Parece bom não? Na verdade esse é o cenário perturbador do livro “Admirável Mundo Novo” do autor inglês Aldous Huxley. E porque cenário perturbador? A obra retrata uma sociedade hedonista onde a tecnologia avançou tanto que já é possível gerar pessoas sem a necessidade de um útero para gestar os bebês, que são todos idênticos e “programados” para a casta em que deverão passar a vida. O preço para viver numa sociedade tão organizada e “perfeita” é alto: A humanidade futurística imaginada por Huxley perdeu basicamente tudo que entendemos por “humano” – não há mais amor, fidelidade, família – todo mundo é de todos. Busca-se o prazer pelo prazer e há um incentivo para que quando não estão trabalhando as pessoas se comportem como crianças. E para que ninguém sinta angústia, há o soma, uma espécie de droga. Livros e museus foram proibidos. Os filmes e músicas falam apenas sobre prazer e sexo. O mundo é dividido em dez regiões administrativas centrais. Tudo perfeitamente igual. É nesse cenário que vivem Bernard e Helmotz, dois homens que ainda arriscam-se a pensar e sentem-se desconfortáveis com a realidade. E é para este mundo que será trazido John, o selvagem, filho de Linda, uma das poucas mulheres não estéreis dessa sociedade que, acidentalmente ficou perdida numa reserva de selvagens (um território na América onde pessoas ainda vivem “da forma antiga”).
É um livro de linguagem fácil e tamanho relativamente pequeno, porém tão denso que nos impede de ler por ler, sem estabelecer pensamentos sombrios e críticos. Nossa sociedade caminha para algo parecido com a sociedade imaginada por Huxley? Vale a pena ler o livro e pensar na mensagem que ele tenta passar.
Sobre o autor: Aldous Leonard Huxley nasceu em Godalming (Inglaterra) em 26/07/1894 e faleceu em Los Angeles (EUA) em 22/11/1963. Escreveu diversos ensaios, contos e romances, dentre os quais se destacam Admirável Mundo Novo (1932), Contraponto (1928) e As portas da percepção (1954), livro de ensaios que influenciou a cultura hippie.
Meu Cavaleiro de Capa e espada
Quanto tempo eu aguardei tua chegada…
Na alta torre deste Castelo chamado solidão
Olhava o horizonte e pensava “esse tal amor não existe não”
Ah, meu doce herói de olhar sedutor
Você me ensinou o que é o Amor
Você que como um raio de Sol minha vida iluminou
Você que meu solitário coração amou
Meu príncipe misterioso
Resgata-me impetuoso
Corre comigo pelos campos da paixão
Semeia em minha vida flores de ilusão
A ti dei meu coração
E só teu é o meu amor
Abraça-me, embala-me, segura minha mão
Deixa-me sentir teu corpo, teu calor
Deixa que ao teu lado eu veja a vida cor-de-rosa
Como um conto de fadas sem fim
Como uma canção melodiosa
Doce como o amor que há em mim
Amado cavaleiro, livre tu és, pelas estradas da vida a viajar
Deixa-me então aguardar-te com candura
E sempre que a mim teu coração retornar
Estarei no alto da torre a te esperar, com infinita ternura.
Na escura noite minha alma mergulha
Lança-se no breu
Busca conforto na desesperança
Sente a dor que borbulha
E vê da vida imagens turvas
Sente-se perfurar em ponta de lança
Rota traçada sem rumo, incerto caminho
Em imenso mar, sou nave perdida
Sempre de partida
Sempre sem chegada, sem retorno, sem prumo.
Lúgubre sítio meu peito se tornou
Por que recusas assim quem tanto te amou
Fria solidão para mim restou
Desse amor que em meu coração brotou
Há dois anos eu recebia a notícia de que um dos meus ídolos havia partido para outro plano – Chorão, um dos primeiros artistas a me fazer gostar de rock nacional, trilha sonora de vários intervalos na época do colégio, de vários finais de tarde assistindo Malhação (confesso, eu quase não assistia, mas sempre que possível ligava a TV para ouvir a música de abertura). Era um dos meus sonhos conhecê-lo pessoalmente e infelizmente sei que isso já não será possível. Uma pena.
Não há muito que se possa dizer sobre a tragédia da morte, por isso, encerro este breve texto por aqui e deixo a publicação do poema que escrevi quando recebi a notícia da morte dele.
Adeus, Chorão! (poema de despedida)
Lúgubre se fez o amanhecer
O sol brilhou mais triste
No céu um novo anjo existe
Alma que a Dama de Negro veio colher
Os anjos te levaram pela mão
Pelas nuvens, de Skate vais correr
Com teu jeito louco e alegre de viver
Mais belo será o céu, mais vazio nosso coração
Com suas canções, muitas vidas embalou
E agora no céu eternamente vai cantar
Pássaro que tão jovem silenciou
Um poema é pouco pra falar
Muitas saudades você deixou
Um pouco de nós você levou…
(E se um dia você cantou, hoje cantamos pra você: “De qualquer jeito seu sorriso vai ser meu raio de sol” Sim, de qualquer jeito, onde estiver, o seu sorriso será nosso raio de sol”)
E, para não perder o costume, um “top 10” com as minhas canções preferidas:
Um dia eu não estarei mais na tua estrada
Não seguirei mais tuas pegadas
Seguirei só minha vida desventurada
Banhando os caminhos com as lágrimas derramadas
Um dia eu não estarei mais na tua estrada
Livrar-me-ei das tuas amarras
Não sonharei mais ser tua amada
Fugirei desse amor que me prende em profundas masmorras
Um dia eu não estarei mais na tua estrada
Não farei mais do teu olhar claridade
Nem direi que tu és minha vida
Nem sentirei saudade
Ah… Um dia, um dia eu não estarei mais na tua estrada
Não buscarei mais poeiras do teu amor
Não sentirei dor, não sentirei nada
E no frio, não desejarei teu calor
Um dia eu não estarei mais na tua estrada
Estarei só e tu então talvez te sintas sozinho
Neste dia, serei apenas uma alma apaixonada
Das amarras da vida livre estarei seguindo sem você meu triste caminho…
Tempos atrás postei aqui uma receita de hambúrguer de grão de bico, lembram? Então, esses dias eu testei substituir o grão de bico pela ervilha seca e ficou simplesmente fantástico! Vou passar a receitinha pra vocês e espero que gostem – e como ilustração a foto de um lanche gigante que eu devorei com este hambúrguer incrível! 2 Xícaras de ervilha seca cozida e escorrida (irá render aproximadamente 4 xícaras após cozinhar) 10 Colheres de Azeite 1 Cenoura ralada ½ Cebola picada 1 dente de alho grande picadinho Salsinha à gosto Salsão (opcional) 3 Colheres de Aveia em flocos ½ xícara de gérmen de trigo 2 colheres de farinha de rosca Sal e pimenta à gosto. Preparo: Refogar no azeite o sal, a pimenta, o alho, a cenoura, a cebola, o alho, a aveia e o gérmen de trigo. Reservar. Bater a ervilha cozida sem o caldo no multiprocessador. Colocar em uma bacia e juntar os ingredientes refogados, mexendo bem. Acrescentar a salsinha e a farinha de rosca para dar liga (ver dicas) Dividir em bolas e moldar os hambúrgueres, levando-os para a geladeira por no mínimo uma hora. Untar uma chapa/grelha antiaderente com óleo e fritar os hambúrgueres.
*** O lanche da foto foi montado com: Hambúrguer de ervilha seca, tofu passado na frigideira só pra dourar, cebola dourada na grelha com molho shoyu e alface… Ficou muito bom!