Blogagem coletiva #1: O ano que passou e os livros que ficarão na memória

O ano de 2020 se encarregou de sacudir os rumos do mundo, abalar sonhos, derrubar estruturas e tornar a vida mais difícil. Por aqui livros, escrita e culinária mantiveram algo de familiar nos dias de rotinas alteradas e medo. Durante o ano que se passou foram ao todo trinta livros lidos, sendo dezesseis nacionais. Esse número não conta os livros didáticos que sempre me acompanham como uma distração e uma forma de me manter preparada para concursos. Também participei de duas antologias (Amores Virtuais, Perigo Real e Quimeras de Natal: Sonhos no Gelo, ambas da Editora Quimera) e um livro coletivo – Feliz Ano Velho, da Editora Scenarium que foi lançado apenas em dois mil e vinte e um com uma tiragem limitada.

            A maioria dos títulos lidos ano passado foram escolhidos através de sorteio, o que em alguns momentos me tirou da zona de conforto literária. Relembrando os títulos:

  1. Office Boy em Apuros – Bosco Brasil.
  2. Um tempo para você – Linda Roberts
  3. Memorial de Aires – Machado de Assis
  4. Clara dos Anjos – Lima Barreto
  5. Não leve a vida tão a sério – Hugh Prather
  6. Bagagem – Adélia Prado
  7. O chamado de Cthulhu e outtos contos – H.P Lovecraft
  8. Ópera do Malandro – Chico Buarque
  9. O pássaro pintado – Jerzy Kosinski
  10. Marília de Dirceu e Cartas Chilenas – Tomás Antonio Gonzaga
  11. Histórias Fantásticas – Vários autores
  12. Cyrano de Bergerac – Edmond Rostand
  13. Dom Casmurro – Machado de Assis
  14. Noites  na Taverna – Álvares de Azevedo
  15. A  montanha e o Rio – Da Chen
  16. Antologia poética – Augusto dos Anjos
  17. Tire proveito dos seus impulsos – Pauline Wallin
  18. Felicidade – Gabriel Chalita
  19. Contos Reunidos; Brás, Bexiga e Barra Funda; Laranja da China e Outros Contos – Antonio Alcântara Machado
  20. Meus primeiros sonetos clássicos – Organização Alexandre Carvalho e Silvia J. Estevam
  21. Tia Julia e o escrevinhador – Mario Vargas Llosa
  22.  O Guarani – José de Alencar
  23.  Flores na Chuva e outros contos – Rosamond Pilcher
  24. Hilda Furacão – Roberto Drummond
  25. Fogo Morto – José Lins do Rego
  26.  Corredores – Codinome Loucura – Marianna Gouveia
  27. Amores Virtuais, Perigo Real – Antologia organizada por Humberto Lima
  28. A metamorfose – Frans Kafka
  29.  Treinando a emoção para ser feliz – Augusto Cury
  30.  Ponte para Terabitia – Katherine Paterson

Alguns livros da lista eu já conhecia e fiz uma releitura, outros me tiraram da zona de conforto e o último livro me chocou tanto que ainda não tem sequer resenha escrita para falar sobre ele no blog.

E vocês? Quais livros leram em 2021?

Conheça também um pouco sobre o mundo literário de:

Viviane AlmeidaAle Ana Claudia Lunna Guedes ObdulionoRoseli Pedroso

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A metamorfose

“Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por nervuras arqueadas, no topo do qual a coberta, prestes a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas numerosas pernas lastimavelmente finas em comparação com o volume do resto do corpo, tremulavam desamparadas diante de seus olhos”. O parágrafo transcrito é o ponto de partida de “A metamorfose”, um dos romances mais conhecidos de Franz Kafka, um jovem judeu nascido em Praga que adotou o alemão como seu idioma.

Kafka descreve o horror da situação com uma naturalidade assustadora: A reação da família e do próprio Gregor pode ser resumida em um grande susto, seguido pelas providências necessárias para re-arranjar a rotina de forma prática e objetiva: A quem compete cuidar do monstro no quarto? Onde conseguir dinheiro? O transformar-se em um inseto, neste contexto, parece uma tragédia relativamente comum, apenas mais um percalço qualquer que poderia ter acontecido com qualquer família e ocorreu com a família Samsa. Não há tentativas de entender o motivo da situação ou buscas desesperadas por uma cura, nem mesmo há uma tentativa de integrar a existência de Gregor ao restante da família, ao contrário, Kafka descreve o apagar gradual da importância daquele homem que, ao ser transmutado em inseto, torna-se apenas um peso para a família.

Em que pese ser uma leitura bastante simples, A metamorfose pode ser considerado um questionamento acerca do valor da vida humana dentro do sistema social – Gregor é visto como humano enquanto é capaz de produzir. Perdida essa capacidade, perde-se a humanidade também. Há também estudos que apontam “A metamorfose” como um texto literário voltado aos direitos humanos: Gregor perdeu sua humanidade a partir do momento em que viu-se transformado em uma asqueroso inseto? Ou a vida desapaixonada que levava – descrita numa tediosa toada casa-trabalho-casa – já havia lhe sugado a humanidade e o acordar transformado em inseto foi apenas o resultado disso? E o final da personagem? Seria a solução natural, ou seria a forma de escapar da desumanização completa, de recusar uma não-vida?

É importante que ao ler uma obra deste calibre, busque-se um aporte teórico em artigos – No caso de “A metamormofose”, encontra-se artigos em várias áreas do conhecimento humano: Psicologia, literatura, filosofia e direito estudaram a novela e a vida do autor, permitindo a partir disso traçar teorias sobre os significados implícitos das personagens. Ler Kafka sem este apoio é plenamente possível, mas tornaria a leitura apenas mais uma distração angustiante ao passo que ao ler e buscar aporte teórico amplia-se o horizonte de visão, permitindo um desenvolvimento do pensamento crítico e atingindo-se um patamar mais alto de aproveitamento da leitura, por isso deixo ao final do texto uma breve bibliografia com textos e vídeos que encontrei e achei pertinentes.

Bibliografia:

CARONE, Modesto. O parasita da família: sobre “A Metamorfose” de Kafka. Psicol. USP,  São Paulo ,  v. 3, n. 1-2, p. 131-141,   1992 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-51771992000100013&lng=pt&nrm=iso&gt;. acessos em  26  out.  2020.

Castro, Alexandre de Carvalho e Leão, Luís Henrique da CostaA metamorfose e o campo da saúde mental de trabalhadores: uma análise bakthiniana. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 25, n. 9 [Acessado 26 Outubro 2020] , pp. 3615-3624. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232020259.28652018&gt;. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-81232020259.28652018.

GRUBBA. Leilane Serratine. OLIVO. Mikhail Vieira Cancelier de. Kafka. A Metamorfose para os direitos humanos. Revista Direito e Práxis, vol.3, num. 2, 2011,PP 103-121, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em:

KOSIK. Karel. O século de Grete Samsa. Sobre a possibilidade e a impossibilidade do trágico no nosso tempo. Tradução de Leandro Konder. Publicado na revista do programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, Rio de Janeiro, Brasil Edição nº 8, Março de 1996. Disponível em:

A luz, o injustificável e o silêncio

Para milhões de brasileiros, hoje o dia amanheceu com ar de suspense: As duas vacinas que solicitaram aprovação emergencial de uso seriam aprovadas? Não há como definir o alívio ao ver a primeira brasileira ser vacinada: Mônica, uma mulher negra, moradora da periferia, trabalhadora da saúde – Uma representante de tantas outras mulheres brasileiras. Ainda falta bastante para que este alívio chegue a todos e todas, mas o primeiro passo foi dado em direção a uma pequena luz no final do túnel – Luz esta que precisávamos ver após esta semana em que assistimos com perplexidade o colapso do sistema de saúde do Estado do Amazonas e a morte de pessoas pela ausência de oxigênio. O colapso pinta com sangue um quadro dantesco que algumas pessoas insistem em não enxergar: O descaso e a incapacidade do governo federal em garantir condições para o controle da pandemia. Além dos artistas que se uniram para enviar oxigênio, Venezuela expressou sua solidariedade oferecendo médicos e cilindros de oxigênio ao Brasil – A mesma Venezuela governada por Maduro e tantas vezes ofendida pela família presidencial e seus seguidores. Enquanto isso o avião que deveria buscar na Índia doses de vacina permaneceu no chão, aparentemente o especialista em logística que comanda a pasta da saúde pensa que vacina é como lata de cerveja num supermercado: Sempre disponível, só chegar e comprar. Não é bem assim! Quem demorou a manifestar interesse e adquirir as doses precisa entrar na fila e espera a vez – Enquanto isso o número de mortos sobe.

            E dá-lhe panelaço e pedidos de Impeachment – Confesso que após todo o estrago feito, será muito difícil e penoso consertar a situação do país. A população precisará estar atenta para cobrar e para construir saídas para a crise – E eu não estou falando de empreendedorismo e coach e sim de organização em fóruns populares e movimentos sociais – Afinal, o poder vem do povo e em seu nome deverá ser exercido. E o impeachment é apenas o primeiro passo para o Brasil sair da crise em que se encontra.

            Hoje também está sendo realizado o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e dá um aperto no coração imaginar tantas pessoas jovens expostas a essa doença – Seja no transporte lotado para chegar aos locais de prova (para quem não sabe aos domingos as empresas de transporte diminuem a frota nas ruas, causando aglomerações nos ônibus), seja dentro da sala de aula durante tantas horas – Tudo para buscar uma vaga no ensino superior, para perseguir o sonho de “ser alguém” na vida, pois a sociedade de consumo não consegue entender que um ser humano já é alguém e merece condições dignas mesmo que não possua ensino superior e MBA. Longe de mim dizer que a universidade não é importante – Ela é! Se não fossem as universidades, não teríamos pesquisas, vacinas, equipamentos médicos. Mas não é mais importante do que a própria vida humana, sendo injustificável a exposição a um risco de contaminação para buscar uma vaga.

            Injustificável também é o vídeo da execução de dois garotos que estavam nadando na Vila Telma, bairro da baixada santista. Até quando a polícia militar se achará no direito de devolver os impostos que pagamos em balas que sempre encontram as carnes periféricas? Passaram-se apenas dezessete dias desde o início do ano e quantas crianças e adolescentes já sucumbiram vítimas da violência urbana e policial? Onde estão os gritos de indignação daquelas pessoas que protestam contra o abordo se dizendo pró-vida quando vidas são ceifadas de forma tão cruel?

            Termino por fim este apanhado da semana com uma pequena reflexão: Se decidíssemos guardar um minuto de silêncio por vida perdida nesta pandemia no Brasil ficaríamos pelo menos 144 dias sem falar nada – Seria um silêncio ensurdecedor.

Resenha: Treinando a emoção para ser feliz

Neste livro o psiquiatra Augusto Cury fala sobre como a emoção humana influencia diretamente a qualidade de vida e a felicidade e sobre como o ser humano está cada vez mais sozinho e insatisfeito, apesar de ter toda uma indústria de lazer disponível.

O livro possui exemplos engraçados como dizer que cada um de nós é o melhor nadador do mundo, pois atravessou um enorme espaço dentro do útero de nossas mães até encontrar o óvulo, mas apesar disso há bastantes coisas pertinentes, que fazem sentido. Por outro lado, como acontece em muitos livros de auto-ajuda, o autor começa a falar sobre Jesus Cristo como sendo “o mestre supremo da emoção” e, por mais que ele saliente em certo momento que “não se trata de religião”, falar sobre uma figura religiosa sempre irá remeter ao assunto, quer se queira, quer não – E como ninguém é obrigado a acreditar nas parábolas cristãs, acabei vendo esse ponto negativo no livro.

Receituário de uma expectadora

O Clube do Livro da Editora Scenarium se reúne toda primeira segunda feira do mês para conversar sobre um livro determinado no mês anterior. Para este primeiro mês do ano foi escolhido o livro Receituário de uma expectadora, da autora Roseli Pedroso.

            Trata-se de um delicioso livro de crônicas em que a autora consegue olhar ao mesmo tempo para dentro e para fora de si, expressando o mundo que nos cerca com muito bom humor e algumas matizes de melancolia. Roseli escreve com um ritmo fluido, encarrilhando as palavras uma na outra sem deixar vazios indesejáveis e sem atropelar as ideias.

            Se alguém me perguntasse eu diria que é impossível escolher apenas uma das crônicas – Todas são de uma qualidade literária incrível. Por outro lado, eu não estaria sendo junta com vocês ou com a autora caso terminasse esta postagem sem dizer quais são as minhas crônicas favoritas, então destaco três delas: Falar é bom, saber escutar é melhor ainda; Pequenas Feras e Em franca expansão. A primeira é uma crônica e um desabafo sobre um assunto cotidiano: Saber escutar quando alguém precisa conversar. Acredito que não é por maldade, mas boa parte de nós temos o hábito de falar sobre nossos problemas e objetivos, mas quando a conversa é sobre o outro, não há tempo. Outra crônica que gostei bastante foi Pequenas Feras – Quem trabalha com crianças irá entender o motivo e perceber que a autora foi assustadoramente realista e, para fechar preciso dizer que AMEI a crônica  “Em franca expansão” – Em algum momento da vida todas as mulheres (e muitos homens) irão se identificar com a situação descrita com muito humor pela autora e até mesmo perder o medo ou dar risada ao se reconhecer nos escritos. Sobre as outras (maravilhosas) crônicas eu não vou falar nada: Entrem no site da Scenarium e comprem o livro –  Que é uma obra de arte costurada artesanalmente! Vocês também podem conhecer um pouco mais os textos da autora acessando o blog Sacudindo as ideias.

Sobre vacinas, jacarés, relógios parados, gado e democracia.

Segundo domingo do ano. Aqui no Brasil acompanhamos a vacinação que ocorre em vários países do mundo com os olhos ansiosos de uma criança que pela janela observa os amigos brincando enquanto aguarda autorização para sair – Se tudo der certo, antes do próximo mês começa a vacinação por aqui, apesar de todos os atrasos e falhas. Importante que a população tenha em mente que a vacinação acontecerá APESAR DE e não por causa de. Apesar dos desmontes promovidos pelo PSDB nos últimos anos através dos sucessivos ataques ao funcionalismo público, apesar do descaso do atual governo federal com a ciência e com a saúde em suas tantas tentativas de desacreditar a vacina. A vacina, no Brasil, tem sido tratada como disputa política e não como uma questão de amor à vida humana e esse fato precisa ficar explícito, afinal, ano que vem teremos eleições. Ainda bem que, como diz o ditado, até um relógio parado está acerta duas vezes ao dia e, em relação à luta pela vacina, João Dória conseguiu acertar.

E por falar em eleições o mundo acompanhou perplexo o desenrolar dos fatos nos Estados Unidos com a invasão ao Capitólio pelos apoiadores do atual presidente reluta em aceitar a derrota sofrida nas urnas – Isso, possivelmente é uma amostra do que enfrentaremos após as eleições de 2022, inclusive o próprio inominável ocupante da cadeira presidencial já deu uma pista sobre o assunto ao publicar numa rede social que “teremos problemas por aqui se não houver voto impresso”.  Outra questão interessante  sobre o ocorrido é perceber que nas manifestações do movimento negro, a força nacional estava ostensivamente presente – Não é estranha a ausência de segurança em um momento tão importante para os Norte-Americanos? Lá ou aqui, é muito perigoso deixar o gado solto, entretanto lá a própria direita repudiou os fatos ocorridos e Donald Trump perdeu apoios importantes dentro do partido, membros de sua equipe pediram demissão e as principais redes sociais suspenderam por tempo indeterminado os perfis do (até então) presidente. Acredito que as redes sociais precisam dar uma atenção ao que acontece aqui no Brasil, para evitar que as fake news e incitações de ódio vindas da gadolândia bolsonarista se espalhem ainda mais. De toda forma, é assustador perceber a influência que uma figura pública ainda detém sobre as pessoas – Até quando a humanidade irá buscar grandes líderes e heróis? Uma eleição nacional e um processo de transição não deveriam sofrer influencia de posts em redes sociais – São decisões que influenciam o mundo, e não disputa por uma vaga como representante de sala na quinta série do ensino fundamental. Ou será que a humanidade ainda está no ensino fundamental?

Na política nacional o assunto é a eleição para presidência da Câmara e do Senado – Parte da esquerda sinaliza para o apoio a uma chapa de centro, numa tentativa de barrar a eleição do candidato apoiado pelo atual presidente – O que tem lógica, mas ao mesmo tempo expõe o medo de não conseguir eleger um nome que efetivamente represente seus ideais. Algumas vezes é preciso dar um ou dois passos para trás antes de avançar, porém é fundamental lembrar que a união do PT com o MDB em nome da suposta governabilidade acabou desencadeando o golpe de 2016 – E quem sofre as conseqüências disso é o trabalhador brasileiro, espoliado de seus direitos trabalhistas, prejudicado em sua aposentadoria, refém de uma crise econômica e do desemprego ampliado pela pandemia. Enquanto isso, o atual presidente diz que “não pode fazer nada pois o país está quebrado” – Possivelmente se seguíssemos os passos da Argentina taxando as grandes fortunas, as coisas melhorariam por aqui. Além disso, ainda é necessário que se façam auditorias das dívidas do governo e cobrem-se os valores astronômicos devidos aos cofres públicos por milionários.

Algumas vezes me pergunto: Por qual motivo meus antepassados entraram em um navio e vieram para o Brasil. Imagino que lá em Portugal a vida não devia estar muito boa, porém agora a situação se inverteu e lá está melhor que cá. Dá vontade de pegar um avião e tentar a vida em terras lusitanas? Dá. Mas a vida dá voltas e daqui alguns anos pode ser que este gigante adormecido (desmaiado) chamado Brasil esteja em melhores condições e aí serão meus bisnetos ou tataranetos a passar aperto por lá e perguntar: O que levou minha bisavó a sair do Brasil. Melhor não arriscar – Fico por aqui mesmo, trabalhando, escrevendo e militando por um país melhor (enquanto eu ainda tiver força e paciência para isso).

Para não dizer que tudo são más notícias, uma lei foi aprovada na cidade de São Paulo e me trouxe um pequeno alento: Foram proibidos os plásticos descartáveis em bares e restaurantes. É um pequeno passo na busca por um mundo com menos lixo. Sei que muitas pessoas não confiam na higienização de pratos, copos e talheres nos bares e restaurantes, eu mesma tenho minhas restrições, mas isso se resolve carregando na bolsa um copo reutilizável e um pequeno “kit” com talher e prato. É só uma questão de costume. A saúde dos nossos mares agradece.

A segunda boa notícia é que a vacinação contra COVID-19 segue a todo vapor pelo mundo e até agora não foram identificados casos de mutação: Ninguém se tornou X-MAN nem jacaré.

Uma boa semana a todas, todos e todes. Viva o Butantã, viva a ciência, viva o funcionalismo público e #VemVacina.

Antologia Quimeras de Natal – Sonhos no Gelo.

Primeiro livro lido em 2021, Quimeras de Natal: Sonhos no Gelo é uma antologia com histórias emocionantes que tem o poder de trazer de volta aquele clima gostoso de Natal, repleto de alegria, paz, esperança – Sentimentos tão necessários durante todo o ano.

            Os contos são bem diversificados: Há romances, histórias sobre a família e até mesmo um conto repleto de ação e tecnologia avançada para defender o Natal. Ou seja: Histórias para todos os gostos, ambientadas na época mais especial do ano!

            Adorei todos os contos que fazem parte do livro, com destaque especial para “Encantos na Neve” (Afinal é o meu conto! Se eu não falar dele, quem irá falar?), uma história que envolve magia, amor, família e uma lição sobre o que desejamos; Flores de Gelo do autor Humberto Lima – Sou super fã dos contos de horror do Humberto e fiquei deliciosamente surpresa com a versatilidade dele ao escrever um conto leve e romântico; destaco também Globo sem Neve, do autor Dielson Luz: Impossível não se encantar com Ghel, garotinho espertíssimo!

            Também adorei a personagem feminina forte construída por Beatriz Tauro, no conto “O chamado na Neve”. Josué Dantas por sua vez foi o autor responsável por um conto romântico típico do ensino médio com personagens que levam o Natal super a sério. Tainah Magalhães, autora do livro “O véu da Arte” nos brindou com um conto baseado nas personagens de seu livro (e de quebra me deixou com muita vontade de ler toda a história de Yoko, então um passarinho está me dizendo que “O véu da arte” entrou para a minha lista de títulos a serem lidos este ano), e finalmente fiquei espantada com “Alegre a cantar” um conto que envolve elfos, invasões e escopetas.

            Bateu uma curiosidade pela leitura né? Aproveitem que o livro está disponível no site do Grupo Editorial Quimera somente em formato digital!  Leiam e depois me contem: Qual foi o conto favorito de vocês?

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06 on 06 Janeiro. Portas

A vida passa por seis portas

A primeira por onde todas as espécies já passaram
Água
Fonte de toda a vida
Início e fim
A segunda trouxe cada ser humano ao mundo
Escondida, meio tabu
Vagina: Feminina ou masculina
Início da jornada

A terceira porta nós não cruzamos
Ela está em nós
Nosso rosto: Olhos, nariz, ouvidos
Permite-nos conhecer o mundo

A quarta porta - Magia pura
Leva-nos a diversos mundos
Livros abertos
Páginas, paisagens

A quinta porta, ápice do viver
Amor - Uma  flor na alma
Uma porta ponte entre corações

A última porta
Nossa única certeza, inevitabilidade
Amedrontadora nos aguarda
Ceifadora, Morte


Breves comentários:

Uma coisa que amo neste projeto 06 on 06 é que, além de fotografar (o que é uma delícia de qualquer lado da câmera – como modelo ou fotógrafa), posso experimentar sair da literalidade das palavras – Portas – Eu poderia ter saído e fotografado portas, consigo pensar em algumas lindas no centro da Cidade (Portas de casas antigas, de Igrejas, de Lojas Maçônicas, portas de escola), mas com o advento da pandemia me fazendo evitar sair de casa, pensei em outras possibilidades para a palavra e ainda arrisquei uns rabiscos coloridos (Podem ver que desenho mal, mas me divirto tentando).

06 on 06 é um projeto proposto pela escritora e editora Lunna Guedes cuja proposta é postar todo dia 06, seis imagens sobre um determinado tema.

Também participam:

Pipoca, suco geladinho e boas risadas! As melhores comédias para as suas férias de verão!

A família bagulho

Para sair de uma enrascada, ele aceita ir até o México buscar cocaína – E como fazer para não chamar atenção na fronteira? Fácil! Viagem em família – Mesmo que seja de mentirinha! Prepare-se para as melhores férias! Um filme super divertido que conta com nomes como Jennifer Aniston (A Rachel de Friends) no elenco. Nota de 0 a 5?5.

O pacote

Eles são jovens, animados e vão acampar. O que poderia dar errado quando o carro ficou tão longe do local onde as barracas serão montadas? E se de repente um dos amigos sem querer cortar o “melhor amigo” fora e precisar de socorro urgente? As melhores trapalhadas acontecem neste filme bizarro. Não tentem fazer isso em casa! Nota de 0 a 5? 5.

Mistério no mediterrâneo

Ele decidiu levar a esposa a um passeio na Europa, mas conheceram um homem misterioso que os convidou para uma viagem marítima numa embarcação de luxo. Tudo seria perfeito se as pessoas parassem de morrer. Jennifer Aniston arrasou neste filme! Vale a pena assistir, mas tem que ter paciência nos primeiros 15 – 20 minutos. Nota de 0 a 5? 5.

Resgate do Coração

Após um inesperado divórcio, ela decide viajar sozinha para a segunda lua de mel que havia programado – Só não sabe que a viagem iria mudar sua vida, fazendo-a reencontrar sua profissão, aproximar-se mais do filho e encontrar um novo amor! Além de uma ótima história, o filme tem paisagens maravilhosas da África. Nota de 0 a 5? 5.

Um crime para dois

Um atrapalhado casal estava em crise no relacionamento – Até que de repente o destino os coloca na hora e lugar errados e eles se tornam suspeitos de um crime. Agora só resta correr contra o tempo para descobrir o verdadeiro culpado e escapar da cadeia. Uma comédia policial com direito a tiros, seitas estranhas e muitas gargalhadas. Nota de 0 a 5? 5.

Viagem das garotas (girlstrip)

Amigas para sempre é o lema dessas mulheres que se conhecem desde a adolescência e tomaram caminhos completamente diferentes na vida. Uma viagem pode ser uma ótima ideia para reunir todas – Mas será que essa amizade resiste aos conflitos causados pelas diferentes ideias sobre a vida e outras questões? O filme é muito engraçado e a atuação de Queen Latifah é um show a parte, mas não vale prestar atenção apenas nas atuações engraçadas: Viagem das garotas é um desses filmes que trazem uma mensagem sobre a vida – Será que vale a pena viver uma vida de aparências apenas pelo dinheiro? Nota de 0 a 5? 4.

Entre vinho e vinagre

Elas trabalharam juntas numa pizzaria e nunca deixaram de ser grandes amigas. Agora que Rebecca está completando cinqüenta anos, decidem fazer uma viagem para a Terra do Vinho – Acontece que o conceito de diversão é muito pessoal para ser espremido em um itinerário e isso pode gerar alguns conflitos – Principalmente quando se exagera no vinho. Vale a pena dar ótimas risadas com essas cinquentonas incríveis! Nota de 0 a 5?4

Cofee&Kareen

Coffee é um policial branco que se envolve com a mãe de Kareen, uma mulher negra. Acontece que Kareen não gosta nada da ideia de ver a mãe namorando um policial e vai fazer de tudo – até contratar um assassino profissional – para impedir esse relacionamento. Só que o tiro saí pela culatra e os dois terão que fugir de um gangster perigoso, lidar com suas diferenças e salvar a mãe de Kareen. É um filme de comédia policial bem divertido. Nota de 0 a 5? 4.

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Diários da Poetisa #01de365 (Feliz Ano Novo)

Enfim o primeiro dia um novo ano. A primeira página de um livro de 365 novos dias. O fim e o começo separados por uma cortina transparente que nos deixa, ao menos por algumas horas, a sensação de que tudo o que não nos agradou no ano findo ficará no passado. Ilusão. Coisas não resolvidas nos acompanham através dos anos – Ou resolve ou aprende a conviver. E como a maioria dos fatos que não nos agradam não depende unicamente de nós, acabamos aprendendo a conviver ou nos debatendo na busca por solução. Não é pessimismo, é apenas observação. Ainda assim, vale a pena permitir que as primeiras horas de um novo ano sejam inundadas por esperanças, por palavras doces, por amor e pelas melhores lembranças – Que também irão nos acompanhar no decorrer do ano que chega, como um lampejo de alegria para os dias mais difíceis.

         Nossa vida é um livro escrito a quatro mãos: Duas nossas, duas do Destino e mesmo sem saber o que o Destino escreverá o desenrolar dos capítulos cabe tão somente a nós mesmos. Você já começou a escrever seu novo ano? Ainda é cedo, mas é no raiar do primeiro dia do ano que começa a germinar em nós as flores que irão trazer cor e alegria para nossas novas páginas – Então, aos que me lêem, desejo um ano novo com a inocência de uma flor que se abre ao Sol, entregando sua beleza aos jardins da vida sem esperar pelos elogios que virão. Desejo a alegria dos pássaros que catam e a dedicação das abelhas que trabalham para fazer o mel e construir suas casas. Que neste ano que se inicia possamos escrever as mais belas histórias, valorizar nossos afetos e defender as bênçãos que a Mãe Natureza nos dá e tantas vezes em nossa pressa nós sequer olhamos. Que possamos estar presentes, sorrir, tocar as folhas das árvores e sentir sua textura única, colocar o pé na areia, tomar banho de chuva e, acima de tudo, que em breve possamos novamente abraçar com segurança as pessoas que mais amamos.

RECADINHO IMPORTANTE:

Já está disponível a Antologia Quimeras de Natal: Sonhos no Gelo da qual participo com o conto Encantos na Neve. O livro, vendido em formato digital, está lindo e parte das vendas será revertida em produtos de higiene e alimento para a OAIB (Obra de Assistência a Infância de Bangu) – Ou seja: Por um valor super acessível você incentiva os autores e autoras nacionais e ainda ajuda uma instituição que faz um belíssimo trabalho social. Bora adquirir? Só clicar aqui.