Barbie World ou Barbárie World?

Não quero problematizar o filme da Barbie. Sei que muitas pessoas estão ressaltando o fato de que há uma enorme crítica social na produção e, só o fato de muitas  pessoas “conservadoras” (leia-se: radicais religiosos e bozogado) estarem fazendo campanha contra o filme me faze ter vontade de assistir, mesmo nunca tendo brincado com a tal boneca. Mas uma coisa está me incomodando – E não tem a ver com o filme em si, mas com os fãs do filme: 

Em todas as lojas que passei nos últimos dias o cor de rosa impera. O capitalismo fez o que sabe fazer de melhor e criou uma falsa necessidade: A de assistir o filme da Barbie vestida de… Barbie. E comprar itens de cozinha cor-de-rosa. Decoração cor de rosa. Fast-food cor de rosa. Uma loucura. Agora, para onde vai tudo isso quando a “onda rosa” passar e outra coisa entrar na moda? Pois é. Para o lixo. Acontece que nosso planeta NÃO AGUENTA MAIS PRODUÇÃO E DESCARTE CONTÍNUO DE LIXO. Desculpem as letras em caixa alta, mas é a realidade que este texto está tentando gritar. É a realidade que o planeta está gritando. Como dizem, não existe isso de “jogar fora”: Vivemos todos em um enorme quintal coletivo chamado Terra e estamos atulhados de poluição. Estamos causando a extinção de animais, plantas e, infelizmente, acabaremos causando a nossa própria extinção – ou pior – talvez haja um futuro sombrio, uma sobrevida hostil de fome, sede, catástrofe climática. 

Não é irônico passarmos tanto tempo buscando a construção de um “Barbie World”, um mundo de aparências perfeito e cor-de-rosa e tudo que estamos conseguindo, enquanto humanidade, é construir um gigantesco “Barbárie World”? 

O lobo mau ainda espreita

Acompanho a semana entre a euforia e o pessimista pé no chão: Finalmente chegou a inelegibilidade do inominável ex-presidente. Euforia pela decisão que o tornou inelegível, pessimismo por saber que apesar disso o lobo mau do fascismo ainda nos espreita, aguardando o menor deslize para atacar sem piedade. É necessário cautela, sagacidade e postura defensiva: Observar sempre as opiniões das pessoas públicas, especialmente os que eventualmente podem disputar as eleições municipais ano que vem e evitar ao máximo divulgar as ideias delas (ainda que como críticas): Não batamos palmas para que dancem! 

Por outro lado, divulgar os nossos: Nossos ideais, nossos projetos e pessoas que os defendem. A disputa por ideias nunca termina, bem como o ciclo da história nunca se rompe. 

Comemorar a inelegibilidade do Jair, sempre. Deixar a posição de guarda? Jamais.