Novembro: As primaveras e verões rumo ao outono da vida. 

Em textos antigos, era comum a idade feminina ser comparada às estações do ano. Dizia-se que as jovens completavam primaveras e, após certa idade, a mulher já estava “no outono da vida”. Esse  modismo poético (e talvez machista) parece ter passado, assim como o tempo vai passando. De fato, dei boas vindas a Novembro no auge dos meus trinta e seis anos e recebo Dezembro com trinta e sete anos recém-completados. Um aniversário diferente do que eu havia planejado, emocionalmente difícil, onde tive que resistir aos meus impulsos festivos e me manter longe de danças, trilhas ou jogos intensos – E só quem me conhece de perto sabe o quanto é torturante não poder movimentar meu corpo. Estou contando os dias para que o pós cirúrgico termine e eu possa voltar aos treinos de capoeira e de pole dance (e sabe lá o universo por qual motivo tenho sentido mais falta da capoeira do que do pole, vai entender a minha cabeça). Ano que vem, pretendo fazer algo insano pra recepcionar os trinta e oito anos: Quero conhecer esportes como rappel, quero fazer trilha selvagem. Quero inundar meu corpo de movimento. Estive cercada de pessoas que eu amo e que me amam, mas não consigo ficar tanto tempo quietinha. Que os poetas digam que estou no outono dos anos, que estou balzaquiana, tudo bem, deixe-os dizer. Que gritem ao universo que mulheres de quase quarenta caminham rumo a passos largos rumo ao inverto. Por aqui, sigo na contramaré: Tenho trinta e sete anos, a energia caótica dos quinze, o humor de um pinscher e a certeza de que o mundo estaria bem melhor sem a espécie humana mas, já que estamos aqui, vou aproveitar até a última gota (respeitando o meio ambiente, é claro). 

E vocês? Como foi Novembro?

Os fatos e os filmes de outubro

Outubro trouxe o dia das crianças, algumas reflexões e uma mudança repentina em meus dias. No trabalho, o início do mês foi agitado pela semana das crianças e até eu ganhei presentinhos (doces) dos alunos com bilhetinhos fofos de “Tia, feliz dia da criança”. Outubro trouxe também o agravamento da belicosidade em terras palestinas e israelenses e a reflexão sobre o quanto o ser humano é vergonhoso. Tentei colocar meu desânimo em um poema, mas ainda não consegui. Sinceramente? Olho as crianças brincando na escola e tenho vergonha do mundo que a minha geração e as anteriores construíram, do mundo que entregaremos para elas levarem adiante. Entre aquecimento global e extinção de espécies, os grandes líderes encontram tempo para fazer guerra. Fica difícil encontrar boa vontade para não torcer pela nossa extinção. 

Estou afastada do trabalho desde o dia 12, pois operei a vesícula que estava com algumas pedras, possivelmente um presente genético. Tudo correu bem e eu teria tido alta do hospital no mesmo dia, mas como minha rua estava inundada, pedi para passar a noite lá – Afinal, inchada e dolorida pela cirurgia, seria horrível e perigoso ter que vestir botas de cano alto para enfrentar a enchente. Essa cirurgia me afastou de três coisas que gosto: Dos meus alunos, das aulas de pole dance e da capoeira. E como a recuperação pressupõe muito repouso, este mês foi quase todo dedicado a ler, assistir vídeo aulas e ver filmes e uma série: Finalmente terminei supernatural (nem lembro quando havia começado a assistir).Para quebrar o tom desanimado do texto vou compartilhar aqui os resumos do que assisti e a dica de uma playlist gostosa do spotify: 

Um fim de semana prolongado:

Bart e Vienna se conhecem por acaso quando ambos passam por situações emocionalmente complicadas. O filme segue a clássica estrutura dos romances:  “rapaz conhece garota e…”, entretanto não espere finais clássicos: Não há espaço para “felizes para sempre”, nenhum ex volta para assombrar os pombinhos e nenhum deles morre tragicamente. O obstáculo é um elemento fantástico que empresta um toque de faz-de-conta a uma comédia romântica que foca nos diálogos e numa relação intensa com data certa para acabar. 

O ano em que eu comecei a vibrar por mim

Uma comédia que acompanha a vida de Hanna, uma mulher determinada que não aceita que a vida lhe dê não como resposta. O filme tem passagens engraçadas e apimentadas. Trata-se de uma produção sueca e talvez por isso traga uma sensação diferente das comédias brasileiras ou norte-americanas. 

Como Agarrar meu ex-namorado

Muita ação, trapalhadas, uma pitada de romance e um final bem costurado fazem desse filme uma ótima dica. Stephanie torna-se caçadora de recompensas para sair de uma situação financeira difícil. Sem experiência nenhuma, ela insiste em pegar o caso mais difícil do escritório: Encontrar o ex-namorado, um policial acusado de homicídio que fugiu durante a condicional. 

Supernatural:

A mais longa série de terror/fantasia da história da TV americana segue a história de Sam e Dean Winchester, irmãos criados pelo pai para caçar monstros, salvar pessoas e vingar a morte da mãe. A série questiona a dualidade bem absoluto/mal absoluto bem como os arquétipos: Deus é bom? Os anjos são bons o tempo todo? O15 anos no ar, muitas risadas, emoções, e efeitos especiais. Vale a pena maratonar. 

E vocês? Como estão? Como passaram o mês de Outubro? O que estão achando dessa situação mundial absurda? E o que assistiram/leram/ouviram para relaxar e fazer de conta que o mundo ainda tem jeito?

Agosto: Dias de luta, dias de glória.

Já dizia o saudoso Chorão: Histórias nossas histórias, dias de luta, dias de glória. Refrão que poderia muito bem definir o meu mês de Agosto. 

Há algum tempo venho tentando me preocupar com metas e produtividade, mas de uma forma que faça sentido pra mim. Decidi que precisava de novos hábitos e um pouco mais de disciplina. Não comentei nada sobre isso nas redes sociais por considerar que rotina é algo muito pessoal, porém como algumas vezes sou surpreendida com pedidos de postagens sobre o assunto, decidi escrever mensalmente um balanço aqui no blog . Não sei se vou ou não levar esse tipo de post para o Instagran pois sinto que por lá as pessoas gostam de vídeos e eu não curto gravar esse tipo de conteúdo. 

Como gosto de números ímpares, coloquei como metas pessoais para o mês de Agosto:

  • Fazer ao menos 3 microtarefas domésticas por dia
  • Ter três atitudes diárias de autocuidado 
  • Ter três atitudes diárias de cuidados com o planeta
  • Ler e estudar três coisas diferentes diariamente. 

Sobre as três microtarefas diárias, posso dizer que desempenhei bem: Ora adiantei uma louça do café da manhã, dobrei roupas sem deixar acumular (em casa, divido as tarefas com a minha mãe, mas tinha o péssimo hábito de dobrar/pendurar as roupas uma vez na semana), destralhei livros que já haviam sido lidos para levar em uma “Festa do Livro” e trocar por outros. 

As atitudes diárias de autocuidado foram mais difíceis. Beber água em jejum pela manhã já é um hábito incorporado, mas infelizmente me exercitar todos os dias pelo menos quinze minutos é algo que fiquei me devendo (saudades do trabalho remoto na pandemia, quando eu conseguia duas horas diárias de treino em casa). Exercício em Agosto só no Pole Dance e na Capoeira,ambas atividades que faço uma vez por semana. Na alimentação dei pequenas escorregadas e devorei ultraprocessados (dois ou três chocolates e certamente duas latinhas pequenas de refrigerante), pedi um sanduíche do subway e um bolo de pote que o pai de um amigo vende na escola. Ninguém é perfeito. 

As atitudes de cuidado com o planeta foram melhor sucedidas: Finalmente abandonei o desodorante aerosol e estou utilizando um sólido artesanal. Também estou utilizando coletor menstrual na maior parte do meu ciclo. Evitar os alimentos ultra processados, além de ser um cuidado com a saúde também é um cuidado com o planeta. Outra coisa bacana foi ter encontrado duas lojas de produtos à granel que aceitam que eu leve meus próprios potes para colocar os produtos, sem precisar utilizar saquinhos plásticos! Viva! Alías hoje mesmo tive reunião pedagógica avaliativa e como sempre levei meu próprio copo, pratinho e talher pro café da manhã coletivo. Bom exemplo é a melhor militância possível. 

No quesito de ler e estudar: Estou colocando a matéria da faculdade em dia (quem disse que EaD não tem muita matéria, mentiu ou não conhece a Univesp), além disso consegui estudar ao menos alguns minutos de inglês todos os dias. Mas falhei nas leituras. 

Em Agosto também aconteceu o BEDA e eu estou muito feliz pois consegui postar todos os dias, sem falhar, ainda que muitos posts sejam resultado de material que eu tinha guardado e ainda não havia postado. Foi muito bom poder reencontrar pessoas queridas e seus textos por aqui, relendo os blogs da Lunna Guedes, da Mariana Gouveia, Roseli Pedroso e Obdulio, vendo as dicas de leitura da Claudia Leonardi e da Ale Helga e conhecendo dois novos espaços que amei: Os blogs da Denise Gals e da Suzana Martins.  Vou tirar um ou dois dias de folga mas quero voltar a postar aqui com regularidade.

No trabalho, levei folhas para as crianças desenharem durante o recreio e atividades de lógica e matemática que alguns amaram (tudo reutilizando o verso de papéis usados). Infelizmente nem tudo são flores e eu estou na mesma contenda de sempre: Lutando para garantir o direito de recreação dos alunos, já que direção e funcionários tentam cercear esse espaço-momento alegando que é absurdo uma criança correr, gritar ou rir alto no recreio. 

Também assisti alguns filmes, mas esse tema é para outro post. 

E vocês? Como foi Agosto por aí? Me contem! 

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A voz de quem escreve

Minha cabeça quase sempre está fervilhando com ideias para histórias. Algumas vezes as personagens aparecem diante de mim com trilha sonora, os gestos bem medidos e uma longa e heroica jornada. Algumas personagens de fato existem, outras são criações da minha hiperativa imaginação. E ainda assim, é tão difícil colocá-las no papel. O motivo? Algumas vezes acredito que ainda não encontrei a MINHA voz na escrita. Não a voz da personagem. A voz da escritora.

Há quem diga que somos uma mistura do que lemos e, principalmente, do que amamos ler. Talvez em algum nível sim. O fato é que eu leio tantas mulheres inspiradoras por aqui: Lunna, Roseli Pedroso, Mariana Gouveia. As admiro imensamente com suas escritas profundas, poéticas e elegantes. E toda essa admiração não é suficiente para que eu adote o mesmo estilo. Da mesma forma, gosto do erotismo de Anais Nin, Melissa Panarelo. Da boca suja de Bukowiski. Do sexo quase explícito nos livros da Lena Valenti ou do jogo de submissão de Anne Cécile Declos em “A história de O.” E nada disso é suficiente para que eu diga: A partir de hoje, escreverei dessa forma.

Na verdade, gosto de leituras doces, densas, bem trabalhadas. Mas também amo aquele conto/romance que você consegue ler e entender com pressa, no ônibus ou na fila do supermercado, sem ter dificuldades de entender. E esse é o tipo de literatura que tenho tentado produzir: Algo que dê prazer e movimente a imaginação. Só preciso encontrar o meu ritmo próprio. Dar vida a tantas personagens e povoar minhas páginas em branco.

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A idade do lixo

A Idade da Pedra… Passou

A Idade do Cobre… Há muito nos deixou

A Idade do Bronze… Pelo tempo se perdeu

A Idade d Ferro… Até hoje nos impacta

A Idade Média e suas fogueiras… Ainda nos perseguem

Mas

O que vivemos hoje é a

IDADE DO LIXO

Que se consome

Nos consome

Descartamos sem dó

E nos descartamos… Nesse planeta que é

Nosso lar

Lar inclusive dos que não tem lar

Descartados pelo sistema

Junto com o lixo

Tão visíveis e ao mesmo tempo

Invisíveis

É tanta destruição que, talvez após a idade do lixo

Venha a não – Idade

O deleite da Inexistência

O adeus

Extinção

Tirei essa foto ontem ao ir para o trabalho. Fiz um trato comigo: Nada de telas no ônibus. Pretendia, antes de dormir (sempre durmo), observar a cidade e encontrar algo a fotografar-sentir-pensar: Belo, feio, o que fosse. E me deparei com esse ser humano no meio do lixo, sentado, carros passando ao lado. Só consegui pensar que vivemos a idade do lixo, onde até a vida é descartável.

Rotos tampados para garantir a mínima dignidade.


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Missiva à minha professora de matemática

Cara professora, você lembra de uma menina magrela, moleca, quase sempre com um boné virado para trás e notas excelentes? Naquele tempo, eu queria ser tantas coisas: Veterinária, dançarina do ‘É o tchan’, escritora (crianças tem tantos quereres quanto o céu tem estrelas). Curiosamente, nenhuma das minhas imaginadas futuras profissões envolviam a sua matéria: Matemática. Apesar de ser uma das minhas (muitas) matérias favoritas, um desafio divertido ( E  hoje vejo: Uma maneira de autoafirmação junto ao grupo de colegas, semelhante ao capricho feminino com batom e cabelo ou  incansáveis demonstrações de habilidades futebolísticas por parte dos meninos), nunca imaginei a matemática como profissão. Eu lutava para me convencer que poderia estar sempre mil passos adiante em qualquer coisa que me propusesse a estudar. E, incrível, eu conseguia: Quando fiz aquela prova que me permitiu “pular” a sexta série e ir direto para a sétima, cheguei na nova sala exatamente no dia em que você estava dando uma “prova surpresa” e implorei para fazer. Ganhei um 10 na prova e a antipatia temporária de vários colegas. 

Sob o seu olhar severo aprendi e aprofundei muito do que já sabia. Hoje me pergunto por onde anda este meu “eu” que tinha tanta facilidade em destrinchar as coisas – Aos trinta e tantos anos estou cursando a segunda faculdade e pela primeira vez preciso acordar muito cedo e estudar até atingir a exaustão para entender os cálculos ( Quem inventou cálculo diferencial e integral?), recordo com saudades as tuas explicações detalhadas e pacientes e penso “Com uma aula da Dagmar, eu já estaria calculando integral com os pés nas costas…”. 

Se um dia eu for visitar novamente a cidade onde passei parte da minha infância, irei até a antiga escola apenas para dar um grande abraço e agradecer pelas excelentes aulas (Se você ainda estiver por lá…) e quem sabe pedir umas explicações sobre estes conteúdos tão desafiadores…

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Pintura corporal no Condado

Em 2019 participei pela primeira vez de um evento onde meu corpo serviu de tela para o Adriano Dica e sua arte. Em novembro do mesmo ano, um novo convite e novas fotos, com um desafio a mais: O pincel traçou seus desenhos sobre o meu corpo nu, enquanto alguns fotógrafos e fotógrafas se ocupavam registrando cada momento. Aí veio a pandemia,os cuidados e o isolamento. Eis que este ano surgiu um novo convite e lá fui eu – E a proposta foi ainda mais ousava-divertida: Pintura corporal em uma exposição de artes. Os primeiros traços foram feitos longe de olhos curiosos, depois a porta foi aberta e quem quis pode espiar o artista dando os derradeiros retoques na tela-viva – tela essa que inclusive passeou pelos ambientes da festa e aproveitou para recitar um poema, vestida de tinta e coragem. 

A sensação da nudez é  algo que caminha na corda bamba entre a liberdade de se permitir existir no mundo de uma forma muito próxima a que estava quando chegou nele e o receio de julgamentos equivocados. Além disso, é gratificante servir de tela para a obra de um artista. Na pintura corporal, a tela, objeto de tanto trabalho e inspiração, dura um tempo tão curto – é preciso curtir cada instante desde o início dos trabalhos, aproveitar a sensação de curiosidade, as cócegas do pincel sobre a pele, o cansaço dos músculos imóveis enquanto a arte é criada para sua efêmera existência – Ainda bem que as câmeras existem para imortalizar esses momentos. 

Observação: O condado é um bar-estúdio de tatuagem-barbearia localizado na Rua Ana Pimentel 66, Centro de São Vicente/SP. Apareçam por lá quando estiverem visitando a cidade. 

Uni-duni-tê… Era uma vez a última vez.

Quando foi a última vez que você brincou? Você lembra? Eu não.  Só sei que foi há muito tempo… Se tivesse a consciencia de que um dia o tempo de brincar ficaria para trás talvez tivesse agarrado entre os vaos dos dedos cada segundo. Teria experimentado corda, peteca e corre cotia. É bem verdade que adultos também brincam: Temos nosso trabalho e escolhemos nossos próprios “brinquedos”, geralmente eletrônicos parcelados “à perder de vista”, ou automóveis, apetrechos esportivos- Tudo sempre tão caro que muitas vezes gastamos mais tempo da nossa vida trabalhando pra para adquirir que para utilizar nossos “brinquedos”. E nos sobrecarregados de regras e competições! Como somos competitivos sem motivo! . E isso é triste. O adulto cresce e perde o encanto da vida, a capacidade de se divertir com pouco, a espontaneidade do riso alto, o prazer de sentar no chão entretido por horas a fio num brincar improvisado. E o pior: Esperamos que nossas crianças cresçam rápido para se tornarem exatamente como nós. É tão cansativo e sem sentido que se eu encontrasse alguma vez o gênio da lâmpada desejaria que nossas crianças pudessem ter a infância que vivi nos anos 90 e que os adultos não perdessem jamais o dom de brincar…

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Merecemos nossos recomeços.

Acredito que a maioria de nós é forçada a escolher demasiado cedo a profissão que irá abraçar – Quem somos aos dezesseis, dezessete anos para determinar uma escolha tão importante? Algumas vezes agarramos o que vier – qualquer coisa mesmo: Eu queria fazer faculdade de dança, fiz direito: Foi o primeiro curso que consegui (obrigada ProUni/governo Lula) e mesmo tendo notas altas, não confiei no meu potencial o suficiente para desistir do curso e recomeçar a saga ENEM/Vestibular. Faculdade concluída, ainda falava mais alto aquela sensação de querer algo diferente, que fizesse sentido pra mim. Recentemente cheguei a cursar quatro anos do curso técnico de música, desisti e aprendi que amar algo não significa ter aptidão para aprender-exercer. Deixei meu violão na parede, voltei a dançar sem perspectiva de fazer disso profissão (não por falta de vontade) e me dediquei a alguns concursos. Prestei vestibular novamente e passei – A nota prova que amei meu ensino médio e aprendi tudo que meus professores ensinaram (e até algumas coisas a mais). Hoje começo uma nova etapa: Bacharelado em Ciência de Dados na Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) – Se é o meu caminho “para sempre” só o decorrer do curso e exercício profissional irá dizer, porém a mera perspectiva de aprendizado e mudança já me deixa muito animada. 

E como todo recomeço é repleto de desafios, principalmente quando você é adulta e trabalhadora, já deixo avisado que possivelmente irei sumir um pouco do blog e das redes sociais.

Abraços e me desejem muita sorte!

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TBT 1986-1987

Setenta e oito fotos – Isso é tudo que tenho para recordar o lapso de tempo que se estende entre 25-11-1986, data em que nasci, e 25-11-1987 – data em que completei um ano. Hoje as crianças são inspiração para centenas de cliques tão logo nascem – Quantas imagens especiais são eternizadas e quantas se perdem em meio ao banal do dia a dia? 

Quando minhas fotos ainda eram de papel, me dava imenso prazer mexer nelas, manipular imagens, mostrar aos amigos “esse ponto desfocado no papel sou eu” – me arrependo um pouco de ter digitalizado meu acervo pessoal para facilitar as mudanças da vida – os arquivos pontojotapege podem ser realmente mais fáceis de carregar, guardar na nuvem, compactar em um DVD. Mas são infinitamente sem emoção para mostrar: Não tem como ver fotos no sofá macio da sala, com uma xícara de café quente em mãos e uma boa música de fundo enquanto histórias de um passado cada vez mais distante são contadas. A solução é compartilhar na internet – amigos queridos, conhecidos e até desconhecidos queridos (ou não) podem deslizar o dedo pela tela fria e apertar o botão de curtir automaticamente – sem o sabor do café e das risadas trocadas. E sem a quase obrigação moral de mostrar as próprias fotos antigas.

Mini Darlene – 1987. Para ver mais fotografias desse TBT, visitem meu instagram

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