Bolo de Cenoura com cobertura de brigadeiro

Quando eu era criança, fazer e comer bolos era algo bem frequente em casa – vantagens de ter uma mãe super coruja e habilidosa na cozinha. Com a questão do veganismo, pensei muitas vezes “mas e os bolos?” e confesso que ainda estou dando meus primeiros passos, erros e acertos nesse universo de fazê-los sem ovos. Este bolo de cenoura foi uma surpresa agradável e muito saborosa e eu fico muito feliz em poder dividir essa receita com vocês!

Ingredientes

2 Cenouras

1 e 1/2 xícaras de suco de laranja

2 xícaras de açúcar

3 xícaras de farinha

1 pitada de Sal

2 colheres de chia previamente hidratadas (opcional)

2 colheres de fermento

Preparo: Preaqueça o forno, unte uma assadeira, bata todos os ingredientes no liquidificador (o fermento deve ser o último a ser acrescentado na mistura), despeje na assadeira e leve ao forno.

Cobertura – Brigadeiro de Inhame

2 inhames médios

1 colher de sopa de cacau em pó (ou outro chocolate em pó que não tenha leite na composição)

1 colher de sopa de óleo de coco (se não tiver, pode usar a mesma medida de azeite extra virgem)

50gs de chocolate 60% cacau picado

Preparo:

Descasque e cozinhe os inhames. Leve-os ao liquidificador com o cacau em pó e 1 xícara de água aquecida. Bata bem. Em uma panela coloque o chocolate picado e despeje sobre ele o conteúdo do liquidificador. Adicione o óleo e ligue o fogo, mexendo sem parar até começar a ficar firme e aparecer o fundo da panela. Despeje sobre o bolo ainda quente.

Dica: Se quiser fazer o brigadeiro no ponto de enrolar, mexa por mais alguns minutos, até ser possível ver bem o fundo da panela, depois despeje em um prato e leve para gelar.

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O Místico (Ieso Nascimento)

É difícil saber qual a característica de “O Místico” que mais prendeu minha atenção – A viagem histórica empreendida entre os anos anteriores a Revolução Russa até o final da Segunda Guerra Mundial? As personagens ricamente construídas em todo seu esplendor de detalhes psicológicos? Ou a jornada da Iniciação percorrida pelas personagens?

Alternando entre descrições, detalhes, viagens através da história e autoconhecimento, sem deixar de lado o romance, Ieso Nascimento nos brinda com uma pérola da literatura moderna.

O livro é disponibilizado gratuitamente pelo autor, que me autorizou a envia-lo a quem se interessasse, portanto, se quiser recebê-lo em formato PDF, basta me enviar um e-mail (bob_cristal@hotmail.com) com o assunto Livro O Místico, que terei prazer em envia-lo e divulgar esta bela obra!

Desafio cinetoscópio #10 – O Primo Basilio

Prosseguindo com o Desafio Cinetoscópio dos 30 filmes, chego a proposta número 10: Falar sobre um filme nacional.
No momento, o cinema nacional tem feito sucesso com o filme Aquarius, que pretendo assistir em breve, entretanto, hoje eu preciso confessar uma coisa para vocês: Meus filmes nacionais favoritos são adaptações de livros. Um filme que assisti por acaso esta semana me chamou especial atenção e eu vou falar sobre ele. Trata-se do filme “O primo Basílio”, adaptação da obra de mesmo nome do autor português Eça de Queiroz. O elenco é excelente e a tomada de imagens faz o expectador acreditar tratar-se de um filme rodado na década de 50. Embora haja algumas adaptações – o livro passa-se em Portugal e o filme no Brasil – o enredo segue bem fielmente o livro. Uma coisa me chamou atenção: A sociedade retratada é muito machista! Eu não prestei atenção a isso quando li o romance (talvez porque na época eu tivesse uns doze anos), mas hoje percebo muito o machismo – o quanto os homens julgam as mulheres que como Leonora decidem viver suas vontades e prazeres, a preocupação de Jorge ao pedir que um amigo “tome conta de Luisa enquanto ele estiver fora” (tomar conta? é uma criança por acaso?) e (SPOILLER: SE VOCÊ NÃO LEU OU ASSISTIU PULE PARA O PARAGRAFO  DE BAIXO) o  fato de que quando as coisas começam a apertar, Basílio vai embora e deixa Luisa na mão, voltando para o Brasil somente após a morte dela e sem dar grande importância ao acontecido.

Também chama a atenção a pouca interação entre as mulheres no filme e o fato de que, quando há alguma interação é de forma antagônica (Juliana e Luisa protagonizam cenas bem tensas) ou então para falar sobre… Homens! Há uma escala sobre a adequação de filmes aos ideais feministas (preciso lembrar o nome e escrever sobre isso aqui no blog) e definitivamente esse livro e esse filme não iriam obter uma boa nota neste quesito. De toda sorte é um filme excelente e uma forma agradável de complementar a leitura do romance.

Precisamos falar sobre censura e falsa moral

Já dizia minha mãe que “Quem fala a verdade não merece castigo”. Infelizmente, essa máxima da sabedoria popular não parece encontrar eco nas ações do governo, representadas pela impunidade de alguns e pela ação violenta da polícia contra outros.

Em Santos, no último dia 30, a Trupe Olho da Rua, formada por atores que se dedicam ao teatro de rua, teve sua apresentação interrompida pela PM de forma brusca – Um ator saiu algemado, elementos do cenário foram apreendidos, bem como o celular de uma espectadora que filmava a apresentação – e, portanto, acabou filmando também o momento da chegada da Polícia Militar.  “Blitz, o império que nunca dorme”, peça cuja apresentação foi interrompida, retrata de forma crítica e bem-humorada, a truculência da do Estado, através de seu braço denominado Polícia, contra a população, em especial contra os que se encontram em situação menos privilegiada: Negros, pobres, periféricos (em determinado momento, um dos personagens da peça pergunta “em quem eu atiro?” e recebe como resposta “no preto”) e contra os que estão lutando por seus direitos (áudios utilizados citam as manifestações de Junho de 2013 contra o aumento das passagens de ônibus). Os atores vestem-se com roupas semelhantes às utilizadas pela polícia, máscaras, saias e cassetetes e utilizam a bandeira do Estado de São Paulo, a Bandeira do Brasil e trechos do Hino Nacional. A alegação para a prisão foi “Uso indevido dos símbolos nacionais”. Caro leitor, cara leitora, antes que você possa responder que houve uma razão para tal ato, vamos pensar um pouco:                                                                                                         A polícia não se sentiu incomodada com o uso dos símbolos nacionais! Os policiais certamente interromperam a peça devido às críticas feitas de forma irreverente ao órgão – eles apenas não podiam citar isso de forma clara e direta como motivo da opressão, pois, em tese, a censura não vigora em nosso país! O que me leva a pensar dessa forma? Em 2014, quando o Brasil perdeu a copa do mundo, bandeiras foram queimadas – isso mesmo QUEIMADAS. Pergunto-lhes: Alguém foi preso por queimar um símbolo nacional? Vamos além: Quando o verão chega, é comum vermos a bandeira utilizada em sungas, em cangas, em chinelos. Não seria então um mau uso dos símbolos nacionais utilizarem nossa bandeira para encobrir corpos seminus? Não caracterizaria mau uso de nossos símbolos utilizar a bandeira em uma sunga ou pisar sobre nosso pendão quando este está estampando um chinelo? Ora, ainda não tomei conhecimento de processos contra os que fabricam e vendem estes itens! Mas o ator que utilizou a bandeira como item de um cenário que retrata a (infelizmente real) truculência do Estado foi preso sob a alegação de desrespeitar os símbolos pátrios. Uma grande infelicidade em um país “democrático”.         É necessária uma grande reflexão – para onde estamos caminhando? Queimamos bandeiras por derrotas no futebol, temos artistas reprimidos por falar a verdade através de sua arte, convivemos diariamente com notícias que retratam a intolerância religiosa, o machismo e a homofobia. Um deputado homenageia um torturador da época da ditadura e permanece livre, protegido por seus pares que não consideram um crime suas declarações.  Desde quando homenagear torturadores tornou-se ato aceitável e dizer a verdade de forma a instigar o senso crítico da população tornou-se ato criminoso?

Eu poderia terminar este texto aqui, mas não gosto de falar apenas sobre a parte meio vazia do copo! Acredito no otimismo e na importância de falar sobre o copo meio cheio, sobre as razões para acreditar! E sabe uma coisa que me leva a pensar que ainda há esperanças? Ontem, mesmo sob o risco de sofrer a repressão policial tão presente nos protestos, em vários lugares do Brasil pessoas foram às ruas contra a PEC 241, conhecida como “PEC do fim do mundo” e que congelaria por vinte longos anos o orçamento público. Em Santos, alunos da UNIFESP, que já ocupam um dos campus em protesto contra a PEC, foram às ruas, juntamente com estudantes secundaristas e trabalhadores que sabem o significado trágico da possível aprovação da emenda. Após percorrer o trajeto planejado, o ato prosseguiu na Praça da Independência e, pouco antes da dispersão os atores da Trupe Olho da Rua apresentaram um pequeno trecho do espetáculo “Blitz, o império que nunca dorme”. Foi uma alegria dupla assisti-los após o episódio que se deu em Outubro e na companhia de tantos lutadores que, inconformados com os desmandos do governo interino (golpista), ainda tomam as ruas para que sua voz seja ouvida!

Deixo aqui um trecho de “Blitz, o império que nunca dorme”. Se quiserem conhecer mais sobre a Trupe, cliquem aqui e curtam a página deles no Facebook.

As Ilusões Perdidas

Um livro que , respeitadas as mudanças de costumes trazidas pelo decorrer das décadas, mantém-se desconcertantemente atual. O autor, magistralmente, mostra a força da imprensa, que já em seus primórdios parisienses, mostrava-se capaz de alavancar a reputação de obras e pessoas – ainda que estas não merecessem – ou de derrubar tantas outras obras e pessoas que mereceriam a glória almejada. Mostra também as intrigas de uma sociedade aparentemente perfeita. Acaso não vivemos assim hoje? Temos por verdade absoluta o que publicam jornalistas, deixamo-nos levar pela aparente perfeição desta ou daquela família e envolvemo-nos em intrigas que não nos dizem respeito. Acaso ainda hoje o dinheiro não tem sido capaz de comprar opiniões? O capital mostra-se cada vez mais cruel, comprando a honra dos que deveriam dedicar seu tempo a elevar as condições de vida da população? Não causa estranheza notar que já em mil oitocentos e tanto era assim? A humanidade acaso não consegue aprender a lição e despojar-se de supostas e falsas honrarias em busca de uma vida pacífica e igualitária?

Luciano é um anti-herói: Rapaz da província, órfão de pai, mantido pelo esforço da mãe parteira, da irmã engomadeira e do amigo, dono de uma tipografia e inventor, almeja alcançar a glória literária, envolve-se com uma senhora da nobreza, casada e que o toma por protegido levando-o para Paris após o que poderia ser um escândalo. Na capital ele irá vivenciar o abandono, a desilusão, a miséria, a amizade verdadeira, a camaradagem, o amor, o luxo e a humilhação que o levarão de volta a sua terra natal para vivenciar todo o mal que causara à família. Luciano, em Paris, perde suas ilusões de escritor e o pouco de caráter o honra que possuí, e em muitos momentos o leitor chegará a sentir ódio pelo personagem, para em outros, diante dos sofrimentos, torcer por uma reviravolta que o leve a posição almejada.

As personagens femininas merecem um parágrafo à parte: O autor diversifica bastante os detalhes de comportamento das mulheres em sua obra. São em geral mulheres fortes, astuciosas e decididas – seja para jogar em sociedade utilizando peripécias e meios sujos de obterem posição social ou vingança, seja para garantir a sobrevivência da própria família em momentos de apuro.

Balzac consegue traçar uma linha tênue entre vaidade e honra, quebrada algumas vezes, por motivos pessoais e/ou financeiros. Ele retrata uma sociedade moralmente decadente e as dificuldades de manter-se em luta por seus objetivos sem envolver-se em um mar de lama – E acredite, o autor consegue mesmo criar personagens capazes de manter a pureza de princípios em meio a tudo e todos. Além de traçar este retrato de costumes, mostra-se um retrato político da época. É um livro descritivo, cheio de períodos longos, porém não chega a ser cansativo.

Uma curiosidade sobre a obra: No decorrer do livro, surge a interação de personagens de outras obras do autor, o que inicialmente trás certo desconforto, mas depois acaba por despertar o desejo de ler os livros citados. Muito embora seja um dos clássicos da literatura francesa, apresenta um vocabulário acessível, de compreensão tranqüila.  Pesquisei e descobri que não houve adaptação cinematográfica para o livro, o que é ao mesmo tempo um motivo de lástima e de alegria para os amantes da boa literatura.

Sem dúvida, indico a leitura, principalmente se você pretende dedicar-se a literatura, pois perceberá, com o tempo, que o trecho que lhes deixo, é bastante verdadeiro:

“Para fazer obras belas, meu pobre rapaz, terá de, a penadas de tinta, esgotar seu coração de ternura, de seiva,de energia, e ostentar paixões, sentimentos, frases! Sim, escreverá em lugar de agir, cantará em vez de combater, há de amar, há de odiar, há de viver, em seus livros; mas quando tiver reservado suas riquezas para o estilo, seu ouro e sua púrpura para os personagens, tendo de andar em andrajos pelas ruas de Paris, feliz por haver criado, rivalizando com o Registro Civil, um ser chamado Adolpho, Corina, Clarissa, Renato ou Manon, quando houver estragado sua vida e seu estômago para dar vida a esta criação, há de vê-la caluniada, traída, vendida, deportada para as lacunas do olvido pelos jornalistas, sepultada por seus melhores amigos”

Desanimador? Talvez, mas ainda assim, há ainda outro trecho cheio de verdades:

“Quando uma águia cai, quem pode saber em que fundo de precipício se deterá? A queda de um grande homem é sempre proporcional a altura em que chegou”

E de que vale chegar às alturas por meios escusos, acumulando inimigos e devendo favores que não possam ser cumpridos com a consciência limpa? A obtenção da glória e do poder por meios escusos só garante uma grande queda sem rede de proteção rumo ao abismo.

Enfim, leiam, e, se puderem, compartilhem este pequeno artigo para despertar em outros a curiosidade pela leitura! E não esqueçam de deixar um comentário aqui ou na página do facebook dizendo o que acharam do livro!

Poema para um jovem lutador socialista

Outro dia um amigo comentou que há tempos não me vê escrevendo poesias, que meu Facebook tem refletido somente minhas opiniões políticas e alegou que a alma de uma poetisa não se adequaria a uma vida envolvida em movimentos sociais e partidos políticos. Discordei. É possível, como diria Che Guevara, endurecer sem perder a ternura. Hoje, organizando alguns papéis, me deparei com este poema que escrevi horas após uma manifestação que pedia o Fora Temer. O poema se formou em minha mente já durante o percurso e terminou de tomar forma quando cheguei em casa e assisti algumas filmagens do ato. Hoje resolvi dividir essa poesia com vocês e dizer que, até mesmo durante um ato de manifestação é possível encontrar um tanto de poesia, basta querer e deixar a alma aberta! E, não, o poema não foi direcionado a ninguém em especial!

POEMA PARA UM JOVEM LUTADOR SOCIALISTA

Olhar sereno que reflete um’alma pura
Olhar cintilante de quem caminha por onde manda o coração
Bem sabes que a estrada é longa e por vezes dura
E inda assim andas com alegria e determinação

És deveras belo, e parece que disso nem se dá conta
Caminhando segue o destino
Caminhando pr’onde a consciência aponta
Determinado e corajoso homem-menino

Planta com ideias uma semente
Que no futuro muitos irão colher
Sabe que a vida não é só o presente
E com firmeza e entusiasmo escolheu seu modo de viver

Que nesta longa caminhada
Haja sempre entre as lutas, alegria
Que haja sempre uma rosa vermelha na estrada
Para alegrar-te a cada dia!

(Santos, 31 de Agosto de 2016)

Desafio Cinetoscópio #9 – Jogos Vorazes

Quando penso em assistir um filme, dou preferência aos que apresentem fatos históricos, sejam baseados em livros ou possuam algum assunto de meu interesse. Por vezes, gosto de assistir filmes voltados ao público jovem também, pois em geral são histórias leves e com final feliz. Quando penso em cinema, acrescento um outro tópico: Efeitos especiais. Assistir filmes no cinema, na minha opinião, não combina com histórias densas e tramas complexas, pois eu me desconcentro muito fácil diante da telona. Mas combina e muito com efeitos especiais! E isso os filmes dos Jogos Vorazes tem de sobra! Infelizmente eu não pude assistir os filmes no cinema, então, já que o tema do desafio é “um filme que você gostaria de ter assistido no cinema”, farei algumas considerações sobre os quatro filmes da saga.

Jogos Vorazes é uma distopia. Num futuro, após uma grande guerra, há a divisão em zonas sob o comando da Capital. A população vive uma ditadura, onde é impossível emitir opiniões, mudar de classe social, enfim, realizar atos comuns. A capital está sempre presente controlando a vida de todos através de um forte aparato tecnológico. Não bastasse tudo isso, a cada ano, são sorteados um menino e uma menina de cada zona para participarem dos “Jogos Vorazes”, uma competição transmitida ao vivo onde eles são colocados em um lugar selvagem e cheio de armadilhas e  devem sobreviver e matar uns aos outros até que apenas um sobreviva. É nesse ambiente que vive Katniss Everdeen. Quando a irmã mais nova de Katniss é selecionada para participar dos jogos, Katniss se voluntaria para ir em seu lugar. Peeta Mellark, rapaz que admirava Katniss a distância, é selecionado também. Embora o filme seja bastante conhecido, vou me abster de mais comentários, dizendo apenas que  Katniss termina o primeiro filme como um símbolo de resistência, conhecida como “O tordo”, a única que poderia unir todos e liderar uma insurgência contra a capital. Os fatos nos outros filmes se desenrolam de forma que a única opção de Katniss é justamente esta: liderar. Entretanto, há uma parte bastante obscura em todo este plano de derrubar a ditadura instaurada. É um filme perturbador por ser direcionado a adolescentes – considerei bastante violento pelas cenas e pela violência emocional que cerca o cenário. Por outro lado, é um filme que reflete sobre à importância da união, da lealdade e da amizade e os perigos de um comando ditatorial. Infelizmente o último filme deixa a desejar – Katniss durante a saga apresenta as características de uma mulher jovem e forte, mesmo em seus momentos de medo ou angustia. Ela tem, como todos, momentos de desespero e aflição, mas mantém-se moralmente forte e independente. É uma rara situação no cinema norte-americano voltado ao público jovem onde a mulher não é uma princesinha fútil. Pois bem, tudo isso vai um pouco por água a baixo no final do último filme onde (me perdoem o spoiller), ela aparece casada com um bebê nos braços e observando o filho mais velho brincar com o marido. Essa situação, infelizmente, mostra o casamento e os filhos como prêmios ou ideais a serem buscado por uma mulher – não tenho absolutamente nada contra quem decide se casar ou ter filhos – mas romantizar dessa forma a maternidade, como se não houvesse a possibilidade de um “final feliz” sem marido e filhos é, na minha opinião, pouco saudável, pois leva as adolescentes a supervalorizarem os relacionamentos em detrimento dos estudos, por exemplo. Hoje a mulher tem um papel importante a cumprir na sociedade e deve manter em mente que ela irá se casar SE quiser e irá ter filhos SE quiser, isso não é uma imposição ou um modelo que deve obrigatoriamente fazer parte de sua vida, então, seria bem interessante se os filmes refletissem isso e mostrassem finais felizes onde não necessariamente a mulher terminasse casada e com uma prole de tamanho considerável.

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November Rain

A chuva fria me trouxe a lembrança de uma canção que aprecio bastante: November rain. Sim, estamos em Novembro, mês de chuvas e dias quentes. O final de ano começa a se anunciar nas lojas decoradas em vermelho, verde e branco-fingindo-que-é-neve. As pessoas, nesta época, já fazem planos para o próximo ano que pouco a pouco vai se avizinhando e lamentam o que não fizeram neste ano que vai indo embora. Novembro é o mês em que as aulas se acabam, em que começam os planos para as férias. Para quem trabalha no comércio, é o mês em que os dias se tornam mais longos e cansativos. Ouvindo uma seleção de boas músicas, peguei o caderno para escrever algo sobre o dia nublado, chuvoso, frio. E quando tentava ainda traçar as primeiras palavras percebi que este é o mês em que completo meu trigésimo verão. Dia 25 deste mês eu completo trinta anos, 10958 dias já vividos (sim, fiz as contas). Eu realmente não lembro como eu, quando criança, imaginava que seria aos 30 anos. É uma idade que assusta um pouco, afinal, parece que os dezoito chegaram ontem e eu me pego pensando: Cadê os outros anos entre os dezoito e os 30? Onde eles se esconderam? O tempo passa bem rápido realmente… A minha geração cresceu entre filmes da Disney, romances comerciais e músicas de qualidade as vezes duvidosa. Eu cresci entre tudo isso, com acréscimos que me tornam um pouco mais realista, cética e um pouco desanimada do mundo: filosofia, livros clássicos, músicas mais antigas. Mas neste mês, somente neste mês em que celebro um próximo ciclo, todos os anos me dou o direito de ser um pouco adolescente e sonhar em receber uma surpresa romântica no dia do meu nome (nunca acontece, mas tudo bem).Nos últimos dois anos consegui até mesmo estar perto de amigos que amo – algo que jamais me aconteceu na infância ou mesmo na adolescência. Novembro também é um mês em que começo a organizar um monte de coisas: Roupas que não uso mais para doar, livros que já li e não vou usar mais, livros que ainda quero ler… É, é um mês intenso… Tão intenso que tem até uma música própria: November Rain… E eu sigo caminhando sob a chuva fria, cantando “So if you want to love me, then darlin’ don’t refrain, Or I’ll just end up walkin’,In the cold November rain”

Beltane ou Samhain

No Norte o Deus faz sua passagem
E vive no ventre da Deusa
Predomina a escuridão
A canção do vento é uma homenagem
Aos antepassados que fizeram sua derradeira viagem
Viva Samhain, viva a Deusa, viva o Deus que foi consorte da Deusa e agora morre para renascer do ventre da Mãe!
No Sul a Deusa e o Deus fazem a sagrada União!
E no ventre fértil da Donzela fica a semente
Em breve o Deus morrerá para renascer
Fitas se trançam ao redor do mastro, fogos se acendem!
Vamos festejar a União do Deus Cornífero e da Donzela, que em breve será a mãe!
Viva Beltane! Viva o grande casamento!
Viva a deusa das três faces – Jovem , mãe, anciã!
Vivam os que atendem ao Chamado! Feliz Beltane, Feliz Samhain!