O inverno está chegando… É tempo de Sopa!

Friozinho… Sopa… Tudo de bom não é mesmo? A receita de hoje não é tipo “gourmet” e a foto também não está lá muito bonita, mas é uma delícia!

Sopa de Espinafre

1 maço de espinafre lavado, cozido e picado

Alho, cebola, páprica, azeite e temperos à gosto

1 xícara de aveia (deixar hidratar por uns 20 minutos)

Preparo:

Primeiro vamos fazer o “leite” da aveia: Eu utilizei a aveia integral, mas dá para fazer com a aveia em flocos também. Se optar pela aveia integral, você deve deixar de molho uns 15-20 minutos, escorrer e bater no liquidificador com 4 xícaras de água e peneirar em peneira fina (Dica: Bata com duas e use as outras duas para enxaguar o liquidificador). Se for fazer com a aveia em flocos, use duas xícaras de água para hidratar, mas não escorra, apenas coloque ela hidratada no liquidificador com a própria água e com mais duas xícaras, bata e coe. Numa panela, refogue o espinafre com os temperos todos, e, quando já estiver refogado, despeje o leite na panela e deixe ferver mexendo de vez em quando. Acerte o tempero e sirva bem quentinha.

Dica: Congele os resíduos da aveia para fazer biscoitos, bolo ou pão (logo passo alguma receitinha que utilize os resíduos aqui! Enquanto isso, use a imaginação!)

Sopa de espinafre

Precisamos falar sobre maconha: 2ª Marcha da Maconha da Baixada Santista

No último sábado, 21/05, ocorreu na cidade de Santos (SP/Brasil) a Segunda Marcha da Maconha. Saindo da Praça da Independência com direção ao Parque Municipal Roberto Mário Santini, mais conhecido como Emissário Submarino, os manifestantes entoavam palavras de ordem pedindo a liberação do uso medicinal e recreativo da planta, bem como do plantio doméstico que daria ao usuário a autonomia de obter seu próprio produto, sem toda a carga negativa ligada ao tráfico de entorpecentes . Pelas ruas e janelas dos prédios, algumas pessoas observavam com desaprovação, enquanto outras cumprimentavam com sorrisos e acenos – afinal, o uso da Cannabis ainda é uma prática polêmica. Ao final do ato, os participantes aproveitaram para curtir a noite, fazer novas amizades e andar de skate sob um por do Sol que parecia feito sob encomenda e, posteriormente, sob o luar de uma noite amena.
O uso da maconha é conhecido pela humanidade desde a descoberta da agricultura – no correr dos séculos a planta foi utilizada para fins recreativos, medicinais e religiosos (Quer saber mais? Acesse o site da Sociedade Albert Einstein clicando aqui. Atualmente, a legislação brasileira não prevê prisão para o usuário de drogas, entretanto, o fornecedor ou a pessoa que decide plantar para consumo são enquadrados pela lei como traficantes. Tal redação causa alguns problemas, como a discussão acerca da quantidade (qual quantidade de drogas caracteriza o usuário? A partir de qual quantidade enquadra-se como traficante?), bem como torna difícil a vida do usuário que quer ver-se livre do tráfico, pois o plantio leva à prisão – embora haja farta jurisprudência absolvendo cultivadores que possuam poucas plantas (novamente chegamos àquela discussão: Quantos pés de maconha caracterizam o usuário e quantos caracterizam o traficante?). Recentemente houve também uma pressão popular pela liberação do uso do canabidiol, substancia derivada da Cannabis, útil em tratamentos de doenças neurodegenerativas.
Muito embora o uso medicinal seja pouco a pouco assimilado e aceito, o uso recreativo permanece alvo de críticas por parte de um alto número de pessoas. Numa sociedade em que o uso (e abuso) de bebida alcoólica é praticamente cultuado em músicas famosas (basta digitar as palavras música e álcool no google e surgem algumas reportagens sobre o assunto), chega a ser incompreensível estigmatizar o usuário de Cannabis – Principalmente quando há estudos que relatam o álcool como sendo 144 vezes mais letal que a maconha (Quer saber mais? Clique aqui!). O corpo humano é complexo e qualquer substância ingerida causa alterações – benéficas ou maléficas – no organismo e, algumas substâncias causam também alterações no comportamento do indivíduo. Se formos defender a proibição do uso recreativo da maconha alegando possíveis danos à saúde do usuário, seria uma medida coerente proibir dentre outras coisas o consumo de carne (há estudos associando o alto consumo de proteína animal ao câncer), o fast food (obesidade mata, sabiam? E, não, não quero ser gordofóbica), o álcool, o tabaco, a pílula anticoncepcional, dentre outras coisas. Se expandirmos o argumento alegando que cada um é responsável pela própria saúde mas não tem o direito de utilizar substâncias que coloquem em risco a saúde de outros, poderíamos sem dúvida dizer adeus àquela caipirinha ou à cervejinha no final de semana – Afinal, sabemos que o álcool, mesmo em pequenas quantidades, causa acidentes de trânsito fatais bem como pode alterar o comportamento de alguns indivíduos deixando-os bastante agressivos. Diante de tantas informações, já está mais do que na hora do Brasil seguir o exemplo de outros países e legalizar o uso da cannabis, medicinal e recreativa, pois, somente com a liberação será possível retirar o estigma que persegue o usuário e pautar campanhas acerca do uso consciente e da redução de danos.

Ah: Uma cena que vale a pena assistir: Sabe esse baseado gigante que aparece na foto da Marcha? Então, a galera que anda de skate usou ele como obstáculo para pular! Eu não consigo mais carregar vídeos aqui no blog, mas o tem a filmagem no canal do youtube, é só clicar aqui. E se vocês quiserem me ver tentando aprender a andar de Skate, é só clicar aqui e conferir!

Sobre a camiseta: Foi feita em casa com todo carinho especialmente para a Marcha! E foi bem fácil de fazer: Bastou podar algumas folhas de ipê e colar em um papelão dando o formato da folha de cannabis, como na imagem. Depois, é só aplicar tinta para tecido e carimbar em uma camiseta (no meu caso, escolhi uma camiseta bem larga que eu adorava e que já havia sofrido um acidente ficando manchada de gordura e carimbei as folhas em cima das manchas). É bom colocar uma camada grossa de papel dentro da camiseta para evitar que a tinta passe de um lado para outro do tecido! Cada vez que “carimbar”, tem que passar a tinta novamente na folha, sem exagerar para não ficar manchado! Depois é só colocar para secar!

Livro do mês – Marília de Dirceu (Tomás Antonio Gonzaga)

Tomás Antonio Gonzaga nasceu no Porto, em 1744, vindo para o Brasil aos sete anos. “Marília de Dirceu” reúne toda a produção lírica do autor, tendo originalmente sido publicado em três partes, uma em 1792, uma em 1799 e a última em 1812, dois anos após a morte do poeta.
Seus poemas são interessantes, pois unem a paisagem bucólica típica do Arcadismo, do qual Gonzaga foi expoente, a uma forma bem suave de contar seus dramas pessoais. Nota-se também citações de deuses mitológicos gregos, como Vênus e Cupido – típicas do período neoclássico.
Um fato interessante que não cheguei a aprender nas aulas de literatura do colégio: Tomás Antonio  Gonzaga foi um um dos Inconfidentes e, por isso, foi preso na Ilha das Cobras e, depois, enviado para o exílio em Moçambique. Relatam seus biógrafos que sua prisão impediu o casamento com sua então noiva Maria Doroteia (A quem o poeta chama “Marília” em sua poesia). Por maior que fosse o amor que o poeta nutria por Maria Doroteia, o infeliz desfecho de seu noivado não impediu Gonzaga de encontrar uma esposa – Talentoso, culto e bastante ousado, conseguiu impor-se em Moçambique, casando-se com uma moça analfabeta e rica – O que deixa perplexos os leitores adeptos ao romantismo, cujos corações esperariam certamente saber revelações dando conta de que o poeta morrera sozinho chorando pela amada. Seja como for, foram os amores por Marília e a forma com que os retrata que fizeram o nome do poeta chegar até os dias atuais.

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Para quem quiser ler um pouco mais sobre o arcadismo, indico este material aqui ou este outro  – Em breve pretendo fazer alguns apanhados sobre história da arte e da literatura e postar no blog, preciso tomar um folego antes e relembrar bastante coisa, então estou indicando um dos materiais que li e gostei!

Ilustrando o post, uma imagem da tela “Os campos elíseos” de Antoine Watteau.

Leitura e música (ao menos para mim) caminham sempre juntas, infelizmente não estou conseguindo colocar vídeos nas postagens, pois aparentemente o plano gratuito não permite mais que sejam anexados vídeos, então, se quiserem ouvir um pouco das canções que apreciei durante a leitura do livro, é só clicar aqui. (Não, a música não se relaciona nem um pouco ao período em que a obra foi escrita).

A Filosofia na obra de Machado de Assis (Miguel Reale)

Trata-se de um estudo crítico elaborado pelo conhecido jurista e filósofo Miguel Reale. Na obra em comento o autor analisa as influências de filósofos como Pascal, Renan e Schopenhauer na obra de Machado de Assis, influências que em alguns momentos levaram Machado a criar bases de uma filosofia própria, difundida através das personagens de seus romances. Na segunda parte do livro, encontram-se organizados trechos de textos de acordo com temas explorados pelo autor estudado, tais como: Natureza, humanitismo, o mundo como representação e outros.

Um ponto fundamental para a compreensão da obra de Reale é a necessidade de se ter lido previamente boa parte da obra machadiana, bem como ter-se uma base, ainda que pequena, das principais ideias de alguns grandes filósofos. Por outro lado é certo que um leitor que ocasionalmente se depare com este livro sem reunir as condições mínimas acima citadas, será acometido por uma intensa vontade de ler mais textos do inigualável escritor brasileiro e, quem sabe até, de expandir suas leituras para os campos da filosofia.