Se me perguntarem sobre um filme que considero um clássico, certamente vou citar “A um passo da eternidade”. Mas eu já falei sobre este filme no desafio no item #4 e agora precisei escolher outro filme que eu considerasse clássico. Acabei escolhendo então “Um Bonde Chamado Desejo”. É um filme de 1951, baseado na peça homônima de Tennessee Willians. O filme se passa em Nova Orleans, Estados Unidos e tem sua ação baseada na vida de duas irmãs: Stella Kowalski, casada com Stanley é uma dona de casa a espera de seu primeiro filho, que recebe a visita da irmã, Blanche DuBois, mulher madura e atraente, cujo marido se suicidara tempos antes. Vindas de uma família que possuíra boas posses, apresentam reações diferentes diante dos infortúnios da vida – Stella casa-se com Stanley, homem rude, grosseiro, dominador que exerce sobre ela um fascínio sensual. Blanche desenvolve alcoolismo, além de entregar-se a aventuras que lhe rendem uma má reputação. Os modos de uma refinada vulgaridade de Blanche contrastam-se com o comportamento grosseiros de Stanley, que a desmascara perante a esposa e perante o homem pelo qual Blanche se interessa ao chegar a Nova Orleans, culminando num desfecho triste.
Assisti este filme quando escolhi uma cena da peça para apresentar em uma prova de ingresso no curso técnico de teatro, para o qual infelizmente não cheguei a ser aprovada. Não é um filme significativo em se tratando de analisar eventos históricos ou políticos, mas possui um texto marcante, ótimo elenco e traz uma reflexão sobre o machismo: O comportamento de Blanche diante do homem pelo qual ela se interessa é irrepreensível, mas ainda assim ela é julgada e condenada por seu comportamento passado. Infelizmente,julgar o caráter de uma mulher pelo seu passado afetivo sexual é ainda uma prática comum, embora as consequências atuais não sejam tão cruéis como na década de 50, o comportamento julgador da sociedade, em especial dos homens, ainda pode ser bastante cruel. Há também cenas de violência doméstica, física e psicológica, que são encaradas como naturais pela vítima e pelos que estão ao redor, outro comportamento que devemos lutar para mudar no dia a dia: Violência não deve ser aceita!
Em geral, indico o filme e o livro, e espero um dia assistir alguma montagem teatral baseada no livro.
“Não quero realismo. Eu quero magia. Sim, sim, magia. É o que tento dar às pessoas. Não digo a verdade, digo o que deveria ser verdade. E se isso é pecado, que eu seja amaldiçoada para sempre. (Blanche DuBois)”