Paella de Cogumelos

Paella de Cogumellos, uma opção saborosa e requintada.
Paella de Cogumellos, uma opção saborosa e requintada.

INGREDIENTES:

  • 1 e ½ xícaras de arroz
  • 1 cenoura descascada e cortada em cubos
  • 1 pimentão verde em fatias
  • 1 pimentão vermelho em fatias
  • 1 pimentão amarelo em fatias
  • 100gr de cogumelo shitake cozidos cortados em tiras
  • 100gr de cogumelos paris cortados em quartos
  • 50g de ervilhas frescas ou congeladas
  • 1 cebola pequena picada
  • ½ lata de tomates pelados com molho
  • 1 pitada de açafrão
  • 4 colheres sopa de azeite
  • 1 pitada de páprica picante
  • 3 xícaras de caldo de legumes
  • Sal e salsa picada fresca a gosto

PREPARO

Mantenha o caldo de legumes aquecido em uma panela a parte. Numa paellera (ou numa panela comum de fundo largo) coloque o azeite e refogue a cebola e um pouco de sal. Acrescente a cenoura e os pimentões e dê uma refogada. Retire algumas rodelas de pimentão e reserve para a decoração. Afaste o restante para que fiquem junto à borda da panela e coloque o arroz, a páprica e o açafrão. Refogue um pouco e depois cubra com o caldo de legumes e os tomates com molho. Tampe e deixe até ferver. Quando ferver, ajuste o sal, e deixe por mais 5 minutos. Em seguida acrescente as ervilhas e os cogumelos. Tampe e cozinhe até o caldo quase secar. Coloque os pimentões reservados para a decoração e deixe mais 3 min. no fogo. Desligue e regue com azeite e salsa.

  • Dicas:
  • Se você não tem paellera ou wok, pode fazer em uma panela comum mesmo. Neste caso, se quiser decorar, pode retirar novamente os pimentões reservados para decoração, colocar a paella num refratário e decorar
  • Os cogumelos shitake podem ser substituídos por shimeji
  • Se comprar os cogumelos frescos na feira, lave bem e deixe de molho por alguns minutos. Depois, corte as pontinhas dos talos mais grossos e descarte. Leve-os cozinhar por alguns minutos (uns 15 ou 20 min) em água com um pouco de sal. Descarte a água da fervura e reserve os cogumelos para uso.
  • Não é necessário utilizar caldo de legumes. Pode usar a mesma quantidade de água no lugar do caldo.

***Receita retirada do site Cantinho Vegetariano: http://www.cantinhovegetariano.com.br/

*** Fotos: Darlene Regina.

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Crônicas de um sábado (Ou risos e melancolia)

Mais um sábado. O cheiro do café na cozinha quase se mistura ao perfume do xampu do banho matinal. Não são nem sete horas da manhã. E como é bom acordar cedinho e iniciar um dia cheio de atividades. Roupa, material de estudo… Hora de correr até o ponto de ônibus e embarcar rumo a mais um dia lotado de risos e desafios.
A fina chuva insistia em cair, escorrendo pela vidraça. Minha alma não contava com essas gotas melancólicas que embaçavam a paisagem. O trânsito lento e o balançar suave do ônibus levam os pensamentos a vagar pelo mundo todo que trago dentro de mim. É como se as lembranças sussurrassem histórias já vividas em meus ouvidos. Como se o vento e os respingos da chuva que entravam pelo vão entreaberto da janela quisessem me acariciar lavando meu rosto com a água fria. Relaxo e fecho os olhos… Um sono me invade e durmo. Acordo com o som de risadas e conversas. No ônibus lotado entrara um casal jovem… Uns dezesseis, dezoito anos no máximo. Ela havia se sentado no banco ao meu lado e o garoto no banco do outro lado do corredor… Gracejam e mandam beijos um pro outro. Tão lindo começar o dia assim… Ofereço meu lugar para que o rapaz se sente e passo eu para o banco que ele ocupava. Eles me agradecem e se aconchegam juntinhos, mãos entrelaçadas e aquele sorriso bobo nos lábios… Encosto novamente no banco e fecho os olhos… Uma saudade de viver momentos assim: Mãos entrelaçadas… Sorriso fácil… Ternura e inocência… É confuso… Parece que foi ontem a última vez que senti meus dedos se entrelaçarem em outros dedos… E ao mesmo tempo, parece que faz tanto tempo… Seja como for, presenciar momentos de ternura logo pela manhã fez o meu dia mais belo.

Hambúrguer de Grão de Bico

11-08-14 lanche saudável com hamburguer de grão de bico (4)

  • 2 Xícaras de grão de bico cozido e escorrido
  • 5 Colheres de Azeite
  • 1 Cenoura ralada
  • ½ Cebola picada
  • 1 dente de alho grande picadinho
  • Salsinha à gosto
  • 3 Colheres de Aveia em flocos
  • ½ xícara de gérmen de trigo
  • 2 colheres de farinha de rosca
  • Sal e pimenta à gosto.

PREPARO:

Refogar no azeite o sal, a pimenta, o alho, a cenoura, a cebola, o alho, a aveia e o gérmen de trigo. Reservar. Bater o grão de bico no multiprocessador. Colocar em uma mistura e juntar os ingredientes refogados, mexendo bem. Acrescentar a salsinha e a farinha de rosca para dar liga (ver dicas)
Dividir em bolas e moldar os hambúrgueres, levando-os para a geladeira por no mínimo uma hora.
Untar uma chapa/grelha antiaderente com óleo e fritar os hambúrgueres.

>DICAS

>Na falta de gérmen de trigo, pode-se utilizar fibra de trigo.
>Caso não tenha multiprocessador, será necessário colocar um pouco de água ou azeite para bater o grão de bico, isso fará com que seja necessário acrescentar mais aveia e fibra.
>Caso a massa não fique consistente, vá acrescentando mais aveia, farinha de aveia e fibra de trigo (ou gérmen de trigo) até dar liga.

Você pode servir no pão ou acompanhado de saladas, como na foto.

Receita adaptada do site “Cantinho Vegetariano”

http://www.cantinhovegetariano.com.br/

IMAGEM: Arquivo pessoal.

A Casa das Sete Mulheres

O livro que originou a série de TV produzida pela TV Globo e exibida em 2003, “A casa das sete mulheres” conta a guerra dos farrapos sob o ponto de vista feminino, expondo não apenas fatos históricos mais importantes como também a forma como tais fatos alteraram a rotina das mulheres da família do General Bento Gonçalves, que liderara a Revolução Farroupilha.

O ano é 1835. Os fazendeiros sulistas estão descontentes com a política nacional em relação ao charque. Alegam que o governo permite que o charque de países vizinhos entre livremente no país ao mesmo tempo em que impõe tributos altos ao charque nacional e ao sal, imponto um grande prejuízo aos estancieiros (fazendeiros).  Em 19 de Setembro de 1835 eclode a revolução, que duraria até 1845 e deixaria um rastro de mortes, sangue, dor e amor.   Inicialmente o intuito da revolução é apenas depor o presidente da província para que em seu lugar o imperador designe outro, mais sensível às necessidades dos produtores. Para resguardar a segurança das mulheres de sua família, o General Bento Gonçalves reúne todas na Estância da Barra. São sete mulheres em uma única casa, isoladas da sociedade, dos bailes, condenadas a uma espera permeada pelo medo e pela solidão. Na estância vizinha, a Estância do Brejo, vive sozinha D. Antônia, irmã do General Bento Gonçalves. Observe-se que quando se fala que viviam sozinhas deve-se entender que, na verdade, não ocupavam sozinhas as estâncias, que eram devidamente guarnecidas por escravos e peões.

A história conta-se por si mesma à partir de cada personagem, portanto faz-se necessário elencar um a um os personagens e sua trajetória na trama:

  • Bento Gonçalves: Homem forte, de caráter carismático e afeito à posição de liderança. Estancieiro, corajoso e muito acostumado à peleja (guerra). É um homem de caráter firme, dedicado à família (Sua esposa Caetana e seus filhos Joaquim, Bentinho, Caetano, Perpétua, Leão, Marco Antônio, Ana Joaquina e Maria Angélica). Ao iniciar a Revolução Farroupilha, seu único intento era lutar por justiça, para que a produção brasileira fosse valorizada; não pretendia derrubar o império ou separar o Sul do restante do Brasil, tornando-o uma república. Tais ideais surgiram devido aos acontecimentos e alianças. Os longos anos de guerra lhe trouxeram sofrimentos físicos e o desgaste de sua saúde. Também trouxeram sofrimentos morais, pois o passar dos anos foi descortinando os verdadeiros caráteres de pessoas que ele tinha como companheiros leais e a deturpação dos valores que ele tinha como certos, uma vez que em alguns momentos há pessoas que tentam colocar dinheiro e posição a cima de qualquer outro objetivo.
  • Caetana: A mulher de Bento Gonçalves, bela e cobiçada. É uma mulher ao mesmo tempo alegre e agoniada. Sofre pela falta de notícias do marido, sofre pelos filhos mais velhos que o acompanham na guerra e por ver nos olhos dos mais novos o desejo de seguir com o pai para a guerra (um fato engraçado: Leão e Marco Antônio, os dois meninos mais novos, chegam a fugir de casa, ainda crianças, na tentativa de ir ao encontro do pai, ficando muito adoentados por isso).Apesar dos temores, nem seus filhos nem seu marido morrem na guerra, embora para o marido Bento os dias difíceis acabem trazendo uma doença dos pulmões que o enfraquece e acaba matando-o anos após o término da revolução.
  • Perpétua: Filha de Caetana e de Bento Gonçalves, Perpétua já está em idade de procurar pretendentes quando a guerra eclode. Embora ela julgue difícil encontrar pretendentes em tempos de guerra, o amor aparecerá em sua vida de forma completamente inesperada: Inácio, dono da estância vizinha e casado com Teresa, mulher frágil que sofre dos pulmões, ao conhecer Perpétua apaixona-se por ela, e ela por ele. Perpétua tenta ser amiga de Teresa, enviando-lhe emplastos para que se fortaleça. Quando Teresa morre, Inácio e Perpétua se casam. Da união nascem duas crianças, uma das quais recebe o nome da falecida esposa de Inácio: Teresa.
  • Caetano e Bentinho: Filhos de Bento Gonçalves e Caetana, não tem uma grande participação na história, embora tenham sido aparentemente guerreiros valentes astutos e leais.
  • Joaquim: Filho mais velho de Bento Gonçalves e Caetana, Joaquim forma-se em medicina e se junta ao pai na batalha, salvando vidas dentro do que lhe é possível com a escassez de medicamentos. Ama a prima Manuela, para o qual foi prometido ainda menino e mal vê o momento em que a guerra acabe para que possa desposá-la. Seus planos são interrompidos quando ela se apaixona por Giuseppe Garibaldi, mas ainda assim ele não perde a esperança e, embora Manuela e Giuseppe não fiquem juntos, ela jamais aceita se casar com ele e ele passa muitos anos ainda após a guerra esperando que a moça mude de opinião, o que nunca acontece.
  • Leão e Marco Antônio: No início da revolução, são crianças. Após o episódio da fuga frustrada para encontrar o pai, Marco Antônio toma certa aversão às guerras, enquanto Leão continua a arder em desejo e, quando atinge a idade adequada, junta-se às tropas.
  • Antônia: Dona da Estância do Brejo, vizinha à Estância da Barra, é irmã de Bento Gonçalves. Tendo ficado viúva cedo, não chegou a ter filhos.
  • Ana: Irmã de Bento Gonçalves, perde na guerra o marido e um dos filhos.
  • Maria Manuela: Irmã de Bento Gonçalves e casada com Anselmo, Maria Manuela tem três filhas – Rosário, Manuela e Mariana e um filho, Antônio. É uma mulher de costumes rígidos. Fica viúva por conta da guerra e, quando a revolução termina, volta a morar em Pelotas com Manuela e com o filho.
  • Rosário: Filha de Maria Manuela e Anselmo, Rosário é uma jovem sonhadora, amante da moda e dos bailes e, por isso, odeia a vida na Estância e a guerra que a arrastou de sua vida na cidade. Com o passar dos meses, Rosário passa a receber a visita de Steban, um soldado uruguaio pelo qual se apaixona. Tudo estaria bem se Steban não fosse um fantasma. A moça pouco a pouco vai se afastando das outras habitantes da casa, passando horas e mais horas trancada na biblioteca onde seus encontros românticos com Steban acontecem. A família de Rosário pensa que ela está transtornada por causa da guerra e a manda para um convento, onde a menina continua encontrando-se com seu fantasma, até o dia em que se suicida para estar perto dele para sempre. Curioso é que ela se mata utilizando-se de uma espada uruguaia, muito antiga (pertencente a Steban) que as freiras não sabem como pode ter ido parar no convento.
  • Mariana: Filha de Maria Manuela e Anselmo, Mariana é uma menina alegre e sonhadora. Chega a trocar cartas com um marinheiro espanhol que morre em um ataque. Depois conhece João Gutierres, um peão, índio, pelo qual se apaixona e que a corresponde. Mariana sabe que sua família jamais aceitará tal romance, passando a encontrar-se escondida com o amante. Acaba engravidando e sua mãe a deixa trancada no quarto sem poder ver ninguém, até que D. Antônia a leva embora para a Estância do Brejo. João, demitido do serviço, acaba integrando-se às tropas de Bento Gonçalves. O filho dele e de Mariana nasce e é chamado Matias, conforme ele havia confidenciado à Mariana que gostaria que fosse. João retorna anos depois, por ter perdido uma das mãos. É recebido por Mariana, por D. Antônia e pelo filho, já bastante crescido. Maria Manuela chega a ir até a estância antes do retorno de João, vê o neto e manda-o chamar a filha, mas foge antes que Mariana a veja. Ela retornará a Pelotas sem ver a menina e pensando que jamais a veria de novo. Se tal encontro aconteceu algum dia, o livro não deixa bem claro.
  • Manuela: É pelos diários de Manuela que a história é contada. É a filha mais nova de Maria Manuela e Anselmo e, desde muito jovem tem certas premonições. Uma destas visões é a de um marinheiro de cabelos louros e olhos azuis agarrado a um mastro de navio. Manuela sabe que este será o amor de sua vida, e, no entanto, ela tem ainda quatorze anos. Quatro anos depois ele aparece: É Giuseppe Garibaldi, marinheiro italiano cuja cabeça está a prêmio em sua própria terra e que tem como ideal máximo a liberdade, e é pela luta em prol da liberdade que Garibaldi apaixona-se pela revolução Rio-grandense e luta ao lado de Bento Gonçalves. Ele se apaixona por Manuela, mas após Bento negar-lhe a mão da sobrinha (o pai de Manuela já havia falecido e o tio era o homem mais próximo para representar a família), ele continua lutando junto ao exército e acaba conhecendo Anita, mulher casada que abandona o marido para ficar com ele e acompanha-lo ao campo de batalha. Manuela esperaria o retorno de Garibaldi pelo resto de seus dias, tendo morrido, portanto solteira e conhecida em pelotas como “a noiva de Garibaldi”.
  • Garibaldi e Anita: Lutaram juntos pelo sonho da República Rio-Grandense, Anita chegou mesmo a ter seu filho, Menotti, no acampamento de batalha, enfrentando grávida todas as dificuldades de uma guerra. É somente no final da revolução que ela e Garibaldi decidem abandonar o exército farroupilha, pois todos os amigos que vieram da Itália juntar-se à Garibaldi acabam morrendo e ele, sem seus amigos, um deles quase um irmão, vendo homens e mais homens valorosos morrerem em vão, por uma batalha praticamente perdida, pede baixa do exército e vai para o Uruguai com Anita. Mesmo após a morte da companheira, Garibaldi não volta a buscar Manuela, como esta esperava que acontecesse. Tempos depois da morte de Anita, Garibaldi morre. Entre suas vitórias pelo exército farroupilha, está a construção de uma pequena frota que tomou de assalto a Lagoa dos Patos e garantiu um porto ao exército.
  • Netto, Teixeira Nunes e Corte Real: Oficiais leais ao exército farroupilha têm como ideais a República e a abolição dos escravos. Netto e Teixeira Nunes acompanham Bento Gonçalves até o final da revolução. Corte Real acaba morto em combate.
  • Bento Manuel: É um oficial farroupilha que tem grande inveja de Bento Gonçalves, deserta do exército republicano e passa a apoiar o Império.
  • Onofre Pires: Oficial, primo e amigo de Bento Gonçalves, durante a revolução começa a tornar-se ganancioso e desumano, desagradando Bento Gonçalves. Após ter insinuado que Bento seria ladrão, é desafiado para um duelo, onde Bento acaba ferindo-o gravemente. O ferimento gangrena causando a morte a Onofre.
  • Nettinho: Escravo, negro de olhos azuis, todos suspeitam que seja filho do general Netto com uma escrava. Mostra-se muito valente.
  • Zé Pedra e Beata: Escravos da fazenda, valentes e servis. Aguardam a alforria que só viria se os farroupilhas vencessem a guerra.

Somente um segundo

Somente um segundo
Um último toque
Um último suspiro
Um último olhar

O tempo passa…
Não, não desista,
Não sem antes me dar
Um último adeus
Um último olhar

Somente um segundo
É tudo, tudo o que preciso
Pra mostrar
Que o amor não morreu

Somente um toque
Um último toque
Pra te incendiar

Um último suspiro
Esperança
Um olhar
Lágrimas

Somente um segundo
Um toque, um suspiro
Um olhar antes do Adeus
Pra lembrar teu coração
Que ele jamais deixou de me amar.

Panquecas Verdes (Vegana)

E quem disse que não há arte na cozinha?

09-07-2014 Panquecas verdes de couve recheadas com milho  (1)

 INGREDIENTES:

  •  1 xícara de farinha de trigo (com fermento)
  • ½ xícara de aveia em flocos
  • 1 colher de sal
  • 3 colheres de azeite
  • 1 e ½ xícaras de água
  • 1 folha de couve sem talo

RECHEIO

  •  1 lata de milho verde
  • Sal e azeite a gosto
  • ½ tomate pequeno picadinho
  • ½ cebola picadinha
  • Salsinha
  • 1 dente pequeno de alho

PARA COBRIR:

  •  2 e ½ tomates bem picados
  • ½ cebola picadinha ou ralada
  • 1 dente pequeno de alho
  • 3 colheres de azeite
  • Sal e orégano à gosto
  • 1 pitada de açúcar

PREPARO

Prepare o recheio: Refogue no azeite o sal, o alho, a cebola e o tomate, colocando por último o milho e a salsinha e mexendo bem até ficar sequinho. Reserve.

Em uma panela, refogue os ingredientes do molho, tendo o cuidado de deixar para colocar o tomate por último. Coloque um pouco de água e vá mexendo de quando em quando. Deixe ferver e engrossar.

Prepare a massa: Bater tudo no liquidificador. Aquecer uma frigideira antiaderente untada com azeite ou óleo. Colocar uma quantidade (geralmente uma concha) da massa. Fritar. Virar com auxílio de uma espátula ou se tiver experiência jogando para cima. Deixar pegar cor dos dois lados. Retirar do fogo. Untar novamente a frigideira e repetir a operação até terminar toda a massa.

Enrole as panquecas, recheando-as e ajeitando em um refratário. Coloque o molho por cima e leve ao forno apenas para aquecer. Sirva em seguida.

Dica: Se quiser que as panquecas fiquem vermelhas, é só substituir a couve por uma beterraba bem pequena, crua, lavada e descascada.

Dica 2: Utilize uma boa frigideira anti-aderente e coloque pouquíssimo óleo pois essa massa “suga” gordura

Receita original: Blog Menu Vegano (http://www.menuvegano.com.br/article/show/857/panquecas-verdes

Deixe a cidade te surpreender

blog

Muitas vezes a preocupação de chegar é tão grande que nos esquecemos de prestar atenção ao caminho. Quantas vezes nos últimos tempos você parou, respirou e reparou em tudo que está ao seu redor? Já parou para pensar que dentro dos ônibus que cortam a cidade há pessoas cheias de sonhos, motivações, problemas e emoções? Já observou os pombos pousados nos fios? Quando foi a última vez que você reparou na planta que cresce no meio da praça? Que sorriu e cumprimentou um desconhecido?  Qual a última vez que sorriu ao ver um casal de mãos dadas? Quando foi a última vez que saiu para caminhar sem rumo certo? Ou que compareceu a um evento cultural de rua e percebeu que há muito mais coisas bacanas para ver além do evento em si? Se a sua resposta a estas perguntas foi “ah… já nem lembro mais” ou “você acha que eu tenho tempo para perder com essas coisas”, cuidado: Você pode estar correndo demais e esquecendo de viver.  Pode ter traçado um caminho em linha reta, sem final e sem paisagem, e, sejamos sinceros: Você acha mesmo que a vida é só isso?

Que tal fazer uma experiência: A partir de amanhã tente prestar atenção às pequenas coisas. Vale tudo: Um artista de rua, um animal, o vai e vem dos carros. Tente não olhar para o relógio como um carrasco que se interpõe entre você e suas metas, mas como um amigo que lhe presenteia com mais 24 horas para sentir-se vivo. Surpreenda alguém com um telefonema. Leia uma poesia. Escreva alguma coisa… Experimente novos sabores… Arrisque-se um pouco. Depois, no final do dia, reflita. Como se sentiu? E, ao menos uma vez na semana, saia para dar uma caminhada e deixe a cidade lhe surpreender com coisas inusitadas e belas. Faça essas coisas durante uma semana, ou duas… Isso se tornará um hábito interessante e certamente o fará sentir-se mais vivo e motivado.

O retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde)

“O retrato de Dorian Gray” não é um livro que possa ser descrito como empolgante. Em alguns trechos chega mesmo a ser cansativa devido ao excesso de descrições físicas dos personagens e, principalmente dos ambientes que frequentam ou de seus objetos de interesse. Não é um romance policial, investigativo tampouco se trata de um romance romântico. Dista muito de ser um romance em cuja análise psicológica dos personagens o autor se demore e, ainda que apresente elementos fantasiosos, não é também o universo místico o tema principal da obra. Então, como se explica que tal livro tenha resistido aos séculos e ainda seja um clássico da literatura? Seu autor nasceu em 1856 em Dublin (Irlanda) e faleceu em 1900 em Paris, dedicou seus contos e ensaios a afrontar e questionar a sociedade puritana de seu tempo e, não deixou de fazer isso em “O retrato de Dorian Gray”, seu único romance. Talvez o segredo de sua resistência ao tempo seja justamente este: O questionamento acerca de certos hábitos – não hábitos puramente sociais, sujeitos à mudanças. O autor não questiona, ao menos não diretamente, hábitos do dia a dia como a necessidade do casamento, a virgindade feminina, a religião, a mistura de classes sociais, a escravidão, a política ou qualquer destes temas amplamente questionados em outros romances. Questiona a mocidade, a juventude a riqueza, a visão de mundo de um indivíduo que se dá conta de possuir ambas as coisas e o amadurecimento que este indivíduo deveria ter perante a vida – e por questionar tal tema, engloba todos os temas citados sem que, maçantemente atenha-se a apenas um deles.

Há um personagem principal – Dorian Gray – e dois outros indispensáveis ao desenrolar dos fatos : Lord Henry Wotton e Basil Hallward. Durante toda a trama, surgem muitas outras personagens cujo entremear às ações de Dorian Gray sempre levarão o leitor ao questionamento proposto pelo autor. O romance é ambientado em Londres, não somente a bela Londres, dos salões nobres, das reuniões e saraus, das belas damas, mas também, em alguns momentos a Londres periférica, próxima ao porto, onde se acumulam as misérias, as prostitutas, os marinheiros, os teatros do subúrbio.

Basil Hallward é um homem bom, de caráter reto, um pintor que está encantado por um jovem que conheceu. Este jovem é Dorian Gray, muito belo, rico e bem criado, um garoto cuja pureza de alma encanta a todos. Basil faz de Dorian a inspiração, o ideal de sua arte, a forma que o autor utiliza-se para descrever o sentimento platônico de Basil por Dorian pode inclusive levar o leitor a crer que o livro irá tratar de um romance homossexual, tal é o nível de encantamento e paixão com a qual o pintor refere-se a Dorian.  Basil é amigo de Lord Henry Wotton, cujo caráter é eivado de vícios, extremamente hedonista e muitas vezes maldoso. Certo dia, Henry está no atelier de Basil e vê o retrato que este está pintando. Trata-se de um retrato de Dorian Gray. Inquirindo Basil sobre quem é o belo rapaz da tela, obtém do amigo informações sobre o a beleza e o caráter do jovem. Neste momento, Dorian chega para posar e conhece Henry. Henry faz com que o rapaz entenda que é possuidor das três coisas mais importantes: Mocidade, beleza e riqueza que além delas nada mais deveria importar-lhe. Tais idéias são tão descritas, em cores, formas e exemplos, de modo tão real que penetram no espírito de Dorian. O retrato fica pronto e, ao vê-lo, Dorian se dá conta que Henry está certo e desespera-se ao notar que, cada dia vivido é um dia a menos de beleza e mocidade que lhe resta. Neste momento, deseja que o retrato sofra as ações do tempo e de seus vícios e que ele, Dorian, permaneça sempre jovem e belo.

Qual seria a vida de uma pessoa que tivesse este desejo satisfeito? Sabendo-se eternamente jovem, tal pessoa iria esforçar-se por evoluir, fazer de seu espírito melhor e suas ações maduras? Este questionamento, feito há séculos por Oscar Wilde em “O retrato de Dorian Gray” não parece estranhamente atual?

Dorian e Lord Henry tornam-se amigos, e a cada dia Dorian afasta-se mais da amizade sincera de Basil e embrenha-se mais no mundo de vícios de Henry, passando a viver uma vida hedonista, buscando sempre os prazeres seja na sociedade, seja nos lugares mais incomuns. “Curar a Alma por meio dos sentidos e os sentidos por meio da Alma”. Esta passa a ser a filosofia do jovem Dorian. Em um de seus passeios pelos subúrbios, Dorian adentra um teatro muito simples, onde o dono, um judeu, vendia ingressos na porta. Encena-se Romeu e Julieta e Dorian apaixona-se perdidamente por Sibyl Vane, jovem de tenra idade que interpreta Julieta. Passa a voltar lá todas as noites e, após algum tempo conta a Henry e Basil que pretende casar-se com Sibyl. Henry acha um pouco absurdo, porém um absurdo que deve ser vivido. Basil inicialmente também, porém, com sua alma mais pura, entende o amor do jovem Dorian pela atriz. Dorian leva os amigos para assistirem à peça, porém, naquela noite Sibyl interpreta tremendamente mal o seu papel. Os amigos vão embora e Dorian, pensando que talvez a moça esteja doente, vai aos bastidores conversar com a amada. Ela por sua vez confessa que atuou mal por que não vê mais sentido em viver falsos amores agora que encontrou em Dorian (a quem chama apenas Príncipe Encantado) o verdadeiro amor. Ele, num rompante de raiva diz que não a ama mais, que nunca mais quer vê-la, que abrindo mão se sua arte matou o amor que ele sentia por ela. Caminha a esmo pela noite e só muito tarde chega a casa onde mora. Nesta noite, dá-se conta de que agiu de forma maldosa com Sibyl e decide, no dia seguinte, escrever-lhe, procura-la e dizer-lhe que ainda deseja casar-se com ela. Opera-se então uma mudança no retrato: Onde até então havia a feição delicada de um jovem belo e puro, passa a figurar um retrato de um jovem belo, de sorriso sarcástico e olhar maldoso. Dorian lembra-se do desejo que fizera na tarde em que o quadro foi concluído. Henry chega à casa de Dorian, com a notícia que Sibyl Vane foi encontrada morta, tendo ingerido veneno por acidente, ambos, Dorian e Henry sabem, no entanto, que Sibyl certamente cometeu suicídio. À partir daí, Dorian vai perdendo todo e qualquer senso de honra e caráter. Inicia-se uma narrativa de interesses caros da personagem (tapeçarias raras, jóias, objetos luxuosos), passeios, óperas, sempre em companhia de Henry. O retrato é removido para um quarto onde apenas Dorian entra, sempre trancado a chave e, a cada dia que passa mais e mais se modifica. Este segredo deixa Dorian cada vez mais desconfiado, um pouco neurótico, com medo que alguém lhe descubra os terríveis segredos. Os anos passam e Dorian permanece ainda com o mesmo encanto de seus 18 anos. Já com 38 anos é procurado por Basil, que lhe questiona o modo como tem vivido, insistindo em dizer que não acredita em uma palavra que a sociedade insiste em dizer sobre ele, mas que também não entende por que famílias e círculos de respeito já não mais o recepcionam em seu seio. Basil está de partida para Paris, mas insiste em ouvir de Dorian que todos os boatos são falsos e frisa que se fossem verdadeiros, o rapaz já não mais teria o encanto da juventude pois “os vícios marcam a alma e refletem-se no corpo e no olhar”. Dorian leva então Basil ao quarto e deixa-o ver o retrato, já completamente modificado, com expressão horrenda. Basil implora que o amigo reze e peça perdão por seus muitos pecados e em um rompante de raiva Dorian o mata. Surgem nas mãos do retrato marcas de sangue. Para livrar-se do corpo, Dorian chantageia um químico, antigo amigo seu, que mais tarde se suicida, certamente arrependido de ter participado de tão horripilante ato. Segue-se outra sucessão de narrativas dos hábitos de Dorian. Certa noite, metido em um antro de ópio, ele é chamado por uma das mulheres de Príncipe Encantado, o que faz James Vane, irmão de Sibyl Vane, persegui-lo pretendendo mata-lo. Ele porém, nos últimos minutos que lhe são dados, questiona o assassino: Se a irmã morreu há 18 anos, como é possível que ele, que ainda não passou desta idade, seja o culpado? James pensando que iria cometer um engano deixa-o ir, porém a mulher que o havia seguido diz que ele fez mal, que este é mesmo Dorian Gray, e que todos acham que ele fez um pacto com o Diabo para manter-se sempre jovem. James passa a perseguir Dorian, por um período curto, pois acaba morto em um acidente de caça.

Dorian decide tornar-se bom. Deixa mesmo de desonrar uma moça que seduzira. Henry o questiona: Não seriam as boas ações apenas a vontade de acariciar a própria vaidade com novas sensações? Sozinho em casa, Dorian pensa sobre as palavras de Henry. Arrepende-se de ter matado Basil, apesar de o culpar por ter pintado o retrato que o levou à perdição. Decide destruir o retrato. Ao enviar a faca na tela, sente-a penetrar a própria carne e grita. Os empregados encontram-no morto no chão, com a faca cravada no peito e com uma aparência tão enrugada e envelhecida que só o reconhecem pelos anéis que usa; o retrato por sua vez, recupera a juventude e é encontrado pendurado na parede, intacto.

Diante desta narrativa, surgem questionamentos: Qual seriam as atitudes de um indivíduo que se visse exatamente na mesma situação de Dorian Gray? Tal pessoa praticaria boas ações? Viveria uma vida íntegra sabendo-se agraciada pela juventude eterna? Qual é o verdadeiro espelho da alma humana? Boas e más ações refletem-se no corpo físico como quis dizer Wilde? Dorian era um homem mau? Ou apenas pode-se dizer que “a ocasião faz o ladrão” e que, se não houvesse ganhado tal quadro, suas ações seriam melhores? Ou se Sybil Vane não tivesse cometido suicídio, Dorian sem tal culpa teria realmente se casado com ela e se tornado um homem digno? Wilde não seguiu a receita do romance pronto, não questionou a moral de sua época através de uma história de amor proibido entre pessoas de classes sociais diferentes, famílias inimigas etc; pelo contrário, Wilde criou seu próprio ambiente de questionamento.

A bandeira se ergue, novamente manchada de sangue.

João

Hoje escrevo um texto que não gostaria de ter que escrever. Criei este espaço para falar de amor, de arte, de cultura, música, culinária. Gostaria de escrever sobre a liberdade, sobre a vida, sobre o vento balançando os cabelos das pessoas pelas ruas. Sobre sorrisos e mãos entrelaçadas. Mas eis que, logo pela manhã, me deparo com duas notícias tristes: A morte do garoto João Donati, em Goiás, e o incêndio no CTG (Centro de Tradições Gaúchas) de Santana do Livramento – RS. O que estas notícias tem em comum? O garoto João, de apenas 18 anos, foi assassinado por ser Gay. O CTG estava sofrendo ameaças, pois iria sediar um casamento comunitário em que um dos casais inscrito era homossexual. Embora no CTG ninguém tenha perdido a vida, ambas as notícias são trágicas – Trágicas para nós, como seres humanos, trágicas para um país que tem em sua Constituição Federal a garantia de igualdade, de não discriminação, garantia esta que não está sendo cumprida!

Lendo as reportagens sobre o assassinato do jovem, fica claro o nível de crueldade a que chegaram os assassinos torturadores. É isso mesmo que a sociedade quer? Segundo reportagem, na boca do jovem havia um bilhete com as palavras “vamos acabar com essa praga”. Seria a morte dele e de tantos (as) outros (as) um benefício para o mundo? Qual crime comete alguém que só deseja amar e ser amado? Qual a necessidade de se rotular afetos? Porque pensar que ele é diferente de nós? O certo seria pessoas amarem pessoas, tanto faz se uma mulher ama um homem, se um homem ama outro homem ou se uma mulher ama outra mulher… Ou se uma mulher ama outra que nasceu homem e se tornou mulher. Ou uma mulher ama dois homens. Ou dois homens amam duas mulheres. Em um mundo já tão violento e cheio de mazelas, o amor deveria ser refúgio comum a todos, sem distinção, sem preconceito.

É irônica uma sociedade que crucifica (com toda razão) uma garota que cometeu um ato racista em um estádio de futebol, mas aceita passivamente a agressão diária contra os LGBT’s. É irônico saber que algumas pessoas que se dizem cristãs e pregam a intolerância às outras apenas por não seguirem os modelos afetivos tradicionais. Alguém deveria avisar essas pessoas que Deus deu a vida para cada um cuidar da sua. Você acredita que gays vão para o inferno? Não seja gay. Simples assim. Alguém deveria avisar aos grupos que pregam o ódio em nome da religião que na Bíblia há uma passagem que diz “amai-vos uns aos outros”, e que amar não é agredir, não é marginalizar, não é matar. Palavras influenciam. Se hoje alguém prega o ódio, amanhã outra pessoa pode praticar um ato de ódio inspirada por suas palavras, então, pense no que vai dizer, principalmente se você é de alguma forma um formador de opiniões. Ninguém nasce odiando ninguém, mas aprende pelo caminho a cultivar o ódio e a maldade.

O jovem João Donati tinha família, amigos e um futuro pela frente. Eu não o conheci, não sei o que ele faria de sua vida e, devido a um ato violento de intolerância, ninguém mais saberá e talvez com ele seja enterrado um grande destino. Seus familiares e amigos irão, dia após dia, sofrer o vazio de sua ausência e nada poderá ocupar o espaço vazio. E essa tristeza deveria ser de todos nós, não apenas da família ou amigos, mas de todos. Por quê? Por que é inimaginável pensar que em pleno ano de 2014 ainda seja comum ver pessoas serem agredidas e mortas apenas pela sua opção sexual.

Há um projeto de lei, 122/2006, que criminaliza a homofobia, incluindo a discriminação sexual no Código Penal e este projeto está parado no Congresso Nacional e, enquanto ele assim permanece, perdemos a cada dia mais vidas neste país tão grande, tão generoso e, ao mesmo tempo, tão cruel.

Fica aqui um apelo: lembrem-se que homofobia mata. Até quando será preciso lembrar isso? Hoje a bandeira se ergue novamente manchada por sangue inocente. Não apenas a bandeira do arco-íris, mas a bandeira brasileira.