Sobre voltar aos palcos

Ano passado eu tive uma rotina muito cansativa e gratificante: Fazia curso de canto, canto coral, violão, teatro… Foi um ano de ensaios, ensaios e mais ensaios e muitas apresentações. Este ano, com o término da minha faculdade e consequentemente do período de estágio remunerado, fui obrigada a trabalhar “como gente grande”, oito horas por dia em uma rotina exaustiva de seis dias trabalhados e uma única folga – Ou seja, nada mais de cursos.  Os primeiros meses de 2015 me trouxeram saudades daquela rotina… E então eu recebo a notícia de que havia passado na seleção para estudar no Conservatório de Cubatão. Sem pensar duas vezes eu fiz a minha matrícula, decidida mesmo a pedir demissão do emprego e voltar a vender jujuba nos sinaleiros, se necessário… Não precisei chegar a tanto.  Comecei a estudar e, agora, quase no final do ano, minha sala teve a oportunidade deliciosa de se apresentar no Palácio das Artes em Praia Grande. Para muitos foi a primeira experiência no palco de um teatro. Para mim foi como voltar ao lar de onde eu nunca deveria ter saído (lógico que o frio na barriga é o mesmo das primeiras vezes).  Foi realmente emocionante: Aquela correria para chegar, trocar de roupa, respirar, aquecimento rapidinho (sim, em sala de aula temos um tempo infinito para aquecer a voz antes de cantar, na hora da apresentação parece que 15 minutos se tornam 5 minutos), o momento “não sei se quero subir ali”, “olha como o teatro está cheio” e etc. Mas sabe, no final dá tudo certo, não é para isso que a gente estuda e ensaia tanto? Que venham mais e mais apresentações!

PS: Desconsiderem o áudio ruim, foi tudo filmado pelo celular!

Filme versus Livro: O Mundo de Sofia

Algumas vezes despertar o interesse de uma criança ou jovem por determinado assunto requer certa dose de sutileza: De nada adianta entregar a um jovem um enorme tratado acerca de filosofia se já não houver em seu espírito um mínimo de curiosidade acerca do tema. O livro “O mundo de Sofia”,do autor norueguês Jostein Gaarder, desperta no espírito do leitor o interesse pela filosofia e por sua história. Através da história da jovem Sofie Amudsen, o autor nos conduz ao conhecimento da história da filosofia e das ideias de alguns dos principais filósofos.  Ler “O mundo de Sofia” não criará especialistas em filosofia, porém acabará por incutir a curiosidade acerca da história da filosofia e dos filósofos, levando o leitor a buscar mais conhecimentos sobre o assunto em outras fontes.

O filme, como quase sempre acontece com adaptações, é excelente, no entanto, além de ser longo, deixa muita coisa de fora, tornando tudo muito mais superficial. Longe de mim dizer que não é um bom filme, pelo contrário – vale a pena assisti-lo com crianças que ainda não atingiram uma grande habilidade para leituras longas. Vale a pena mesmo assisti-lo após a leitura do livro, porém jamais será capaz de substituir a obra original.