Noites na Taverna (Álvares de Azevedo)

Setenta e três páginas,algumas histórias intensas e um final surpreendente. Alvares de Azevedo trás em seu livro “Noites na Taverna” toda a tensão das histórias que se pode contar em uma noite entre amigos. Em comum nota-se o envolvimento das personagens com mulheres idealizadas, em histórias de amor impossíveis e trágicas.

Infelizmente o poeta morreu jovem, aos vinte anos de idade, senão teria deixado um legado ainda maior. Um dos principais expoentes do ultra-romantismo (ou 2º geração do romantismo/Mal do século) no Brasil, Álvares deixou uma obra pequena e inigualável, publicada postumamente

Para quem gosta de leitura on line: Noites na Taverna 

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Dia do estudante: Ainda há muita luta antes que se possa comemorar.

Dia 11 de agosto comemora-se no Brasil o “Dia do Estudante”. Cada estudante traz em si um enorme acúmulo de energia, sonhos, potencial. E como o Brasil vem tratando seus estudantes? Crianças e jovens são todos os dias forçados a frequentar escolas sem infra-estrutura, onde falta merenda e os professores são pouco valorizados. Muitas vezes não há material didático disponível. Nas comunidades mais carentes as crianças mal alimentadas e sem condições mínimas de moradia e saúde, muitas vezes não conseguem sequer entender a importância da escola em suas vidas – Para algumas pessoas essas crianças e jovens simplesmente “não servem” para o mundo acadêmico – ledo e triste engano: Elas trazem em si a mesma energia e potencial de qualquer outra criança, apenas não conseguem acessar isso em seu próprio íntimo, tão duras são suas condições de vida. Bem verdade, através de muito esforço, alguns se destacam e dão a volta por cima – E quando isso acontece, surgem os defensores da chamada “meritocracia”. Aquelas pessoas que jamais moveram um dedo, mas enchem a boca para dizer “olha, tá vendo? Quando a pessoa quer ela consegue” ou “Viu? Não precisou de cotas, não precisou de privilégios, estudou”. Se fosse apenas a opinião banal, senso comum de uma população que ignora as diferentes realidades, seria chocante, porém, tolerável. O que realmente indigna é o MEC (Ministério da Educação) postar um relato de uma jovem que, para passar no vestibular de uma Universidade Federal, dormiu apenas 4 horas por dia pois conciliava escola, curso técnico e cursinho. Isso não deveria ser exemplo! Ninguém deveria precisar abrir mão de horas de sono, de saúde e lazer adequados para conseguir passar em uma faculdade. Parabenizo a jovem que relatou essa rotina. Sim, ela foi guerreira. Sim, ela merece estar no curso que desejou. Mas não, ela não deveria ser o exemplo! Principalmente: O Estado não deveria fazer dela um exemplo. Ela é a vítima do descaso que deu a volta por cima. Talvez ela não se veja assim – ainda – mas essa é a real imagem da vida de uma pessoa jovem que teve de abdicar de muito do que é inerente a sua idade para alcançar uma meta.

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É normal para você dormir 4 horas por noite durante um ano letivo inteiro? Acha justo vender a ideia de que isso é normalidade? Acha mesmo que os jovens devem passar por isso para atingir uma meta?

            E a situação só piora se analisarmos outros contextos: Além dos problemas já citados acima e de termos um Ministério da Educação que se omite, criando a falsa ideia de que a injustiça social dominante no país não deve ser levada em conta pois “quem quer consegue”, outros fantasmas se aproximam das escolas brasileiras – um deles é o chamado projeto “Escola sem partido” – Há um interesse muito grande em coibir os professores de incentivarem o pensamento crítico em suas aulas, e sabe qual o motivo? Querem jovens não contestadores, jovens que aceitem estudar em condições precárias, sem merenda, jovens que irão crescer e ser a próxima leva de mão de obra barata. Para quê discutir a realidade social em sala de aula? Para que discutir diferenças e diversidade? Isso é realmente um perigo para os grupos dominantes! Um jovem que lê, que pensa, que se arrisca a falar, a se organizar. Um jovem que vai às ruas protestar pela falta de merenda ou pelo valor do transporte público, que questiona. Um jovem que quer passe-livre. Que quer ter acesso à cultura. Um jovem que não aceita ser mais um número nas estatísticas. O programa “Escola sem partido” quer a todo custo evitar a formação de jovens e cidadãos empoderados. Alegam que professor não é educador. Alegam que existe uma suposta doutrinação marxista em sala de aula. Quem já entrou em uma escola pública periférica sabe o quão difícil seria “doutrinar” um aluno! E uma sala com 45 alunos? Impossível! Numa escola pública que segue os padrões atualmente existentes, o professor tenta a todo custo, contornando mil obstáculos, formar cidadãos pensantes, capazes de analisar seu entorno, capazes de vencer preconceitos e lutar pelos seus sonhos – e nesses sonhos incluí-se logicamente uma vaga na universidade, carreira, realização profissional. Em contrapartida, uma escola nos moldes sugeridos pelo “Escola sem partido”, seria uma máquina de moer pessoas. Um curral de formação de mão de obra não pensante. E sabe o que é mais interessante? Não é sequer uma escola sem partido, é uma escola de partido único! Qual partido? O partido dos que exploram. O partido dos que vendem todos os dias as vidas de milhões de pessoas em troca de dinheiro e poder.

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As forças políticas e intelectuais que se colocam a serviço da precarização do ensino público e da precarização do trabalhador não são neutras – São forças comprometidas com os exploradores em detrimento dos explorados. E o pior: Querem fazer crer que não estão explorando, que tudo é “necessário”.

O dia do estudante infelizmente não deve ser lembrado como um dia de comemoração, mas sim como um dia de luta: Luta pelo direito de pensar, de crescer. Luta pelo empoderamento. Luta contra a opressão imposta por uma falsa moral, por uma falsa ideia de meritocracia. E finalmente, o dia de lembrarmos com orgulho que há sim jovens dispostos a mudar, engajados em movimentos sociais, em coletivos. Jovens que ocuparam as escolas em São Paulo contra a suposta “reorganização escolar” que nada mais é que um desmonte articulado da educação pública. É dia de lembrar aos jovens que pelo Brasil a fora deixam de dormir, caminham quilômetros até a escola mais próxima que eles são vítimas de um sistema injusto e que a melhor forma de vencer seus algozes é estudar, organizar-se, debater e lutar por um amanhã melhor.

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Gosto de compartilhar músicas ao final de cada texto. Durante um tempo acreditei que não poderia mais fazer isso por utilizar a versão gratuita do wordpress, mas o André Hotter do blog do André Hotter me ensinou a voltar a colocar vídeos sem precisar comprar temas ou domínios (Obrigada André).

Enfim, fecho este post com uma canção antiga porém bastante atual quando o tema é educação. Este clipe mostra tudo que uma escola NÃO DEVE SER.

Desafio Cinetoscópio #7: Um filme com a sua atriz favorita

É, esse negócio de falar sobre favoritos não é algo que me seja fácil. Demorei para pensar em um ator favorito e demorei ainda mais para pensar em uma atriz favorita – Acabei me decidindo pela Piper Perabo, atriz que me conquistou desde que assisti “Assunto de meninas” (lost and delirious) pela primeira vez e desde então eu sempre procuro assistir filmes onde ela atue.

Para o desafio de hoje, escolhi falar sobre um filme leve, uma comédia romântica: Imagine eu e Você. No filme, Piper faz o papel de Rachel, uma moça doce e tímida que está se casando com o melhor amigo, Heck. Tudo parece perfeito e, ainda na festa Rachel conhece Lucy, a florista. Daí em diante começam as cenas mais bonitas do filme, que traça os relacionamentos de forma engraçada, sutil e delicada. Vale a pena assistir!