Papo de busão: Papel Higiênico

Não sei se é só comigo ou se todo mundo tem histórias de transporte público pra contar. Talvez o fato de eu não me sentir confortável naquele ambiente apertado e cheio de gente sirva como predisposição para atrair coisas/pessoas estranhas para perto – Afinal, dizem os mais velhos que a gente atrai o que teme e o que não gosta… Enfim, hoje passei no supermercado para comprar papel higiênico, e, como estava sem a sacola ecológica, optei por colocar aquele trambolho de 20 rolos embaixo do braço e ir pro ponto de ônibus. O bendito circular chegou, relativamente vazio mas não o suficiente pra eu ir sentada na janelinha. Sentei no último lugar vazio. Do meu lado, uma mulher beirando seus quarenta e poucos anos. Do nada ela me cutuca: “Moça, podia ter colocado numa sacolinha né? É feiio carregar isso por aí”.  Você também é feia e nem por isso tô pedindo pra cobrir o rosto com um saco…. Eu, pacientemente, comentei: “Pois é, esqueci a sacola ecológica. E o pacote nem caberia nas do supermercado”. Assunto terminado? Não. A criatura retruca: “Mesmo assim, podia ter colocado uma em cada ponta, só pra cobrir o pacote. É muito feio andar com papel higiênico exposto”. Ela disse desembrulhando uma bala e JOGANDO O PAPEL PELA JANELA.  Eu juro que tento ser educada e sociável, mas tem horas que não dá. Olhei pra ela, olhei pra janela e… “ Feio? Não tem nada feio aqui não. E ele não está exposto, ele já vem no plástico e por isso eu não preciso poluir mais o mundo com sacolinhas de supermercado. Agora feio mesmo é você jogar papel de bala pela janela e ainda querer dar lição de moral”. Ela resmungou algo sobre “essa juventude impaciente dos dias de hoje, que não aceita opiniões e blábláblá”,  virou o rosto pra janela e me deixou em paz… Fico pensando: Não sei quantos anos ela pensa que eu tenho pra se referir a mim como “juventude”, mas espero mesmo que os jovens de hoje sejam críticos e não aceitem sugestões babacas dadas com base em preconceitos ou convenções sociais sem fundamento. E, se alguém futuramente me falar que é feio carregar qualquer coisa sem sacolinha, vou responder a primeira frase que pensei e não disse hoje por educação: Você também é feia/feio/feie e nem por isso tô reclamando da tua cara exposta.

(Os textos com o título iniciado em “Papo de busão” são relatos reais, infelizmente)

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5 livros que eu li (e amei) em 2022

Final do ano é época de relembrar momentos, leitutas, filmes e compartilhar os melhores momentos. Este ano foram 26 livros lidos e 3 que ainda estou lendo, a meta era chegar aos 50, mas não deu.

A vida não é útil – Ailton Krenak

Krenak é um autor obrigatório para trazer reflexões sobre a sociedade em que vivemos e sobre a sociedade que pensamos querer construir. Leitura fundamental em nossos tempos!

Saturno o vampiro – Sombras do passado

Humberto Lima une seu talento como escritoe e sua bagagem de conhecimentos históricos para criar Saturno, um cativante vampiro indígena que irá nos contar a sua vida tendo como cenário o Brasil desde a chegada dos portugueses.

Livre

Cheryl S. narra sua vida e a aventura de percorrer uma trilha selvagem pela costa do Pacífico. Um livro incrível que toda mulher deveria ler.

A imaginação hiperativa de Olivia Joules

Uma boa leitura pode trazer ensinamentos, reflexões, emoções ou apenas boas risadas. A imaginação hiperativa de Olivia Joules é exatamente o tipo de livro para dar boas risadas.

A escola que (não) ensina a escrever

Um livro voltado aos que trabalham na área da educação, especialmente no curso de letras. Ou para quem quer refletir sobre o contexto educacional brasileiro. Vale a leitura (ainda não terminei de ler, mas até o final de dezembro termino).

Querem saber os outros lidos de 2022?

Quer saber todos os lidos? Segue a lista.

– As pupilas do Senhor reitor (Júlio Diniz)

– Saturno, O Vampiro (Humberto Lima)

– O noviço (Martins Pena)

– Livre (Cheryl Strayed)

– O inspetor Geral (Nicolau Gogól)

– Casa de Pensão (Aluísio Azevedo)

– Gente e Bichos (Érico Verissimo)

– Apaixonados (Laure Kate)

– A dançarina do CEO (Marta Vianna)

– Luna Caliente (Mempo Giardinelli)

– Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco)

– Amor de Salvação (Camilo Castelo Branco)

– As cerejas (Vários autores)

– A imaginação hiperativa de Olivia Joules)

– Quem é você, Alasca (John Green)

– Comer, rezar, Amar (Elizabeth Gilbert)

– Amor (Gabriel Chalita)

-Se houver amanhã (Sidney Sheldon)

– O caçador de pipas (Khaled Hosseini)

– O homem mais rico da babilônia (George S. Classon)

– O feitiço do cálice de pedra (John Dickinson)

– O Jardim das Ilusões (Susan Trott)

– Cronistas do Estadão (vários autores)

– Histórias de Vampiro (vários autores)

– Contistas Portugueses Modernos (Vários autores)

– Ainda lembro (Jean Wyllys)

– A vida não é útil (Ailton Krenak)

– Ética e Cidadania – Caminhos da filosofia (Silvio Gallo org.). Ainda lendo

-A escola que (não) ensina a escrever (Silvia M. Gasparian Colello). Ainda lendo