Trilhas sonoras da minha vida: Banda Maneva

A vida das pessoas deveria ter uma trilha sonora. A tua tem? Não? Ah… Música é algo tão sublime e bom, tão bom que hoje eu quero dividir com vocês um pouco da trilha sonora da minha vida. Já fiz isso em algumas outras oportunidades, falando sobre minha paixão por Legião Urbana, Frank Sinatra e Charlie Brown Jr… Hoje vou falar um pouco sobre uma banda que descobri há uns meses e tem sido presença freqüente na minha playlist: Maneva.

            Segundo o release disponível no site da banda, Maneva é um nome de origem africana que significa “Prazer”. E prazer é uma das palavras que podem resumir a sensação de curtir o som dessa banda que começou em 2005 e tem todo o potencial para traçar uma longa trajetória.

            Chega de falar né? Como sempre, vou postar os links das canções que eu mais ouço para vocês poderem conhecer um pouco o som e a vibe da banda.

1) Saudades do Tempo

Saudades do tempo, dos velhos momentos
Dos anos passados que foram com o vento
Sorrisos, lembranças, belos sentimentos
De transformações e de renascimentos

Praias, viagens pela madrugada
Nossa rotina era o pé na estrada
Sempre felizes sem pensar em nada
Paisagem mais bela é o sorriso da amada

Contava as estrelas manto prateado
Sentia o calor de um abraço apertado
Fazia minha boca tocar o seu lábio
Lua iluminava com um Bob no rádio

Nas manhãs nubladas, bom humor imperava
A vida era um jogo, sem cartas marcadas
A noite no fogo, um bom som que rolava
Por entre a fumaça, diversas risadas

Como se seus ouvidos pudessem respirar
O som invadia o corpo, como se fosse o ar
O som tomava forma, sensação de bem estar
Momentos de magia, muitas formas para amar

Marcas de batom na borda de um copo plástico
No peito euforia, abraços, riso fácil
E com desconhecidos, seguia, criando laços
Transpirava alegria era dona dos seus passos
Consciência admirável como as tintas de uma tela
Seus olhos tinham o brilho das cores da aquarela
Seu cabelo ao vento era a paisagem mais bela
Tinha a complexidade de uma Vênus moderna

Ascendeu ao azul do céu nos seus próprios pensamentos
Não pensou no seu futuro, ela era o momento
Vi a ponta dos seus pés no gelado do cimento
Entre olhares meu desejo, povoar seu pensamento

2) Pisando descalço

Pisando descalço nesse chão molhado
Deito do teu lado para relaxar
Fazendo fogueira, sem eira nem beira
Deitado na esteira vendo o luar

Pego o meu violão
Canto uma canção que já fez maluco se por a dançar
Aquele doce
Que derrete a mente no desembaraço desse meu cantar
Aquela morena
De saia pequena com seus olhos grandes parece voar
Hoje na natureza
Não importa a feira, é dia de doideira e não de trabalhar

Brinco pelo espaço, estreitando laços
Eu não tenho fardos para carregar
Minha vida é plena, não faço besteira
Peço a padroeira pra me abençoar
Escuto meu coração

Pois a minha razão muitas vezes atrapalha o meu pensar
E ele me trouxe
O discernimento justo no momento em que pensei parar
Saí do dilema
Entre o asfalto duro e olhar paredes prefiro cantar
Hoje na natureza
Não importa a feira, é dia de doideira e não de trabalhar

3) Luz que me traz paz

Refletiu nos meus olhos, adeus, solidão
Duas histórias que se cruzam sem intenção
Combustível pra alma, minha inspiração
Povoando minha existência e imaginação

Quando fecho meus olhos sempre posso sentir
Os seus olhos e seus lábios sorrindo pra mim
Nado nesses seus olhos, mar de inspiração
Tua boca, tua pele, teu cheiro é canção

Eu vou cantar pra ela
Que sem ela não existo mais
Eu vou cantar pra ela
Que eu sempre a quero mais
E eu vou dizer pra ela
Que ela é a luz que me traz paz

Refletiu nos meus olhos, adeus, solidão
Duas histórias que se cruzam sem intenção
Combustível pra alma, minha inspiração
Povoando minha existência e imaginação

Teus cabelos, meus dedos, vigor e desejo
O suspiro e o sal na pele começa com um beijo
Nossas bocas, duas peças, encaixe perfeito
Eu me entrego nervoso, nunca com receio

Eu vou cantar pra ela
Que sem ela não existo mais
Eu vou cantar pra ela
Que eu sempre a quero mais
E eu vou dizer pra ela
Que ela é a luz que me traz paz

Eu vou dizer pra ela
Eu vou dizer pra ela
Eu vou dizer pra ela
Que ela é luz que me traz paz

4) Reviso meus planos

Reviso meus planos e até meus enganos
Todos me levaram a você
Um cara sem rumo de hábitos noturnos
Que só procurava prazer
Um brinco de pena, um par de estrelas negras
Se chora até faz chover
Meu cabelo comprido cobre o fone de ouvido
E a barba sempre por fazer

O destino uniu nossos caminhos
Mistura de amor e prazer
Posso até assistir nossos filhos
E como eles irão crescer

Reparo em seus traços
Refaço meus passos, e sei que meu mundo é você
Mudou minha vida, curou minhas feridas
Sem mesmo dizer o porquê

Serei seu espaço, serei sempre grato
Por ter me ensinado a viver
És o que preciso, loucura e abrigo
Morar no teu jeito de ser

5) Lembranças

São só lembranças
Suas tranças por entre as minhas mãos
A dança, quadris, movimento, explosão
Éramos crianças, esperando anoitecer
Marionetes conduzidas pelos fios do prazer

Sua fala mansa, me arde a dor de não ter distância
Que só o tempo vai percorrer
A eternidade nos teus braços era pouco pra entender
Que o vermelho dos teus lábios era o sangue do meu ser

Nunca fomos perfeitos
Sem aviso a vida dá, sem aviso a vida tira
Aproveite com prazer enquanto o amor ainda brilha
Não seja só lazer, não se perca pela trilha
Aproveite um bem querer mesmo que for na despedida
Dentro de um velho quarto tentando me convencer
Que o rosto no retrato não vai mais envelhecer

6) Meu pai é rastafar-i

Depois de três meses que minha mãe acabara de falecer
Recebi uma carta de quem eu pensei que nunca mais iria aparecer
Quando li tinha palavras amargas
Podia sentir o papel ainda molhado de lágrimas ou coisa assim
A carta dizia assim:

“Cansei de São Paulo
Resolvi mudar de estado,
Pra poder espairecer
Deixei meu cabelo crescer,
A minha barba por fazer
Não sabia se ia engordar
Ou se ia emagrecer
Até que pensei,
Como um cara da minha idade
Tive você com dezesseis,
Precisava de mais liberdade
Subi num caminhão e sem direção
Como um covarde
Eu cheguei no Maranhão
Aqui estava mais confiante e feliz
Com vários amigos,
Fazendo um reggae raiz
Mandei essa carta
Pra você não se espantar
Aqui está meu endereço,
Venha me visitar”

Fui visitá-lo
E ele estava bem mudado
De cabelo rastafari,
Enrolando um baseado
Foi aí que eu percebi
Que ele estava mais lesado
Com idéias rebeldes,
Com o olho avermelhado
Perguntei por que tinha isso na mão
Se quando eu usava
Me diziam que não era bom
E respondeu, humildemente
“Faça sua cabeça
E se sente com a gente”

Meu pai é Rastafar-I
Meu pai é Rastafar-I
Meu pai é Rastafar-I

7) Mar do meu mundo

Nos olhos um azul profundo revela sua alma,
No Mar do meu mundo,
Eu sempre fico no cais.
As águas são claras,
São calmas,
Mas sempre da medo de atravessá-las,
Não sei o que encontrar.

Cor tão bela,
Não dá trela,
Pro meu barco marrom.
Não navega,
Abro a vela,
Mesmo sem ter vento bom.

À deriva a hora são segundos,
Não perco minha calma,
Sou filho do justo,
Espero o que precisar.
Tenho na minha consciência,
Não posso viver no escuro da ausência,
Dos olhos que gosto de olhar.

Cor tão bela,
Não dá trela,
Pro meu barco marrom.
Não navega,
Abro a vela,
Mesmo sem ter vento bom.

Lá quando tem chuva,
As águas não ficam turvas,
Só realçam o azul do meu mar.
Nem um problema que surja,
Nada mais me preocupa,
Que ver meu mar chorar.

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