5 livros que eu li (e amei) em 2022

Final do ano é época de relembrar momentos, leitutas, filmes e compartilhar os melhores momentos. Este ano foram 26 livros lidos e 3 que ainda estou lendo, a meta era chegar aos 50, mas não deu.

A vida não é útil – Ailton Krenak

Krenak é um autor obrigatório para trazer reflexões sobre a sociedade em que vivemos e sobre a sociedade que pensamos querer construir. Leitura fundamental em nossos tempos!

Saturno o vampiro – Sombras do passado

Humberto Lima une seu talento como escritoe e sua bagagem de conhecimentos históricos para criar Saturno, um cativante vampiro indígena que irá nos contar a sua vida tendo como cenário o Brasil desde a chegada dos portugueses.

Livre

Cheryl S. narra sua vida e a aventura de percorrer uma trilha selvagem pela costa do Pacífico. Um livro incrível que toda mulher deveria ler.

A imaginação hiperativa de Olivia Joules

Uma boa leitura pode trazer ensinamentos, reflexões, emoções ou apenas boas risadas. A imaginação hiperativa de Olivia Joules é exatamente o tipo de livro para dar boas risadas.

A escola que (não) ensina a escrever

Um livro voltado aos que trabalham na área da educação, especialmente no curso de letras. Ou para quem quer refletir sobre o contexto educacional brasileiro. Vale a leitura (ainda não terminei de ler, mas até o final de dezembro termino).

Querem saber os outros lidos de 2022?

Quer saber todos os lidos? Segue a lista.

– As pupilas do Senhor reitor (Júlio Diniz)

– Saturno, O Vampiro (Humberto Lima)

– O noviço (Martins Pena)

– Livre (Cheryl Strayed)

– O inspetor Geral (Nicolau Gogól)

– Casa de Pensão (Aluísio Azevedo)

– Gente e Bichos (Érico Verissimo)

– Apaixonados (Laure Kate)

– A dançarina do CEO (Marta Vianna)

– Luna Caliente (Mempo Giardinelli)

– Amor de Perdição (Camilo Castelo Branco)

– Amor de Salvação (Camilo Castelo Branco)

– As cerejas (Vários autores)

– A imaginação hiperativa de Olivia Joules)

– Quem é você, Alasca (John Green)

– Comer, rezar, Amar (Elizabeth Gilbert)

– Amor (Gabriel Chalita)

-Se houver amanhã (Sidney Sheldon)

– O caçador de pipas (Khaled Hosseini)

– O homem mais rico da babilônia (George S. Classon)

– O feitiço do cálice de pedra (John Dickinson)

– O Jardim das Ilusões (Susan Trott)

– Cronistas do Estadão (vários autores)

– Histórias de Vampiro (vários autores)

– Contistas Portugueses Modernos (Vários autores)

– Ainda lembro (Jean Wyllys)

– A vida não é útil (Ailton Krenak)

– Ética e Cidadania – Caminhos da filosofia (Silvio Gallo org.). Ainda lendo

-A escola que (não) ensina a escrever (Silvia M. Gasparian Colello). Ainda lendo

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Comer, rezar, amar

O livro se baseia na história real de Elizabeth Gilbert, uma jornalista e escritora norte-americana que percebendo o quanto estava infeliz em seu casamento, decidiu dar uma guinada na vida, pedir o divórcio e arrumar as malas para um ano dedicado inteiramente a si.

                Ela opta por três destinos: Quatro meses na Itália, onde além de estudar italiano dedica-se a explorar as artes do prazer, principalmente à mesa. Quatro meses na Índia, onde faz um retiro, pratica yoga e encontra sua conexão com o divino, explorando a arte da devoção e encerra a viagem com quatro meses em Bali onde explora as possibilidades de unir o prazer mundano e o divino buscando o equilíbrio necessário para a vida.

                A verdade é que todas as pessoas precisam encontrar esse equilíbrio entre prazer e devoção (seja lá qual for a devoção da pessoa, importante lembrar que ninguém é obrigado a crer igual), mas a esmagadora maioria jamais vai conseguir tirar um ano inteiro para viajar e encontrar esse equilíbrio. Infelizmente.

                Sem dúvida o que se pode tirar de mais importante da leitura é a necessidade de refletir: Você está vivendo a vida que gostaria ou a vida que outras pessoas gostariam que você vivesse?

                Talvez você não possa viver um ano fora do país, mas com certeza é possível revirar a vida ao avesso procurando uma brecha para começar a construir um futuro mais próximo do que você realmente deseja.

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Ponte para Terabítia

Ponte para Terabítia é muito mais do que um livro sobre a amizade verdadeira entre duas crianças de dez anos. Jess Aarons e Leslie Burke personificam dois mundos completamente distintos que se misturam com naturalidade e suavidade. É inegável: A chegada de Leslie modifica completamente a vida do solitário Jess – Não que ele fosse filho único, pelo contrário: Jess tem uma família grande e majoritariamente feminina, sendo ele o único homem em casa, além do pai que trabalha durante todo o dia. A vida de Leslie também se modifica ao conhecer Jess – Ela, que é filha única, vinda de família instruída, encontra em Jess o companheiro perfeito para imaginar um lugar perfeito: Terabítia.

                Terabítia não é apenas um lugar imaginário de duas crianças entediadas e por qual motivo não dizer, excluídas dos grupinhos infantis da escola. Terabítia é um refúgio, uma fusão de duas mentes em desenvolvimento, é um segredo de alma.

                Katherine Paterson, a autora, consegue nos prender da primeira até a última página, causando um choque com a reviravolta na história e despertando simpatias e antipatias imediatas. Uma história de fantasia onde o mais importante não é o que se imagina, mas quem imagina. É um livro curto, editado em fonte grande com um bom espaçamento, história simples e bem construída, ideal para ler em um ou dois dias.

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O que vale é a intenção (Mallika Chopra)

Finalmente um livro sobre desenvolvimento pessoal/auto-ajuda que não parece uma lavagem cerebral indutora ao cristianismo – Nada contra cristãos, mas as pessoas não são obrigadas a crer nas mesmas coisas e é muito irritante quando um autor tenta justificar absolutamente tudo com a bíblia ou a vontade de Deus, como se a única lógica do mundo fosse “leia a bíblia ou não evolua/melhore nunca”.

                O livro fala sobre a busca por uma vida com intenção e propósito e através de um relato pessoal da autora disponibiliza meios para que o leitor repense o seu dia a dia buscando conhecimento sobre o que realmente o faz feliz e como isso pode ser um propósito maior, impactando as pessoas ao redor e promovendo uma melhora no mundo em que vivemos.

                Vale lembrar que as realidades humanas são diversas entre si, então o “caminho” percorrido pela autora pode não se adequar às realidades de quem lê. E tudo bem. Livros não são guias obrigatórios, são apenas instigações, convites a pensar e sugestões de mudança. Tentar seguir os mesmos caminhos de qualquer pessoa é uma receita certa para a frustração uma vez que não existem pessoas idênticas com vidas e prioridades idênticas – As experiências da autora são DELA e podem servir de inspiração para outras pessoas.                

Sem dúvidas é uma leitura válida. Mas eu ainda prefiro um bom romance.

Pluto ou Um Deus chamado dinheiro (Aristófanes)

O que aconteceria se repentinamente apenas as pessoas honestas ganhassem dinheiro? 

Nesta comédia de Aristófanes, autor grego falecido por volta de 375 a.C, nos deparamos com Crêmilo, um homem íntegro inconformado em ver a riqueza nas mãos dos desonestos. Preocupado com o futuro de seu filho e em dúvida sobre educá-lo para ser um homem honesto e pobre ou um desonesto rico, Crêmilo procura o oráculo e descobre que Pluto, o Deus do dinheiro, está cego. A descoberta leva Crêmilo a traças um plano: Curar Pluto para que a riqueza possa ser distribuída com justiça, somente entre as pessoas boas. 

Por meio de diálogos engraçados, Aristófanes mostra o interesse de algumas camadas na manutenção da pobreza: O sacerdote alega que “uma vez que todos tem dinheiro, ninguém mais leva oferendas aos templos”. Além disso, a própria pobreza tenta fazer Crêmilo mudar de ideia, alegando que é ela a responsável pelo trabalho, sem pobreza não haveria trabalhadores para fazer os serviços pesados. 

Embora hoje a sociedade já não renda mais homenagens ao Deus Pluto, é inegável que a busca pelo dinheiro e riqueza converteu-se em um objetivo central, quase como uma religião em que o Deus é o dinheiro. E muitas vezes parece que a riqueza acumula-se com maior facilidade nas mãos dos desonestos Traçando um paralelo, podemos perceber também que há ainda hoje camadas a quem interessa a manutenção da diferença social – Se não houver pobres crédulos lotando templos, onde os mercadores da fé irão conseguir vender seus feijões, lenços e água consagradas por valores exorbitantes? 

Muito além de divertir, a peça de Aristófanes trás reflexões sobre a relação entre o homem e a riqueza e sobre a importância de exercitar o pensamento crítico para traçar paralelos entre o que lemos num momento de lazer e os fatos que permeiam a nossa vida em sociedade. 

E você que me lê, em algum momento já sentiu que as riquezas geradas pelo ser humano acumulam-se muitas vezes com pessoas desonestas? Acredita que o mundo seria mais justo se apenas os íntegros pudessem ganhar dinheiro ou acredita que a manutenção do abismo social é peça fundamental para o equilíbrio da sociedade? Criaria seu filho para ser honesto ainda que isso significasse ter pouco dinheiro ou preferiria criá-lo para ser um espertalhão rico? 

Por minha parte, acredito que devemos lutar pela construção de uma sociedade sem diferenças de classe, onde todos trabalhem e ganhem o suficiente para uma vida digna. Agora quero ler as respostas de vocês aos questionamentos – E de preferência, não deixem de ler o livro para refletir sobre essas questões. 

Dica literária: Cartas de amor de Paris

Você já leu uma história de amor super clichê, que envolve o reencontro de um casal depois de uma vida toda? Cartas de amor de Paris poderia ser um romance clichê água com açúcar, não fosse por um detalhe: Não é uma narrativa ficcional e sim o relato da história vivida por Samantha Vérant.

            Em 1989 em uma viagem pela Europa, Samantha conhece o homem dos seus sonhos, Jean-Luc. O romance de apenas um dia termina quando ela parte para o próximo destino do itinerário, despedindo-se dele em uma plataforma de trem. Apesar de estar apaixonada por Jean, Samantha ignora todas as cartas de amor que o rapaz insiste em enviar desaparecendo da vida dele.

            Vinte anos depois, dividindo a cama com o cachorro e prestes a se divorciar, Samantha se questiona: Onde tudo começou a dar errado?

            A narrativa é leve, fluída e divertida – Especialmente se levarmos em consideração o número de coisas pornográficas que podem ser pedidas por engano em francês quando tudo o que se quer é pedir um canudo ou dizer que está aguardando o mês de Julho. Enquanto Samantha nos conta o reencontro com o amor, descortina-se nas entrelinhas a importância das verdadeiras amizades, do apoio familiar e da coragem para enfrentar novos desafios quando tudo parece determinado ao fracasso.

            E você? Responderia uma carta de amor com vinte anos de atraso?


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Blogagem coletiva #1: O ano que passou e os livros que ficarão na memória

O ano de 2020 se encarregou de sacudir os rumos do mundo, abalar sonhos, derrubar estruturas e tornar a vida mais difícil. Por aqui livros, escrita e culinária mantiveram algo de familiar nos dias de rotinas alteradas e medo. Durante o ano que se passou foram ao todo trinta livros lidos, sendo dezesseis nacionais. Esse número não conta os livros didáticos que sempre me acompanham como uma distração e uma forma de me manter preparada para concursos. Também participei de duas antologias (Amores Virtuais, Perigo Real e Quimeras de Natal: Sonhos no Gelo, ambas da Editora Quimera) e um livro coletivo – Feliz Ano Velho, da Editora Scenarium que foi lançado apenas em dois mil e vinte e um com uma tiragem limitada.

            A maioria dos títulos lidos ano passado foram escolhidos através de sorteio, o que em alguns momentos me tirou da zona de conforto literária. Relembrando os títulos:

  1. Office Boy em Apuros – Bosco Brasil.
  2. Um tempo para você – Linda Roberts
  3. Memorial de Aires – Machado de Assis
  4. Clara dos Anjos – Lima Barreto
  5. Não leve a vida tão a sério – Hugh Prather
  6. Bagagem – Adélia Prado
  7. O chamado de Cthulhu e outtos contos – H.P Lovecraft
  8. Ópera do Malandro – Chico Buarque
  9. O pássaro pintado – Jerzy Kosinski
  10. Marília de Dirceu e Cartas Chilenas – Tomás Antonio Gonzaga
  11. Histórias Fantásticas – Vários autores
  12. Cyrano de Bergerac – Edmond Rostand
  13. Dom Casmurro – Machado de Assis
  14. Noites  na Taverna – Álvares de Azevedo
  15. A  montanha e o Rio – Da Chen
  16. Antologia poética – Augusto dos Anjos
  17. Tire proveito dos seus impulsos – Pauline Wallin
  18. Felicidade – Gabriel Chalita
  19. Contos Reunidos; Brás, Bexiga e Barra Funda; Laranja da China e Outros Contos – Antonio Alcântara Machado
  20. Meus primeiros sonetos clássicos – Organização Alexandre Carvalho e Silvia J. Estevam
  21. Tia Julia e o escrevinhador – Mario Vargas Llosa
  22.  O Guarani – José de Alencar
  23.  Flores na Chuva e outros contos – Rosamond Pilcher
  24. Hilda Furacão – Roberto Drummond
  25. Fogo Morto – José Lins do Rego
  26.  Corredores – Codinome Loucura – Marianna Gouveia
  27. Amores Virtuais, Perigo Real – Antologia organizada por Humberto Lima
  28. A metamorfose – Frans Kafka
  29.  Treinando a emoção para ser feliz – Augusto Cury
  30.  Ponte para Terabitia – Katherine Paterson

Alguns livros da lista eu já conhecia e fiz uma releitura, outros me tiraram da zona de conforto e o último livro me chocou tanto que ainda não tem sequer resenha escrita para falar sobre ele no blog.

E vocês? Quais livros leram em 2021?

Conheça também um pouco sobre o mundo literário de:

Viviane AlmeidaAle Ana Claudia Lunna Guedes ObdulionoRoseli Pedroso

Hilda Furacão

Primeiro livro do #DesafioLiterário2020 #Novembro, Hilda Furação é um romance publicado em 1991 pelo autor mineiro Roberto Drummond. Adaptado para a televisão, Hilda Furacão é baseado na história de uma prostituta que ficou célebre na Zona Boemia da cidade.

            O livro não é fiel a todos os acontecimentos – Nem todas as personagens existiram no mundo real embora muitos tenham sido baseados em pessoas com as quais o autor se relacionava. O romance caminha lado a lado com a realidade brasileira já a um passo do golpe militar de 1964, retratando o eterno medo do “fantasma do comunismo” em uma sociedade onde impera a beatice católica e o mexerico sobre a vida alheia e onde jovens ainda sonham em fazer a revolução, inspirados em Marx, Che e Fidel. Interessante inclusive retratar as diferenças históricas da esquerda presente no Brasil naquela época em relação aos militantes de hoje: Enquanto hoje há uma forte tendência da esquerda brigar pela liberdade das pessoas, contestando posturas machistas ou conservadoras, o autor nos traça uma esquerda que, nos anos 60, postulava que seus militantes mais jovens mantivessem a castidade.

            A história ganha uma mística especial quando conhecemos a profecia que envolve o sapato da protagonista – que passa então a ser vista como uma “gata borralheira” – É inevitável que se torça pela realização de um conto de fadas na vida de Hilda, mesmo com o narrador – o próprio Roberto Drummond – protelando o desenvolvimento da história e ao mesmo tempo envolvendo o leitor em outras histórias paralelas: Drummond faz com que a pessoa que lê se apegue e deseje saber o desdobramento dos fatos na vida das personagens: Torcemos para Aramel cumprir sua promessa e fazer chover dólares, ficamos de coração partido por Emecê que não consegue coragem de encontrar a bela Gabriela e angustiados pelo “Santo” perdido em tentações.

            Um ponto que me chamou atenção é que, no livro, não há uma exploração sensual da beleza de Hilda – Em alguns momentos, até o contrário: A protagonista tem a aparência de um anjo. Já na série de televisão as câmeras não poupam a exposição do corpo de Ana Paula Arósio, atriz que interpretou Hilda – Não com vulgaridade, mas como uma volúpia que as letras não transmitem.

Tia Julia e o escrevinhador

O segundo livro do #DesafioLiterário2020 #Agosto é uma obra do autor peruano Mario Vargas Llosa. O autor soube construir um romance divertido, de fundo autobiográfico, com elementos que causam pequenos choques no leitor. A história principal gira em torno de Varguitas, então um rapaz de dezoito anos, que se apaixona pela tia, Julia, mulher mais velha e já divorciada. O autor complementa o romance com elementos como o trabalho de Varguitas na rádio, onde conhece Pedro Camacho, um boliviano autor de novelas de rádio, muito populares na época. Varguitas estuda direito e deseja ser escritor e morar em Paris, Camacho escreve durante horas e horas seguidas, sem descanso – Llosa utilizou-se de um recurso muito interessante: Os capítulos do livro se alternam entre a história de Varguitas, Júlia e Pedro Camacho, e as histórias das novelas de Pedro Camacho, de modo que hora você está acompanhando o desenrolar de um romance proibido, hora está lendo uma pequena história dramática e por qual motivo não dizer espalhafatosa, que deixa sua continuidade com uma ponta solta, como um momento de suspense sugerindo que haverá continuidade. Llosa sem dúvida é um dos grandes nomes da literatura latino-americana e, ainda que a obra em comento pareça um pouco lenta no início, o autor consegue manter um ritmo agradável, que cativa o leitor e o leva conhecer várias realidades diferentes dentro de um mesmo país: Policiais, religiosos, burguesia decadente, pessoas simples, artistas, burgueses, fugitivos. Cada história se desenrola em seu próprio tempo, até que o leitor começa a notar algo diferente, uns pequenos incômodos, uma incerteza que o fará talvez retornar algumas paginas e depois continuar a leitura com uma sensação estranha e divertida, afinal, os fatos que ocorrem na vida de um autor de novelas incansável uma hora acabam refletindo-se na criação de suas histórias e personagens, ou não? Uma das melhores obras literárias que já caiu em minhas mãos este ano! Do mesmo autor indico também Travessuras da Menina Má, já falei dele aqui no blog.

Esse post faz parte do BEDA – Blog Every Day August

Participam também:

Lunna Guedes, Viviane, Mariana, Ale Helga – AdrianaClaudiaDrica Chris Obduliono

Histórias Fantásticas

O primeiro livro concluído no #DesafioLiterário2020 #Maio é a coletânea Histórias Fantástica, da editora ática. O livro, que é o 21º volume da coleção “Para gostar de ler”, traz histórias de autores como Edgar Allan Poe, Lima Barreto, Guy de Maupassant, Moacir Scliar, Charles Dickens, Frans Kafka, Murilo Rubião e Modesto Carone, mesclando nomes consagrados da literatura brasileira e da internacional. É um livro de leitura bem fácil – Sabe aquele livro que uma pessoa pode terminar em um dia? Então, é esse. Por ser composto por contos, não é necessária uma leitura linear ou mesmo longo tempo ininterrupto, o que favorece a leitura naqueles  15 minutinhos de descanso após o almoço, o  tornando indicado pra quem ainda não tem o hábito da leitura. Também é um bom presente para adolescentes, por apresentar histórias curtas e intensas, capazes de exercitar a imaginação. Apesar de não ser uma grande apreciadora de alguns tipos de histórias fantásticas (O que pode parecer bem irônico tendo em vista que há assuntos no campo do terror e da fantasia que me prendem por horas a fio), tenho que admitir que apreciei muito a leitura, pois é inegável a qualidade dos textos.

Conheceu o blog agora e quer mais informações sobre o #DesafioLiterário2020? Corre que dá tempo de participar, é só clicar aqui.

Quer saber quais foram os livros dos outros meses? Dá uma espiada:

Janeiro, Fevereiro, Março, Abri e Maio.