Encarei a tela. Onde encontrar recortes urbanos se tenho estado em casa a maioria do tempo desde março do ano passado? O jeito foi revirar antigas fotografias – E eis que o resultado me agrada:






Encarei a tela. Onde encontrar recortes urbanos se tenho estado em casa a maioria do tempo desde março do ano passado? O jeito foi revirar antigas fotografias – E eis que o resultado me agrada:
A vida passa por seis portas A primeira por onde todas as espécies já passaram Água Fonte de toda a vida Início e fim
A segunda trouxe cada ser humano ao mundo Escondida, meio tabu Vagina: Feminina ou masculina Início da jornada
A terceira porta nós não cruzamos Ela está em nós Nosso rosto: Olhos, nariz, ouvidos Permite-nos conhecer o mundo
A quarta porta - Magia pura Leva-nos a diversos mundos Livros abertos Páginas, paisagens
A quinta porta, ápice do viver Amor - Uma flor na alma Uma porta ponte entre corações
A última porta Nossa única certeza, inevitabilidade Amedrontadora nos aguarda Ceifadora, Morte
Breves comentários:
Uma coisa que amo neste projeto 06 on 06 é que, além de fotografar (o que é uma delícia de qualquer lado da câmera – como modelo ou fotógrafa), posso experimentar sair da literalidade das palavras – Portas – Eu poderia ter saído e fotografado portas, consigo pensar em algumas lindas no centro da Cidade (Portas de casas antigas, de Igrejas, de Lojas Maçônicas, portas de escola), mas com o advento da pandemia me fazendo evitar sair de casa, pensei em outras possibilidades para a palavra e ainda arrisquei uns rabiscos coloridos (Podem ver que desenho mal, mas me divirto tentando).
06 on 06 é um projeto proposto pela escritora e editora Lunna Guedes cuja proposta é postar todo dia 06, seis imagens sobre um determinado tema.
Também participam:
E de repente o ano chega ao meio – Assim, sem eira nem beira, mais precipício que passeio, mais tempestade que castelo de areia. Ainda ontem era Janeiro, mês dos mil planos, mil certezas e alguns enganos. Ainda ontem, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho. Dias tão iguais e tão diferentes de tudo, rotinas quebradas e remodeladas dentro do que alguns insistem em chamar de “novo normal” e eu prefiro chamar simplesmente, Caos.
Em Fevereiro, novas receitas, novos dias, final de férias e expectativa para o Carnaval – Mesmo que a melhor ideia seja passar o dia em casa lendo um livro.
Em Junho, depois de tantos meses, uma foto minha. O cabelo já cresceu, mas agora cortar não é prioridade
Também compartilharam seus calendários particulares:
Quem sou eu? Sou um Universo todo. Todos nós somos Universos, inteiros, completos, insondáveis. Como astronauta, exploro as estrelas, galáxias, planetas que há em mim – Quanto tempo nós passamos na vida buscando o que está fora e ignorando nosso céu estrelado? Quantas horas perdidas em vida com medo da inevitável aterrissagem dentro de nós, das caminhadas à beira do abismo, das incursões em nossas florestas sombrias, das manhãs frias? São anos insistindo em ver e mostrar apenas os nossos Jardins, nossas flores coloridas, criando uma eterna primavera que, na vida real, é impossível – Pois existe também o inverno, o outono, o verão. Então, sem mesmo conhecer cada recanto do meu Universo, fica impossível responder quem sou com outras palavras além das que já disse e melhor explico: Sou um Universo e sou minha própria desbravadora. Como todo Universo, estou em constante mutação, pois nada no Cosmos é igual e eterno. Um Universo em constante integração com tantos outros Universos que me cercam – Alguns desses Universos repelem-me e causam repulsa. Outros me atraem para suas órbitas e assim, mutuamente, ampliam a si próprios e a mim, através do dialogo. Eventualmente, há Universos que me atraem a ponto de que eu deseje permanecer dentro deles por mais tempo, e isso, se chama amor – Essa atração irresistível entre dois Universos que se cruzam no caos infinito do mundo, mas essa definição fica para outra conversa
Pintura: Adriano Dica
Fotos: Fotoclube Frame
Texto: Darlene R. Faria
Também participaram do projeto:
Ale Helga (blog Meus Amores)
Lunna Guedes (blog Catarina)
Mariana Gouveia (Blog O outro lado)
Obdulio (Blog Serial Ser)
Lucas (Blog Universo Desconhecido)
Caminhando… Caminhando… Caminhando
Encontrei sombras e luz e muita história pra contar
Pelas ruas da cidade que passa os dias a gritar
E tantas almas apressadas-quase-surdas sem escutar
O que encontrarei?
O céu, o horizonte e um sem fim de emoções?
Não sei! O futuro só pertence a si próprio, afinal.
E o bom da vida é ir vivendo o caminhar até o final.
Por onde andei? Em qual busca? Em qual caminho?
Pensando bem, andei mais do que pensei ter andado
E bem menos do que desejaria ter caminhado…
Já andei na chuva, já sonhei na chuva, só não dancei enquanto chovia
Já sorri na chuva, e já me abriguei olhando a água que escorria:
Lá dentro da alma, e lá fora na rua.
Já vi o arco-íris depois da tempestade
Por entre os prédios da cidade
E já senti o arco-íris no coração
Quando um olhar despertou nele a paixão
Por onde andei? O que encontrei?
A casa dos meus sonhos, onde nunca morei…
Encontrei o antigo a se deparar com o novo
Numa briga muda por espaço, nas ruas onde passa o povo
Encontrei muita luta, e tantas vezes transformei em poesia…
Por onde andei, esperei muitas vezes o raiar do dia:
Algumas vezes sozinha, algumas vezes com amigos
São tantas histórias de rolês épicos, atuais e antigos
E um conto de fadas com um beijo ao amanhecer
Tão doce quanto respirar, sonhar, viver….
________________________________________________
Outras caminhadas…
Lunna Guedes; Lucas Buchinger; Isabelle Brum; Mariana Gouveia; Obdulio Nunes Ortega