Quarenta e oito dias para o futuro.  

O prazo final para registro de candidatos para as eleições de Outubro deste ano termina amanhã e, segundo reportagem da CNN Brasil, o TSE já recebeu quase 25 mil pedidos de registro, dos quais 1253 buscam a reeleição. Também segundo a reportagem, a grande maioria dos candidatos é homem e se autodeclara branco. 
O ideal é que a população acompanhe as opiniões e ações de seus candidatos dentro e fora do parlamento durante os quatro anos entre uma eleição e outra, porém, para quem não fez essa “lição de casa”, vale aproveitar os próximos quarenta e oito dias para redobrar as pesquisas e escolher com muita responsabilidade os representantes para o próximo período. A eleição é um momento em que devemos ser extremamente criteriosos e atentos – Os próximos 48 dias irão definir os caminhos do Brasil durante 4 longos anos e, para uma considerável parcela da população, pode significar a diferença entre vida e morte. É só lembrar dos fatos ocorridos em 2020 e ou da volta do país ao mapa da fome enquanto representantes eleitos pelo povo realizavam orgias financeiras com a compra de leite condensado, cloroquina e próteses penianas. 
Outro ponto fundamental é lembrar que o Congresso Nacional é a casa do povo e deve representar todas as camadas da população, visando a aprovação de leis que busquem equidade – Neste ponto, após afinar as buscas com base em ações e propostas, é importante refinar os resultados escolhendo os representantes com diversidade: Você escolheu representantes do gênero feminino? pessoas negras? indígenas ou transexuais? PCDs? Ainda que você não pertença a esses grupos, é ético que busque garantir a participação dessas pessoas no cenário político nacional. 
Não há justificativa para repetir erros de quatro anos atrás ou para alegar uma suposta neutralidade – Quando você abre mão de decidir o futuro do seu país, está deixando que outras pessoas o façam por você – Você deixaria seu vizinho escolher a destinação do seu dinheiro ou os móveis que você tem dentro de casa? Não. Então por qual motivo não está, neste exato momento, começando a listar seus possíveis candidatos/candidatas/candidates? Não escolher programas de governo e parlamentares adequados é o mesmo que entregar o dinheiro público nas mãos de larápios, impostores e seus laranjas.

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Uni-duni-tê… Era uma vez a última vez.

Quando foi a última vez que você brincou? Você lembra? Eu não.  Só sei que foi há muito tempo… Se tivesse a consciencia de que um dia o tempo de brincar ficaria para trás talvez tivesse agarrado entre os vaos dos dedos cada segundo. Teria experimentado corda, peteca e corre cotia. É bem verdade que adultos também brincam: Temos nosso trabalho e escolhemos nossos próprios “brinquedos”, geralmente eletrônicos parcelados “à perder de vista”, ou automóveis, apetrechos esportivos- Tudo sempre tão caro que muitas vezes gastamos mais tempo da nossa vida trabalhando pra para adquirir que para utilizar nossos “brinquedos”. E nos sobrecarregados de regras e competições! Como somos competitivos sem motivo! . E isso é triste. O adulto cresce e perde o encanto da vida, a capacidade de se divertir com pouco, a espontaneidade do riso alto, o prazer de sentar no chão entretido por horas a fio num brincar improvisado. E o pior: Esperamos que nossas crianças cresçam rápido para se tornarem exatamente como nós. É tão cansativo e sem sentido que se eu encontrasse alguma vez o gênio da lâmpada desejaria que nossas crianças pudessem ter a infância que vivi nos anos 90 e que os adultos não perdessem jamais o dom de brincar…

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Merecemos nossos recomeços.

Acredito que a maioria de nós é forçada a escolher demasiado cedo a profissão que irá abraçar – Quem somos aos dezesseis, dezessete anos para determinar uma escolha tão importante? Algumas vezes agarramos o que vier – qualquer coisa mesmo: Eu queria fazer faculdade de dança, fiz direito: Foi o primeiro curso que consegui (obrigada ProUni/governo Lula) e mesmo tendo notas altas, não confiei no meu potencial o suficiente para desistir do curso e recomeçar a saga ENEM/Vestibular. Faculdade concluída, ainda falava mais alto aquela sensação de querer algo diferente, que fizesse sentido pra mim. Recentemente cheguei a cursar quatro anos do curso técnico de música, desisti e aprendi que amar algo não significa ter aptidão para aprender-exercer. Deixei meu violão na parede, voltei a dançar sem perspectiva de fazer disso profissão (não por falta de vontade) e me dediquei a alguns concursos. Prestei vestibular novamente e passei – A nota prova que amei meu ensino médio e aprendi tudo que meus professores ensinaram (e até algumas coisas a mais). Hoje começo uma nova etapa: Bacharelado em Ciência de Dados na Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo) – Se é o meu caminho “para sempre” só o decorrer do curso e exercício profissional irá dizer, porém a mera perspectiva de aprendizado e mudança já me deixa muito animada. 

E como todo recomeço é repleto de desafios, principalmente quando você é adulta e trabalhadora, já deixo avisado que possivelmente irei sumir um pouco do blog e das redes sociais.

Abraços e me desejem muita sorte!

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Ritmo e poesia

RAP é a abreviação para “Rhythm and Poetry” (ritmo e poesia). Trata-se de um gênero musical surgido na Jamaica, na década de 60 e levado para os Estados Unidos no início dos anos 70, tornando-se popular entre jovens de origem negra e latina que habitavam as periferias de Nova York.

Caracterizado por uma batida rápida, mixada por DJ ou feita com a boca  – o conhecido beatbox – e pela prevalência do texto sobre a melodia, o RAP tem como temas recorrentes a narração das dificuldades, dos sonhos e do cotidiano das famílias que habitam bairros periféricos, sendo por isso um estilo musical de protesto. Além das gravações tradicionais, o RAP é encontrado em “batalhas” de rua, onde um MC desafia o outro com rimas improvisadas sobre determinado tema que devem ser respondidas pelo outro MC. 

No Brasil o RAP só chegou no final dos anos 80 e tornou-se popular e aceito na indústria fonográfica na década de 90, com o surgimento de músicos como Racionais Mc’s, Pavilhão 9, Detentos do RAP, Planet Hemp e Gabriel, o Pensador. 

Atualmente é possível encontrar letras de RAP românticas e até mesmo algumas exaltando as belezas de determinada cidade ou estilo de vida, o que mostra uma modificação na temática das músicas, mas é importante lembrar que, por mais que você aprecie as novas temáticas, o RAP merece respeito e destaque pelas suas origens de luta e protesto.

O ritmo ainda não venceu totalmente os preconceitos da sociedade, apesar da grande importância na cultura nacional como representação da voz da população periférica com seus dilemas, medos e dificuldades.

No Estado de São Paulo, vigora a Lei 13201/2008, que institui o “Dia do Rap Nacional”. Infelizmente a mera existência de uma lei não é suficiente para acabar com os preconceitos que cercam o estilo ou com a violência policial contra a população periférica – um dos temas recorrentes nas letras. 

Querem algumas indicações de RAP nacional?

Negro Drama – Racionais MC’s

Jesus Chorou – Racionais MC’s

Poesia Acústica #3 Capricorniana

E eu não poderia deixar de mostrar um rapper aqui da baixada santista que não é nem um pouco periférico mas que arrasa no som e eu curto muito:

Paraíso – 13ML

Coração de Vagabundo (Tributo ao Chorão) -13ML

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Papo reto: Vamos falar sobre pink tax?

O papo de hoje é muito importante, especialmente para as mulheres. Vocês já perceberam que os produtos voltados diretamente ao consumo feminino são, em geral, mais caros que produtos semelhantes voltados para o público masculino? Do gilete ao sabonete, da roupa íntima aos acessórios, passando inclusive por itens de papelaria e brinquedos, as mulheres pagam mais caro. Esse “fenômeno” é conceituado política e economicamente como “pink tax” ou “imposto rosa”. Uma pesquisa da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), produtos femininos custam em média 12,3% a mais que os masculinos – Em alguns itens, como roupas, essa diferença pode chegar a mais de 20%. 

A absurda diferença de preços torna-se ainda mais repugnante quando se leva em conta outras situações sociais, como por exemplo a pressão estética no ambiente de trabalho: Mesmo recebendo salários menores que os masculinos, as mulheres acabam gastando mais do que os homens apenas para cumprir as exigências sociais relativas a aparência: Maquiagens e outros itens estéticos encarecem o dia a dia da mulher trabalhadora, aumentando o abismo social e econômico. 

O imposto rosa, se existisse na legislação brasileira, feriria preceitos constitucionais como a igualdade, prevista no artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil e o princípio da isonomia tributária (todo contribuinte deve ter o tratamento igual), mas infelizmente sua existência extraoficial faz com que seus efeitos sejam sentidos sem que haja uma solução jurídica para fugir dele. Pode-se dizer que esse fenômeno político econômico é mais um monstro criado pelo “deus mercado” e pelo capital para manipular e achatar ainda mais a renda de uma camada específica da classe trabalhadora e, para lutar contra ele é preciso levar a informação adiante, questionar e, muitas vezes, repensar as supostas “necessidades” que nos são impostas. 

Contem pra mim: Como vocês escapam ou pretendem escapar da “pink tax” daqui por diante? 

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TBT 1986-1987

Setenta e oito fotos – Isso é tudo que tenho para recordar o lapso de tempo que se estende entre 25-11-1986, data em que nasci, e 25-11-1987 – data em que completei um ano. Hoje as crianças são inspiração para centenas de cliques tão logo nascem – Quantas imagens especiais são eternizadas e quantas se perdem em meio ao banal do dia a dia? 

Quando minhas fotos ainda eram de papel, me dava imenso prazer mexer nelas, manipular imagens, mostrar aos amigos “esse ponto desfocado no papel sou eu” – me arrependo um pouco de ter digitalizado meu acervo pessoal para facilitar as mudanças da vida – os arquivos pontojotapege podem ser realmente mais fáceis de carregar, guardar na nuvem, compactar em um DVD. Mas são infinitamente sem emoção para mostrar: Não tem como ver fotos no sofá macio da sala, com uma xícara de café quente em mãos e uma boa música de fundo enquanto histórias de um passado cada vez mais distante são contadas. A solução é compartilhar na internet – amigos queridos, conhecidos e até desconhecidos queridos (ou não) podem deslizar o dedo pela tela fria e apertar o botão de curtir automaticamente – sem o sabor do café e das risadas trocadas. E sem a quase obrigação moral de mostrar as próprias fotos antigas.

Mini Darlene – 1987. Para ver mais fotografias desse TBT, visitem meu instagram

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Contagem regressiva… 63 Dias!

Agosto mês do desgosto, diziam os antigos. Ou mês do cachorro louco. Será que o mês tradicionalmente conhecido como catastrófico, que neste ano se inicia em uma Segunda Feira, o dia mundial da preguiça, só pode mesmo ser sinal de maus prenúncios? É claro que não!

Hoje inicia-se uma contagem regressiva fundamental para o Brasil, em 63 dias uma grande responsabilidade tocará as mãos de brasileiros, brasileiras e brasileires: Eleger o novo chefe do executivo federal, mais conhecido como Presidente da República. Dada a seriedade do momento, não é possível ter ilusões. Dia 02 de Outubro será uma escolha entre continuar chafurdando na pocilga em que o país se encontra ou escolher uma candidatura progressista, com reais chances de se eleger e iniciar a reconstrução do Brasil que precisamos. Veja bem, não estou dizendo que a oposição vai conseguir, em quatro anos de governo, nos devolver a qualidade de vida do Brasil que conhecemos entre 2003 e 2015. O processo de Impeachment da Presidenta Dilma, os sucessivos ataques do governo Temer e a catástrofe representada por quatro anos de completo desgoverno deixaram marcas profundas na democracia, na economia e nos indicadores sociais brasileiros – Não é algo que se resolverá da noite para o dia, principalmente tendo em conta que os ataques da extrema direita irão continuar e talvez até se acirrar. Apesar disso, é melhor iniciar a limpeza da casa-nação ou reeleger o porco fascista? Com certeza a primeira opção é a única que se apresenta como sensata – Um voto crítico, que deve ser acompanhado diariamente pela população brasileira. Até lá, cuidado com as fake news e com o gado louco.

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Quando os muros… falam.

Ontem, voltando do trabalho, reparei em uma arte no muro: Dois homens, claramente dois soldados, seguram cada um uma placa com os dizeres “É tudo por dinheiro” ou “It’s all about money”. Infelizmente não é um questionamento e sim uma afirmação. Mas o que seria esse “tudo”? Oras, tudo é tudo.

Desde que algum ser humano cercou o primeiro pedaço de terra e disse “isso é meu”, começou a ser instituída uma sociedade onde o “ter” e o “poder” se mesclam, tornando-se privilégio de poucos e objeto de desejo de muitos.

As guerras surgem por conta desses dois elementos: Dinheiro e poder. Por um lado, a indústria da guerra movimenta milhões, por outro, há sempre líderes dispostos a cometer crimes em troca de maior poder.

A relação do ser humano com o desejo de poder, e portanto de dinheiro, tornou-se tão inseparável que há pais que não conseguem imaginar seus filhos fazendo qualquer atividade que não vise lucro futuro: Futebol não é mais uma atividade pelo mero prazer esportivo. Nem arte. Aprender um segundo idioma não é mais mera questão cultural – Cada passo é dado pensando em como aquele investimento irá retornar no futuro.

E em meio a essa corrida desenfreada, naturalizamos a figura da pessoa estressada como “pessoa de sucesso”, naturalizamos o não ter tempo para autocuidado, naturalizamos as indústrias destruindo nosso meio ambiente e nos vendendo coisas que não precisaríamos caso não fosse necessário vender cada minuto livre em troca do dinheiro que pagamos para ter esses objetos/serviços. É um ciclo que mantém o mundo em guerra e nos mantém doentes e cansados. E infelizmente não acredito que haja um retorno seguro para um estado de coisas menos agressivo e insalubre. Sendo otimista, a humanidade irá desaparecer em breve – Mas por algum tempo irão ficar esses soldados no muro, nos dizendo o motivo de tudo ter começado a dar errado. Se ninguém for pago para apagá-los antes.

Sobre Política: Lições e decepções necessárias

Quando o assunto é política, há inúmeras lições a serem aprendidas – Algumas, como a questão da consciência de classe, do histórico pessoal e das alianças políticas escolhidas pelo candidato (a/e) são fundamentais principalmente para quem irá às urnas. Entretanto, um aprendizado é básico e deve servir sempre aos dois lados – votantes e votados: Não existem soluções únicas, mágicas, milagrosas. 

É muito fácil se candidatar tripudiando dos problemas reais e dizendo “vou resolver isso aí”. O problema é que há muita gente fazendo isso e muito eleitor (a/e) acreditando sem questionar quais são as opções concretas para a resolução do problema. 

Um exemplo claro do que pode dar errado quando se faz promessas eleitoreiras é a placa colocada hoje aqui em São Vicente: Rua Rio Kayo Amado. Ocorre que num passado recente, Kayo caminhava por bairros historicamente atingidos pelas enchentes prometendo resolver o problema. Hoje, vivendo o segundo ano de seu mandato, o atual prefeito colhe as críticas de pessoas que acreditaram em suas promessas e o apoiaram. Críticas como essa placa simbólica. 

É sabido que o drama das enchentes na cidade de São Vicente é uma junção de fatores: Chuvas, escoamento, lixo nos canais, maré. Em seus vídeos, o então prefeiturável, poderia ter colocado as cartas na mesa: A resolução das enchentes seria alcançada com obras de dragagem e com uma nova política pública de gestão de resíduos – que depende também do apoio da população e com a consciência de que em áreas atingidas pela cheia das marés, o máximo que a prefeitura pode fazer são obras que garantam o escoamento da água, uma vez que o mar não pode ser controlado. Possivelmente uma postura assim, sincera e que delegue à população uma parte da resolução do problema, iria fazer com que alguns votos fossem perdidos, mas pensando em longo prazo, evitaria que já eleito o prefeito se tornasse motivo de chacota e revolta, além de construir uma base eleitoral engajada e participativa – Algo que falta em nosso país. 

Que para o futuro possamos ver mais sinceridade em quem se candidata a cargos políticos e um julgamento mais realista por parte de quem irá às urnas votar.


Este post é o terceiro post BEDA (blog Every Day April), que este ano por problemas técnicos está sendo postado aqui com um dia de atraso (mas segue na sequência correta de dias no meu instagram @poetisa_darlene). O texto escrito ao som dos carros passando pela rua ainda inundada e da música Que país é esse?

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O Samhain se aproxima – Frio e recomeços

Caros leitores e leitoras, está oficialmente iniciada a temporada de dias frios e, embora para muitas pessoas o Outono/Inverno seja um período ruim, por aqui é um tempo de energia renovada. O frio me agrada em todo seu recolhimento e cores sóbrias. Sinto vontade de acordar cedo, expandir, cantar alto, caminhar sentindo o vento cortante açoitar a minha pele. Frio é tempo de dormir bem, comer bem, fazer exercícios sem transpirar nos primeiros minutos. É a época em que consigo sentar e escrever por horas ou estudar sem sentir sono. Abril é também o mês que antecede o Samhain – O ano novo pagão. É o fim da época de colheita, tempo de se preparar para o recolhimento do inverno. Um bom momento para organizar a casa e a vida e traçar planos a serem colocados em prática quando o Deus- Sol renascer.

Nos últimos tempos tenho me mantido afastada de tudo que não é humano, palpável, prático – Isso inclui o estudo de qualquer tipo de crença ou religiosidade – Penso que entre os estudos que podem de fato mudar a minha vida me colocando em uma melhor posição no mercado de trabalho, a atuação política que pode melhorar a vida de toda população e os estudos filosóficos religiosos, estes últimos devem ser preteridos em favor dos dois primeiros, por uma questão lógica. Ainda assim, quando sopram os primeiros ventos e o céu se encobre de nuvens quase na metade do ano civil, é inevitável ser arrastada pela Roda do Ano – E mesmo sabendo que dificilmente vou ter disciplina para seguir adiante, prometo a mim mesma que desta vez eu remonto meu altar wiccano e me dedico a celebrar ao menos os Sabaths e Esbaths à partir do ano novo que ocorrerá dia 1 de Maio.

Texto escrito ao som da chuva e de All Souls Night

Este texto faz parte do BEDA (Blog Every Day August)

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