Setenta e oito fotos – Isso é tudo que tenho para recordar o lapso de tempo que se estende entre 25-11-1986, data em que nasci, e 25-11-1987 – data em que completei um ano. Hoje as crianças são inspiração para centenas de cliques tão logo nascem – Quantas imagens especiais são eternizadas e quantas se perdem em meio ao banal do dia a dia?
Quando minhas fotos ainda eram de papel, me dava imenso prazer mexer nelas, manipular imagens, mostrar aos amigos “esse ponto desfocado no papel sou eu” – me arrependo um pouco de ter digitalizado meu acervo pessoal para facilitar as mudanças da vida – os arquivos pontojotapege podem ser realmente mais fáceis de carregar, guardar na nuvem, compactar em um DVD. Mas são infinitamente sem emoção para mostrar: Não tem como ver fotos no sofá macio da sala, com uma xícara de café quente em mãos e uma boa música de fundo enquanto histórias de um passado cada vez mais distante são contadas. A solução é compartilhar na internet – amigos queridos, conhecidos e até desconhecidos queridos (ou não) podem deslizar o dedo pela tela fria e apertar o botão de curtir automaticamente – sem o sabor do café e das risadas trocadas. E sem a quase obrigação moral de mostrar as próprias fotos antigas.

Esse post faz parte do BEDA: Blog Every Day August. Acompanhem também:
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