Estamos novamente sem Ministro da Saúde. Na verdade há tempos o país não sabe o que é ter um Ministro. Esse que pediu para sair era especialista em logística e mesmo assim assistimos um lote de vacina ser enviado por engano para o Amapá em lugar de ir para o destino – Amazonas. É uma confusão. Tudo bem, esse foi o pior Ministro da Saúde que o Brasil já teve. O próximo virá para quebrar o recorde e ser no novo pior Ministro da Saúde. Espero que o nome seja adequado para trocadilhos – Já tivemos um Rich, um Pezadelo, já tivemos o ministro das alucinações exteriores – Epa! Esse continua. E temos também a Ministra Damares Jesus na Goiabeira que inclusive vem causando mal-estar com seus posicionamentos acerca dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Tudo bem Ministra, mortos não reproduzem – Talvez por isso tanta negligencia no combate ao COVID: Uma população morta é uma população que segue a abstinência sexual que você tanto quer impor desde o início dessa tragédia que insistem em chamar governo.
Ok, confesso que talvez eu esteja sendo pessimista: Depois que o ex-presidente Lula foi solto, Bolsonaro já utilizou máscara e tentou parecer favorável ao uso de imunizantes. Faltou ensinar o filho zero-alguma-coisa a utilizar o acessório – O garoto disse que era para colocar a máscara no (me recuso a escrever essa palavra). O cheiro deve ter ficado bem ruim, já que ele apareceu com o nariz para fora na foto subseqüente à declaração. O que eu quero dizer é que, se a soltura do ex-presidente já fez o Bozo usar máscara, talvez o ministério da saúde ganhe um ser competente-pensante – Difícil, mas pode acontecer.
Outro filho do (des)governante da nação, o zero-qualquer-coisa posta uma imagem do Zé Gotinha com uma seringa em forma de fuzil. Acho que foi mal interpretado! Não era fuzil! Era vacina de aftosa, adequada ao gado e costumeiramente aplicada com revolver de pressão.
Uma velha novidade tomou as ruas do país neste domingo: O cidadão de bem, pró-vida gosta mesmo é de carreatas da morte. VA-GA-BUN-DOS. Criticam qualquer manifestação que tenha por objetivo defender os serviços públicos ou os direitos dos trabalhadores. Mas é só ter uma pandemia que eles decidem invadir as ruas – Inclusive com o pedido de “Liberdade acima da vida”. É preciso traduzir: Eles querem a liberdade de sacrificar trabalhadores e trabalhadoras. E se tem gente doente o melhor é protestar buzinando na porta do hospital! Varrem para baixo do tapete a ineficiência do governo, a ausência de um plano rígido de combate ao vírus, as sucessivas trapalhadas que nos afastaram das vacinas. Aliás, nas manifestações verde e amarela, pedir vacina ou auxílio emergencial digno para que a população não morra de fome nem de vírus sequer é cogitado. Cadê a polícia que não parte para cima deles com o mesmo ímpeto violento presente nas ações contra professores ou contra os bailes de periferia (Não esqueci ainda as vítimas do baile da dezessete). Seria um sonho, mas o Brasil é lugar de pesadelo. E a coronafest rola solta na paulista e em tantas outras cidades – Inclusive a minha. Talvez comemorando a marca de duas mil mortes ao dia.
Os olhos do mundo se voltam para o Brasil com medo – não pela nossa potência bélica ou capacidade intelectual, mas pelo celeiro de novas cepas que nos tornamos, pela nossa ignorância. Seremos cada vez mais os párias do mundo. Um barco afundando sem que haja coletes para todos – E quem se afoga primeiro muitas vezes sequer concorda com o rumo tomado. Mas vamos congelar os salários dos servidores públicos pelos próximos quinze anos para fornecer um auxílio-miséria! Nem sei se faz tanta diferença – Daqui quinze anos pode ser que a gente nem esteja mais por aqui, tamanho colapso que o país se encontra.
Hoje completamos outra marca triste: Três anos sem saber quem matou Marielle Franco e Anderson. Quem mandou o vizinho do presidente matar Marielle? Eu ainda quero saber, mesmo em meio ao caos. Quero justiça por Marielle, por Anderson, pelos jovens assassinados pelo Estado, quero justiça pelos quase trezentos mil brasileiros que já morreram sem ar por negligência do governo. Mesmo sabendo que Brasil e Justiça parecem palavras cada vez mais distantes, ainda tenho esperança. E você?
Caminhamos juntas na indignação contra essa situação. A ignorância é mil vezes pior que esse vírus. Vamos manter a esperança para que sigamos fazendo nossa parte. Não está fácil mas tenho fé (não a de Damares), de que venceremos tudo isso.
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O seu desabafo é o meu também ….
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Eu acusei cansaço nessa semana, confesso porque aquela carreta patética em um momento tão difícil para o país, as pessoas foi impressionantemente bizarro. Pior, ver pessoas alegando direito de expressão, liberdade e tantas outras coisas mais e se sentirem a vontade para buzinar em frente de hospitais lotados, foi cruel. Falhamos, ok.
Cadê o meteoro?
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