Chovia – Uma chuva fina, contínua, fria. O clima parecia querer desmentir o calendário. Não podia ser Dezembro. A menina lia um livro qualquer, recostada em uma confortável almofada. Uma plataforma digital reproduzia algumas músicas aleatórias. O tempo ganhara seu próprio ritmo – Passava rápido e ao mesmo tempo se arrastava. A saudade ganhava seus próprios tons, histórias, lembranças – Naquele dia, ela lembrava uma noite em que ele a havia abraçado e conduzido em uma dança numa noite do ano anterior no centro de São Paulo. Logo ela, que sempre havia se gabado de ser um pé-de-valsa, naquele dia se atrapalhara e não conseguira manter o ritmo, por outro lado, gravara-se em cada célula de seu corpo o doce perfume dele, a respiração, o calor da pele, o toque. Naquela noite, olharam a lua, sorriram, compartilharam carinhos. Quem poderia dizer que meses depois o mundo iria mudar tanto? Quem poderia adivinhar que uma viagem, um abraço, um toque, poderia se tornar tão perigoso? A menina desiste do livro, vai ler notícias. Do outro lado do mundo, em Moscou, a população já recebe suas primeiras doses de vacina enquanto no país em que ela mora, sequer haveria seringas suficientes e vacina ainda é tema de controvérsia antes mesmo de ter sua aplicação liberada.
É Dezembro e chove. Fino, pesado, contínuo. Uma chuva fria e contínua como a saudade que aperta o coração, maltrata a alma, angustia os dias. É quase Natal e, enquanto tantas pessoas começam a pensar em suas rotinas irresponsáveis de festas e viagens, ela procura uma foto dos dois e escreve um texto – O único presente que deseja é poder abraçá-lo novamente em segurança, sem medo do invisível que devasta o mundo. O coração bate forte como quem diz “Um dia… Um dia tudo voltará ao normal. Esperança.”
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*Recado Importante*
Dia 23/12 estarei no Meet&Greet: Natal na Quimera. O evento virtual vai reunir um super time de autores das últimas obras de 2020 e da Antologia de Natal (para a qual eu fui selecionada). Vai ter bate papo, sorteios, leitura coletiva e muito mais! O ingresso custa apenas R$10,00 e parte desse valor será revertido em donativos para a OAIB (Obra de Assistência à Infância de Bangu), ou seja: Você adquire o ingresso, prestigia a cultura nacional, participa de um evento super legal e ainda contribui com uma causa social! Tudo isso por R$10,00. Você não vai perder né? Clique aqui e adquira o seu convite! Te espero no evento!
Esse começo do texto praticamente descreve minha tarde de hoje! E sim, não parece dezembro, o clima de natal não deu as caras, pelo menos por aqui, apesar de eu ver várias pessoas fazendo planos de viagens e festas e eu já desisti de entender o que se passa na cabeça dessas pessoas. Apesar disso, da situação e da falta de “clima” para o natal, confesso que decorei a casa, mais até que nos outros anos. Na verdade não sou apegada ao Natal, gosto mais do ano novo, mas o clima geral de festas em dezembro me agrada muito, principalmente porque tem também meu aniversário e dezembro pra mim sempre foi sinônimo de me reunir com amigos que mal consigo ver ao longo do ano. E como já sei que esse ano isso não será possível, decorar a casa talvez seja uma forma de compensar, valorizando a presença de quem mora comigo e que vai poder estar por perto nesses dias.
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Acredita que nunca decoro? Sempre penso em fazer isso, mas desisto… Geralmente minha empolgação é pras comidas especiais de fim de ano e pra virada na praia. Esse ano só vai rolar o jantar (passamos sempre eu e minha mãe), a virada de ano na praia nem pensar…
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