Meus cantos não se encontram
Em lugares especiais da cidade
Pois a vaidade humana destrói
A beleza que a natureza constrói
Meus cantos não são cantos
Da casa onde resido
Meus cantos não são lugar perdido
Onde me esquivo do mundo
Meus cantos são tão meus
Alguns impalpáveis
Alguns inexplicáveis
Alguns talvez comuns, mas, meus
Meus cantos são as linhas vazias
Onde meus olhos espalham palavras
Como o agricultor espalha lavras
Criando com penas da alma, poesia.
Meus cantos são castelos de areia
São pessoas que nunca existiram
São personagens que me inspiram
Em algum livro da prateleira
Meus cantos são o aconchego
De uma panela e seus sabores
Da cozinha onde me achego
Alimentando corpo, alma e amores
Meus cantos são canções
Que se espalham pelo ar
Acalantam corações
De quem ainda ousa sonhar
Meus cantos são meu corpo
Altar maior da Deusa que sou
Recanto que me carrega pra onde vou
Passeio, trabalho, leitura ou desporto
Meus cantos são as ruas
Onde se constroem as lutas
Por um mundo justo e igual
Por uma vida livre e ideal
Meus cantos são os acalantos
Das memórias e momentos
Em que contemplei o olhar
Que me transborda de alegria
Meus cantos são lugares
Que não consigo fotografar
São as lembranças dos olhares
Que me ensinam a sonhar
_____________________ Não sei o motivo das fotos terem saído assim, pequeninas. Este mês tivemos um mini 06 on 06 por aqui 😦