Minha mãe sempre me ensinou que dia das mães é todo dia, por isso, comemorações nunca foram prioridade, muito embora tenham sido frequentes ao longo dos anos. Somos iguais em muitas coisas, diferentes em outras tantas coisas e por isso algumas vezes parecemos até duas birrentas cabeças-dura juntas, mas se há uma certeza no mundo é a de que entre manifestações, baladas, passeios, concordâncias e discordâncias, o amor é o elo mais forte. E foi com essa mãe incomum, nada fofa e sempre incrível que aprendi os primeiros caminhos em uma arte que hoje faz parte de quem eu sou: A arte da cozinha. Talvez por isso hoje, ao picar alho, azeitona e cebola pra refogar a berinjela em pequenos cubos, com noz moscada, sal, orégano e pimenta do reino, eu tenha percebido que raramente escrevo sobre ela. Talvez tenha sido o aroma do tomate em pedaços, colocado na panela junto com a berinjela refogada. Ou talvez o formato de concha do macarrão, que recheado com a berinjela, me lembra época em que eu tinha paciência para ir pra praia de manhã apesar do Sol e ela pegava conchas e mais conchas. Ou o manjericão, colhido da horta – arte que ela domina muito mais que eu, batido com azeite, castanha do Pará, sal, pimenta e limão, formando nosso primeiro molho pesto. Não sei em que momento em meio a esses detalhes sutis, percebi que muitas vezes, descrevendo o mundo e outros amores que ele me proporcionou, acabo esquecendo de registrar por aqui os detalhes e o amor que se nutrem nos dias ao lado da melhor mãe do universo. E então, cozinhando, fui pensando o que poderia dizer e, as únicas palavras possíveis neste momento são as mais simples: Mamis feliz dia das mães! Obrigada por, nestas estradas loucas da vida, me ajudar a construir a pessoa que eu estou me tornando a cada dia! Te amo muito, e a Domitila, sua neta de quatro patas, também te ama muito.(Como sei que você não é fã de fotos, vou ilustrar esse texto com o almoço que fiz pra você)
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