O livro chegou à minha mão em algum momento de 2018. Não sei de onde veio, mas o fato é que ontem, enquanto organizava meus livros, encontrei-o e comecei a ler – É um livro curto, então li em dois dias, rapidinho. A autora narra a história de dois adolescentes que viajam para a Amazônia, um deles por precisar afastar-se da cidade após se envolver em uma confusão com drogas e FEBEM, o outro, como bom amigo que é apenas acompanha o primeiro. Não se trata de uma viagem qualquer – João e Válter se dirigem a um acampamento nos confins da Amazônia, onde irão ver a vida de uma maneira que suas realidades de meninos de classe média alta jamais havia lhes mostrado. Diante de lendas assustadoras até temáticas densas como corte ilegal de árvores, desmatamento, corrupção, exploração do trabalho e violência no campo, os jovens acabam amadurecendo e mudando seus conceitos de forma positiva, fazendo com que desejem se organizar e lutar por um mundo justo. A autora narrou de forma magistral, capaz de prender a atenção e levar as mentes mais jovens a refletir. Num momento como o atual, tão marcado pelo egocentrismo, por escândalos políticos e por decretos como o que retira da FUNAI a demarcação das terras indígenas, favorecendo o agronegócio em detrimento das populações nativas, levar este tipo de literatura para a juventude é necessário e urgente. Provavelmente se eu houvesse planejado as leituras deste ano, o livro escolhido não teria sido tão adequado ao momento – Ainda bem que ainda não iniciei os projetos de leitura coletiva e pude, já neste terceiro dia do ano, publicar a resenha de um tema importante e, mais do que isso, perceber que falho em cumprir um papel fundamental ao artista: O de questionar as estruturas sociais através de sua arte. Quando olho no espelho, vejo-me como a poetisa do amor perdido, da esperança, do romance, da solidão e, ao gritar tais sentimentos aos quatro cantos, acabo deixando de falar sobre outros sentimentos que me eclodem da alma: Indignação e desejo de lutar. Não fiz lista de metas para este ano mas talvez, escrever mais sobre temas complexos deva ser uma das metas a cumprir… Quem sabe?
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[…] É um livro um pouco antigo, mas voltado pro público jovem. Achei interessante por abordar questões como meio ambiente, demarcação de terras indígenas e exploração do trabalhador – Um livro fundamental no contexto político em que vivemos! Tem resenha dele aqui! […]
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