Ler sempre foi uma atividade extremamente pessoal na minha vida – quase sempre escolhia o livro pela capa, pelo título ou por alguma indicação aleatória. Entretanto, no início deste mês de Setembro surgiu,em um dos grupos que participo no Facebook, o convite para participar de um Clube do Livro, o Clube do Unicórnio – um espaço de interação muito legal criado pela Carol do Blog Ei Carol em que o objetivo é ler um livro por mês e discutir sobre a leitura com as outras participantes.
O escolhido para o mês de Setembro foi “A menina submersa” e eu não poderia deixar de falar um pouco sobre ele, não é verdade?
“A menina submersa” – Um título intrigante. Confesso que não gosto muito de ler sinopses, mas acabei lendo o que trouxe ainda mais expectativas – que foram superadas a cada página!
A trama, embora narrada pela personagem principal, não segue uma linearidade e alterna entre primeira e terceira pessoa numa construção primorosa, permeada por pequenas histórias escritas pela personagem, memórias da infância, reportagens e descrições de obras de arte além de uma intrincada relação entre a vida e os contos de fada. Pode parecer confuso e talvez por isso a sinopse oficial do livro não adentre em tais meandros sobre a narrativa. A autora retrata o delicado tema dos transtornos mentais por meio da personagem principal- narradora Imp e de sua “história de fantasmas” – A arte é, portanto, a catarse pela qual a personagem tenta manter sua frágil sanidade mental. Outro ponto interessante: Imp leva uma vida relativamente normal, apesar da doença: Trabalha, pinta, namora, escreve – e retrata tudo isso em detalhes, que, entretanto, podem ou não ser factuais. Se ela consegue lidar com isso? Na maioria do tempo, sim. Se o leitor consegue? Sim, embora com certa inquietação. E talvez seja essa inquietação um dos fatores que fazem a leitura tão irresistível, como uma sede que só aumenta a cada página e sacia-se no desfecho.
A Menina Submersa – Caitlín R. Kiernan
Número de Páginas: 320 páginas
Editora: DarkSide® Books
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