Prosseguindo com o Desafio Cinetoscópio dos 30 filmes, chego a proposta número 10: Falar sobre um filme nacional.
No momento, o cinema nacional tem feito sucesso com o filme Aquarius, que pretendo assistir em breve, entretanto, hoje eu preciso confessar uma coisa para vocês: Meus filmes nacionais favoritos são adaptações de livros. Um filme que assisti por acaso esta semana me chamou especial atenção e eu vou falar sobre ele. Trata-se do filme “O primo Basílio”, adaptação da obra de mesmo nome do autor português Eça de Queiroz. O elenco é excelente e a tomada de imagens faz o expectador acreditar tratar-se de um filme rodado na década de 50. Embora haja algumas adaptações – o livro passa-se em Portugal e o filme no Brasil – o enredo segue bem fielmente o livro. Uma coisa me chamou atenção: A sociedade retratada é muito machista! Eu não prestei atenção a isso quando li o romance (talvez porque na época eu tivesse uns doze anos), mas hoje percebo muito o machismo – o quanto os homens julgam as mulheres que como Leonora decidem viver suas vontades e prazeres, a preocupação de Jorge ao pedir que um amigo “tome conta de Luisa enquanto ele estiver fora” (tomar conta? é uma criança por acaso?) e (SPOILLER: SE VOCÊ NÃO LEU OU ASSISTIU PULE PARA O PARAGRAFO DE BAIXO) o fato de que quando as coisas começam a apertar, Basílio vai embora e deixa Luisa na mão, voltando para o Brasil somente após a morte dela e sem dar grande importância ao acontecido.
Também chama a atenção a pouca interação entre as mulheres no filme e o fato de que, quando há alguma interação é de forma antagônica (Juliana e Luisa protagonizam cenas bem tensas) ou então para falar sobre… Homens! Há uma escala sobre a adequação de filmes aos ideais feministas (preciso lembrar o nome e escrever sobre isso aqui no blog) e definitivamente esse livro e esse filme não iriam obter uma boa nota neste quesito. De toda sorte é um filme excelente e uma forma agradável de complementar a leitura do romance.
Eu admito que são grande fã de filmes nacionais (sou de Portugal), sempre fui mais de filmes americanos. Mas são gostos ahah
Este blog é bastante recente, e nele vais encontrar temas como música, desporto, dia a dia, moda, etc., sempre com bastante humor à mistura! Convido-te assim a vires dar uma vista de olhos, beijinhos 🙂
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Olá! Boa noite! Obrigada pela visita e comentário! Acabei de começar a seguir o teu blog! Gostei do primeiro texto e com certeza gostarei dos próximos! Abraços!
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Obrigada Darlene, também vamos estar bem atentos ao teu!
Beijinho 🙂
– Sra. Saltos
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Então, sinceramente não gosto do livro, exatamente por essas questões machistas que você descreveu kkkk Mas é até compreensivo tais circunstâncias pela época em que foi escrito e tals 😉 É interessante assistir o filme pra se ambientar quanto ao contexto histórico do Brasil na época 🙂
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Infelizmente a grande maioria dos clássicos são profundamente machistas – São obras de uma beleza incrível, com vocabulário e construção textual primorosas, mas infelizmente tem este defeito do machismo. Cabe aos professores trabalharem isso em sala de aula quando passarem essa leitura para a classe. Infelizmente os meus jamais comentaram sobre esse tema e só hoje quando releio ou assisto alguma adaptação é que percebo isso. Obrigada pela visita e comentário! Bjs
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Pura verdade! Pelo contrário né, acontece de tais aspectos machistas das obras serem reforçados sob o fundamento de que estão “educando” e “promovendo a reflexão”
Ainda bem que nossa sociedade está mudando bastante e o senso crítico aos poucos chegando às escolas 🙂
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Sim! Antes uma mudança lenta que nenhuma mudança!
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